A Existência do Dogma
A Santa Igreja sempre ressaltou a diferença entre pecado mortal e pecado venial, infelizmente muitos fiéis não estão habituados a indagar sobre como se difere os pecados e inúmeros são aqueles que pensam que pecado é tudo igual, não existe tamanho maior ou menor. Tendo em vista isso, não poderíamos deixar de apontar nas Sagradas Escrituras, o pecado mortal e o pecado venial, já que outros tantos dizem que não há pecado, pecadinho e pecadão, que é tudo pecado. Vamos desfazer este pequeno engano.
“Os fariseus ouviram que Jesus tinha feito os sauduceus se calarem. Então se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus para tentá-lo: ‘Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? ’ Jesus respondeu: ‘Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame o seu próximo como a si mesmo. Toda Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.” (Mateus 22, 34 – 40).
O primeiro mandamento é o maior mandamento. Sendo que o segundo mandamento é o segundo maior, e assim por diante. Logo, podemos afirmar que desobedecer aos mandamentos são os maiores pecados. Por isto já existe uma ordem no plano da salvação, cumprir os dez mandamentos.
“Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu.” (Mateus 5, 19).
Neste versículo Nosso Senhor deixa claro que, os descumprimentos de maiores mandamentos são culpas mais graves e a desobediência as menores leis são faltas mais leves. E que, pecados veniais não nos excluem do plano da salvação, sendo que, quem desobedecer aos menores mandamentos serão considerados menores no Reino dos Céus, mas mesmo sendo menores, estarão no Paraíso Celestial.
“É por isso que eu digo a vocês: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada. Quem disser alguma coisa contra o Filho do Homem, será perdoado. Mas quem disser algo contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir.”
(Mateus 12, 31-32).
Que pena é essa que vai muito além de todas as outras culpas para nunca ser perdoada? O grande pecado, maior que todas as outras faltas que poderíamos cometer. Eis o exemplo de pecado mortal. O pecado que nos tira a vida e nos leva para a morte. Bem diferente do pecado venial que não nos tira a vida e não nos leva para a morte.
“Se alguém vê o seu irmão cometer um pecado que não leva à morte, que ele reze, e Deus dará a vida a esse irmão. Isso quando o pecado cometido não leva para a morte. Existe um pecado que leva para a morte, mas não é a respeito desse que eu digo para se rezar. Toda injustiça é pecado, mas existe pecado que não leva para a morte.” (1João 5, 16-17)
O Pecado Mortal
O Catecismo ressalta o perigo do pecado mortal e diz que:
“Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: ‘É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente’.” 1857
Quando a pessoa sabe que aquilo é pecado e, mesmo assim, consciente de que aquela ação desagrada a Deus, a pessoa decide cometer a falta, essa ação é um pecado mortal. Quanto maior for a desobediência da pessoa, mais grave é a culpa.
“A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: ‘Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honre teu pai e tua mãe’ (Mc 10, 17-22). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estranho.” 1858
As Sagradas Escrituras sempre nos ensinam a basear nossas vidas segundo Os 10 Mandamentos da Lei de Deus. Quem cumpre os dez mandamentos não comete faltas graves. Mas, as maiores culpas acontecem quando não cumprimos os dez mandamentos.
“O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à Lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (Mc 3, 1-6) não diminuem, mas aumentam o caráter voluntário do pecado.” 1859
Somos livres para fazer escolhas, e sabemos que aquela determinada situação é pecado, e mesmo assim escolhemos cometer. Então, torna-se um pecado mortal ainda mais grave, porque desprezamos as leis de Deus para o nosso bel prazer.
“O pecado mortal é um possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.” 1861
O pecado cometido contra o próprio corpo é maior do que qualquer outro pecado exterior ao corpo. Uma vez que, sendo o corpo templo do Espírito Santo de Deus, pecar contra o próprio corpo é, pecar contra o templo de Deus. Pecar contra o templo do Espírito Santo é pecado mortal.
“Fujam da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete, é exterior ao corpo; mas quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo. Ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês já não pertencem a si mesmos. Alguém pagou alto preço pelo resgate de vocês. Portanto, glorifiquem a Deus no corpo de vocês.” (1Corintios 6, 18-20)
Paulo Apóstolo ainda nos adverte ao listar uma série de pecados que vão totalmente contra o plano da salvação e nos privam de alcançarmos o céu.
“Além disso, as obras dos instintos egoístas são bem conhecidas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes. Repito o que já disse: os que fazem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.” (Gálatas 5, 19-21)
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