sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Jo 1,1-5.9-14 – O Natal

 

 

 


V

 

ocê já foi a uma festa de aniversário onde o aniversariante não foi convidado? Onde o aniversariante inúmeras vezes é impedido de entrar? Ou é mal recebido? Isto parece um absurdo, mas é o que realmente acontece freqüentemente nesta época do ano. Festeja-se, come-se, bebe-se, saúdam-se; as pessoas enchem a pança, ficam bêbados, desejam feliz natal, etc, etc... Onde está a felicidade se o dono da festa não está, se Jesus não está presente?  Não devemos simplesmente festejar – nada contra festas, aliás, podemos festejar – devemos acima de tudo, celebrar. E celebrar é estar com Jesus. Celebrar é render-se ao mistério da encarnação do Cristo. Celebrar o Natal é deixar-se envolver pelo amor de Deus. Você está aberto o suficiente para receber Jesus neste Natal? Ele é mais importante que os presentes, que a ceia, a confraternização? Se a resposta é sim, você vive verdadeiramente o Natal de Jesus. 

            Jesus o Verbo Encarnado. Jesus a Palavra Viva. Ele assumiu a nossa natureza sem diminuir a sua, ou seja, sem abandonar a divindade. Desceu do seu trono de glória e tornou-se um de nós. Invisível em sua natureza, tornou-se visível na nossa. Existindo desde sempre, fez-se presente num determinado momento do nosso tempo, viveu a nossa história. Incapaz de sofrer sendo Deus, não se recusou a ser homem, submetido ao sofrimento. Imortal, se sujeitou as leis da morte (1). E tudo fez não por perda da onipotência, mas por compaixão, por amor, por misericórdia. Jesus, homem e Deus. É Deus porque “no principio era a Palavra e a Palavra estava com Deus, a Palavra era Deus...” É homem porque “a Palavra se fez carne e habitou entre nós...”

            Há dois mil anos que três homens, três reis orientais em peregrinação viram uma grande luz que brilhava no céu. Não se contentaram em ficar parados apreciando a beleza daquela estrela e a seguiram. Foram pelo caminho que a estrela apontava. Foram guiados até Jesus. Encontrando Jesus recém nascido na gruta de Belém, o adoraram. Eram estrangeiros, mas reconheceram o Messias Salvador. E vocês? Estão parados olhando o céu em busca da sua estrela guia ou estão seguindo a luz que é o próprio Jesus? Uma grande, imensa luz quer também entrar em seu coração. Porém o mundo tenta cega-lo com o brilho do materialismo, com o cintilar de jóias falsas. O mundo quer cega-lo para que você não olhe para Deus, para que você não encontre Deus. Mas você não precisa olhar para o alto para achar a verdadeira luz. Ela está bem próxima, ao alcance de suas mãos. Basta abrir o coração e deixar a luz entrar. Deixa a luz entrar e iluminar a manjedoura que é o seu coração. Deixa Jesus nascer em seu coração; deixa Jesus nascer.    

(1)No segundo paragrafo, a partir de ‘Ele assumiu a nossa natureza...’ até ‘se sujeitou as leis da morte’, o texto é baseado numa citação de S. Leão Magno.                                                                                                                                                            

 


sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Ecle 7,5-14 – Palavras de Sabedoria

 


F

 

azendo uma leitura mais atenta do livro do Eclesiastes, observamos que Coélet ( o Eclesiastes) era um homem muito pessimista, mas ao mesmo tempo de profunda religiosidade. Via com olhos críticos o ambiente que o cercava, sem no entanto perder a esperança e sabia que a solução de todos os problemas da humanidade só poderiam vir de um: Deus. Vejamos o trecho Ecle 7,5-14.

            V.5: “E melhor ouvir...”-Não deixemos nos envolver por elogios fáceis. Muitas vezes uma critica bem colocada, bem dirigida, nos edifica, nos corrige, nos faz endireitar. Ao passo que um elogio, muitas vezes falso, nos envaidece e pior, nos faz permanecer no erro.

            V.7: “A opressão torna...”-Os presentes corrompem o coração. Quantos são “comprados” por presentes, mimos, elogios!

            V.8: “Mais vale...”-Deus olha com muito mais atenção e complacência para aquele que sabe ser paciente, que tem fé, que não se abala com facilidade; para quem persevera esperando o tempo da graça acontecer. Já o orgulhoso é auto-suficiente, pensa que não precisa de ninguém, nem de Deus!

            V.9: “Não ceder...”-Irritação, ressentimento, falta de perdão, desamor... O rancor é responsável por diversas doenças, desde as de fundo emocional como as do corpo. O testemunho de fiéis e a própria ciência reconhece que doenças como artrite, hipertensão arterial, úlceras gástricas, depressão, têm entre outros fatores, origem em distúrbios emocionais. E nós sabemos que falta de perdão, mágua, provocam esses e outros males.

            V.10: “Não digas jamais...”-Vivamos o hoje, vivamos o agora. Deus não quer ninguém preso ao passado nem demasiadamente preocupado com o futuro. Passado é passado, o que passou passou e o que há de vir só Ele sabe.  Passado são apenas lembranças, boas que podemos reviver na memória ou más, que lutamos para esquecer. Deus nos quer santos agora, para vivermos o futuro na eternidade. Vide v. 14.

            V.13: “Considerai a obra de Deus...”-Deus é eterno, suas leis são eternas, seus mandamentos são eternos. Essa onda de ataques a Igreja, alegando que a Igreja é retrógrada, que vive no passado, é atitude que quem vive no erro e quer se desculpar. A sociedade muda, mas Deus e sua Palavra são imutáveis, assim como as leis e a doutrina da Igreja, depositária do legado divino. Pecado era pecado ontem, é pecado hoje, será pecado amanhã e será pecado sempre, até o fim dos tempos.

            Por fim contaremos uma estorinha que fala de um homem que se julgava sábio e a quem faltou sabedoria e discernimento dos desígnios de Deus. Esse homem era religioso, conhecia a palavra de Deus, mas na verdade não a entendia como deveria ser entendida; interpretava-a a seu modo, de acordo com sua conveniência. Ele, como todos nós, carregava a sua cruz – estava de acordo com a Palavra de Deus quanto a cada um tomar sua cruz e seguir Jesus. – Mas não se conformava com a dimensão da sua cruz, achava-a grande e pesada demais, ele não merecia tanto. Clamou a Jesus para ameniza-la. – de acordo com a passagem em que Jesus diz que, o que pedirmos em seu nome o Pai nos dará. – Assim fez Jesus, diminuindo consideravelmente o tamanho e peso da cruz. Mas o homem não ficou satisfeito e pediu a Jesus para diminui-la mais ainda. Jesus o atendeu outra vez. Assim foi pedindo, pedindo, até carregar uma minúscula cruz, uma cruzinha. E sorridente, caminhava em meio a outros que arrastavam cruzes enormes.  Ia assoberbadamente pensando: “Esses são pecadores, estão longe de Deus, carregam essas cruzes porque são conformados e não buscam Jesus. Eu não, eu sou abençoado, eu gozo da amizade de Jesus, tudo que eu peço ele faz. Aliás, ele tem que fazer; ele prometeu...”

Fim da jornada. Um fosso imenso e profundo os separa de um vale verdejante, onde Jesus, cercado de anjos, os espera de braços abertos. Todos lançam suas cruzes sobre o fosso e as usam como ponte. O homem que se julgava especialmente abençoado, frustrado, não tem o que usar como ponte, pois a cruz que carrega é pequena demais. Ele não alcançou a terra prometida. Esquecera-se daquela outra passagem bíblica; a que Jesus diz que nem todo aquele que diz Senhor Senhor entrará no reino dos céus. Amém.

 

 


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Col 1,3-6 - FÉ

 



T

odos conhecemos a música: eu creio nas promessas de Deus, eu creio nas promessas de Deus, eu creio nas promessas do meu Senhor. Todos rezamos com o sacerdote na consagração eucarística: Meu Senhor e meu Deus, eu creio, mas aumentai a minha fé. O que é fé? O dicionário diz: fé; crença, aquilo em que acreditamos, certeza da existência de algo ou alguma coisa. Para nós especificamente, fé é aceitar a verdade da Palavra de Deus, a verdade do magistério da Igreja. Ler a pericope Col 1,3-6 ... (...).

                Nesta pericope o apostolo Paulo se dirige a comunidade de Colossos, uma comunidade que vivia pela graça da fé, da caridade, da esperança. Dons que se manifestavam desde a fundação da comunidade. A fé que eles professavam era uma fé concreta, não era vazia, abstrata; era uma fé vivida, experimentada; fé seguida de boas obras, conforme os ensinamentos de Cristo. Eles não buscavam a justificação apenas pela fé, mas pela fé e ação.

                Nossa fé como está? A quantas anda nossa fé? É uma fé cega, infantil, ou já amadureceu, é uma fé centrada em Cristo e na Igreja? Acreditamos em qualquer bobagem que nos dizem, como por exemplo: Jesus é somente um ser iluminado que viveu há dois mil anos atrás, ou todos os caminhos levam a Deus, as pirâmides emanam uma energia positiva, gato preto dá azar, etc. Se ainda estamos nessa, vejamos o que diz S. Paulo em Efésios 4,14s...(...).

                Tenhamos fé, mas fé adulta, centrada em Cristo e na Igreja, nossa Igreja Católica. Sejamos crianças só em relação a Deus, atiremo-nos em seus braços como criancinhas se atiram nos braços de seus pais, com plena confiança. No mais sejamos adultos, não aceitando qualquer coisa.

                Em que devemos acreditar? Devemos acreditar na Palavra e nos ensinamentos da Igreja Católica. A nossa doutrina não contradiz a Bíblia, jamais. Se dogmas não são citados nem mencionados, também não são desmentidos nem desmerecidos pela Bíblia. Dogma é uma afirmação tida por verdadeira. Isso me traz a mente uma palavra: axioma. O que vem a ser axioma? Axioma é uma verdade indiscutível. É usada na ciência, em matemática principalmente. Axioma matemático é uma sentença verdadeira que não tem como ser provado, que surgiu sem a seqüência normal de cálculos, como quase tudo na matemática. Então se os matemáticos aceitam sem contestar uma fórmula ou expressão, sem questionar de onde veio, porque nós católicos vamos duvidar dos dogmas de nossa Igreja? Ou alguém não acredita na assunção de Maria, na virgindade perpétua? Dogma é axioma de fé; é verdade, não se discute. Ou somos iguais a S. Tomé, temos que ver para crer? Felizes os que crêem sem terem vistos, diz o Senhor.

                 Que tipo de fé nós temos? A fé de conveniência como diz a música que o Pe. Jonas canta: “que fé você tem? A fé que convém. Mas não é de conveniência que vive o cristão...” Só aceitamos a parte boa do Evangelho, a outra nós desprezamos. Nossa fé se limita ao Jesus que salva, cura e liberta, ao Jesus que diz que tudo que pedirmos em seu nome êle nos dará? Disso tomamos posse. Porém quando Jesus diz para largarmos tudo, tomar nossa cruz e segui-lo, nós recuamos:- ”Isso não é comigo, é p’rá fulano e p’rá cicrano, p’rá mim não!”- Isto lembra a estorinha do carrinho de mão:

                Todos acreditaram quando o equilibrista disse que atravessaria entre dois prédios numa corda bamba carregando uma pessoa num carrinho de mão. No entanto, quando êle pediu um voluntário para entrar no carrinho todos se afastaram. Eles tinham fé enquanto expectadores, quando convidados a participar, onde estava a fé? Era uma fé superficial, sem engajamento.

                Mateus, capitulo 17, versículo 20. Em Mt 17,20 Jesus diz que a fé do tamanho de um grão de mostarda é capaz de mudar uma montanha de lugar. Fé tem tamanho? Fé pode ser medida em metros ou em litros? Jesus não diz isso; a fé poderia ser do tamanho de um grão ou do tamanho do mundo que o efeito seria o mesmo. Textualmente o versículo diz assim: Se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha, transporta-te para lá e ela irá. Nada vos será impossível. Daí se entende que a fé se mede pela intensidade, pela força que brota do coração. A fé deve ser sentida, vivida, praticada.

                Pela fé o Evangelho foi pregado. É pela força da fé que o Evangelho é pregado ainda hoje. Se eu não acreditasse naquilo que digo eu estaria lançando palavras ao vento, estaria vendendo ilusões. Entretanto, não estou tentando vender nada, não estou pedindo nada, não estou pedindo nenhum gesto simbólico que não leva a nada. Estou afirmando as verdades de Deus. A-fir-man-do. Porque creio, porque tenho fé e tento exercer essa fé. S. Tiago diz: a fé sem obras é morta. Exercer é viver a fé, viver conforme a nossa fé. Realizar as obras que a fé nos impõe. Se cremos em Deus Pai, se cremos no Evangelho, vivamos segundo esse Evangelho; tomemos a cruz do dia a dia e sigamos Jesus. Jesus que nos conduz a vitória; Jesus que nos conduz ao triunfo da glória eterna.  

sábado, 5 de dezembro de 2020

Tg 1 – Perseverança na Provação

 

P

erseverança significa firmeza, insistência, e provação é a fé colocada a prova através da tentação ou tribulação. Nossa fé pode ser posta a prova pela dor e sofrimento e/ou pelas tentações que nos são apresentadas.



            O mundo em que vivemos parece estar longe daquilo que a fé nos assegura; o mal, o sofrimento, as injustiças, a morte prematura, tudo parece contradizer a boa nova, abalar a fé e tornar-se uma tentação para abandonarmos o caminho. O texto (Tg 1,12-18)

vem falar de tentações, provação quanto a resistência ao pecado, dos perigos do descaminho. Resistir às tentações, firmeza, pois quem se afasta de Deus cai nas garras do inimigo. Enquanto Deus leva a salvação, o inimigo arrasta para o abismo!

            Assim como não podemos impedir que pássaros nos sobrevoem, não podemos evitar as tentações; contudo do mesmo modo que podemos impedir que pássaros façam ninhos em nossas cabeças, podemos impedir que a tentação nos vença e instale o pecado em nós.  Deus nos criou como primícias, como obras primas, no entanto quantas vezes nos sentimos fracos, desamparados, nossa fé abalada; não entendemos como alguém que amamos, ou nós mesmos, temos que sofrer. Parece que Deus se afastou, que caminhamos sem sua luz. Mas não ficaremos assim para sempre; em algum momento Ele se revelará a nós. Precisamos confiar em sua bondade e fidelidade, principalmente quando tudo parece apontar para outro caminho.

            No livro do Eclesiástico em Eclo 2,1-6 o senhor vem nos falar de perseverança mesmo na dor, na tribulação. A tribulação leva à paciência, a paciência à esperança e a esperança à fé, fé firme e inabalável. Jó é o melhor exemplo bíblico daquele que vive e resiste às provações.

            Deus enviou Jesus, seu filho, não como um profeta impetuoso, não como o Messias guerreiro. Enviou como o servo sofredor, que se doou até o fim; aquele que nos amou e se entregou por nós, fiel ao Pai até a morte e morte de cruz! Nos regatou ao preço de seu sangue; cruz, fonte de graças. Quem é Jesus para você? Em Mc 8,29 Ele pergunta: “e vós quem dizeis quem sou?” O que significa abraçar a cruz? A cruz que se abraça é mais leve que a cruz que se arrasta. O cristo, Messias crucificado, requer seguidores crucificados. Você assume a cruz na sua vida?

            Hoje, agora, deixe o Espírito Santo conduzi-lo até a cruz, lá onde seu coração pode ser curado e sua mente renovada. Abra-se, ouça ao menos o sussurro suave do Espírito Santo lhe trazendo encorajamento, correção. Confia, obedeça, e Ele lhe conduzirá da morte para a vida. Amém.

 

Obs: no trecho “Tg 1...etc.”  pode-se recorrer a Eclo 15,21s; I Cor 10,13 , aludindo ao v.13 de Tiago 1.

                                                                           Após citação de Jó, pode-se recorrer a Cl 1,24.

                                                                           No trecho “Jó é o melhor exemplo...etc.” pode-se incluir: Amar mesmo na dor, retribuir o mal com o bem... (ostra e a pérola)”.

                                                                           Após o questionamento “você assume a cruz na sua vida...” pode-se inserir a estória da cruz como ponte.    


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Ez 11,1-8 – Maus Conselhos

 

E

sta passagem nos relata Ezequiel sendo convocado por Deus a proclamar um oráculo contra aqueles que desvirtuavam o povo de Deus. Lideres, homens de muito influência, que possuíam autoridade e devido a seu contra testemunho, a maus conselhos, desviavam o povo do reto caminho de Deus e com isso conduziram muitos ao pecado e em conseqüência, à morte. O texto refere-se a espada; espada que para nós pode ser a palavra de Deus, a espada do Espírito que nos guarda e protege, como em Ef 6. Mas também pode ser a espada   que aniquila, que põe por terra os maquinadores do mal, os que levam o povo ao mau caminho; a espada vingadora, como em Eclo 39,36.

                O que isso nos mostra? Nos mostra o mundo como uma grande vitrine com tudo que ele tem a oferecer. Como em qualquer vitrine, há produtos de boa e de má qualidade. Mas o mundo só nos empurra o que não serve, o que tem de pior, o refugo do refugo. E a gente que nem bobo aceita tudo!... O mundo aí está com seus modismos, maldades, pecados. E oferece tudo isto a nós em uma bandeja enfeitada; bonita por fora, mas podre por dentro. E o que o mundo tem a nos oferecer, inofensivo que possa parecer, bem embalado que esteja, não passa de alimento deteriorado, comida estragada; e quem come comida estragada passa mal, se intoxica, pode até morrer. S. Paulo nos adverte em Romanos: “O salário de pecado é a morte”. E a pílula dourada que o mundo tenta nos empurrar goela abaixo é veneno mortal; veneno que leva à morte, morte da alma!

                Infelizmente não é só nas coisas do mundo que estão os maus exemplos, os maus conselhos. Há gente oportunista, pessoas que se dizem cristãos, que manipulam a palavra de Deus com propósitos nada louváveis. Se alguém te convidar a ir a igreja dele porque lá você vai ser curado de uma “ziquizira” qualquer, não vá não; você vai ser tapeado! A cura que você vai obter lá você obtém cá, pois quem cura não é a igreja, é Jesus.

                Há uma certa igreja que prega que basta procurar Deus, de resto nada importa, vale tudo. Para eles o que a pessoa faz fora da igreja não é importante; o importante é dizer que aceitou Jesus. Isso leva as pessoas – desculpem a força das palavras – a fornicar o tempo todo, ao adultério, a se prostituírem e se drogar, a todo pecado e depois simplesmente ir ao templo, levantar os braços, gritar aleluia e dizer que aceitam Jesus. Hipocrisia, hipocrisia! Quando se conhece Jesus, quando se aceita Jesus verdadeiramente como Senhor e Salvador, há mudança de vida, mudança radical de vida.

                Uma pessoa de uma igreja, a qual também não cito o nome – não é esse o propósito, atacar essa ou aquela denominação, mas simplesmente denunciar – disse-me que a cruz é maldição. Blasfêmia, grande blasfêmia! Se a cruz fosse maldição Jesus seria maldito, pois morreu nela! Sabemos que a cruz foi um instrumento de suplicio, de morte e de tortura, mas a partir da morte e ressurreição de Cristo, a cruz é símbolo de salvação, é penhor de salvação. Jesus passou pela cruz para salvar o mundo. A cruz é sagrada! Ela foi banhada, foi batizada no sangue de Jesus! A pessoa disse ainda mais: que somente a igreja dele era verdadeira, as demais eram falsas; e que a Igreja Católica seria a igreja do demônio e o papa a encarnação do diabo. Se a nossa igreja fosse do demônio, todas as outras igrejas cristãs, da mais antiga às mais recentes, seriam filhas do demônio, pois de uma maneira ou de outra, todas são oriundas da Igreja Católica. A Igreja Católica Apostólica Romana foi concebida aos pés da cruz com o sangue de Jesus, nasceu em Pentecostes sob a ação do Espírito Santo e cresceu regada, alimentada com o sangue dos mártires. Somos a real igreja do Senhor, não somos uma igrejinha qualquer inventada por homens e com alvará de funcionamento registrado num cartório de notas; nosso registro está no céu, aos pés do trono de Deus!

                Sejamos precavidos, estejamos com os sentidos alertas contra os falsos profetas que torcem e distorcem o evangelho, tentando seduzir o povo de Deus. Há uma frase muito antiga, dita por um padre jesuíta, por volta de 1500, que diz assim: “Razão é que se peça só razão, justo que se peça só justiça”. A razão e os motivos de cada um mostrará o caminho a seguir; a justiça de Deus dirá se está certo ou errado. Ouçamos a voz de Deus e nos fechemos aos maus conselhos, para seguirmos o caminho da justiça e da salvação.

                Para ilustrar essa questão de bons e maus conselhos, contarei um fato ocorrido recentemente: um jovem procurou-me para que fossem sanadas dúvidas no campo da fé. Ele – a principio cético – rendeu-se aos argumentos e abriu seu coração a Deus. Por que conto isso? Porque esse rapaz veio a mim para que eu lhe falasse de Deus, lhe mostrasse a verdade. Diz a Palavra: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Imaginem se ele caísse em mãos erradas, fosse ao encontro de pessoas inescrupulosas que desvirtuariam tudo, ensinariam errado, contariam mentiras. Ele provavelmente estaria no pecado, caminhando rumo a perdição.

                Irmãos, vamos nos deixar alcançar pela espada do Espírito, a espada de dois gumes que penetra fundo no coração trazendo luz e vida. Porque do contrário, correremos o risco de ser abatidos pela espada vingadora, a que traz a morte e destruição. Amém.

 

 

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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Sabedoria 2,1-13 – Falsa Mentalidade dos Ímpios

 


H

averá o dia em que chegará para nós o último domingo. O véu então se rasgará e desejaremos estar diante de Deus. Nesse dia não apenas tocaremos, mas penetraremos o Santo dos Santos, e aí, diante Dele, quando caírem todas as nossas imperfeições, estaremos face a face com Deus e o veremos tal como ele é.

                Vejamos o que diz a Palavra de Deus em Sab 2,1-13. O primeiro versículo diz assim...(v. 1 a). Quem pensa assim? Eu? Vocês? Quem pensa assim são os ímpios; a menos que sejamos ímpios pensaremos assim. Mas graças a Deus, somos ou queremos ser como aqueles do último versículo, que se gabam de conhecer Deus, são filhos amados e adoradores de Deus, do único e verdadeiro deus.     

                Essa leitura fala de que? Essa leitura nos mostra o mundo como ele é; como ele se nos apresenta. Um mundo cruel, um mundo desumano, afastado de Deus. Um mundo mentiroso, sedutor, que nos inflige tentações a cada dia, a todo instante. Infelizmente é assim o mundo em que vivemos. Devemos nos conformar com isso? Com esse estado de coisas? Claro que não!

                Isso faz lembrar o ambiente do AT, Jerusalém idólatra, pecadora, esquecendo-se do verdadeiro deus e buscando, adorando falsos deuses. Isso fez com que aquele povo fosse aprisionado, fosse disperso, fosse massacrado. E você irmão, quer isso para o seu povo? Claro que não!

                Essa Palavra nos fala da opção pelo pecado, do apego as coisas do mundo, dos falsos valores. Nos fala de pessoas que pensam que a felicidade está nas coisas materiais, enquanto a verdadeira felicidade está em Deus. Vamos nos conformar com isso? Claro que não!

                Eu ouvi muitas vezes e vocês também por certo já devem ter ouvido, pessoas que ao saberem da morte de algum parente ou conhecido, costuma dizer que a vida é curta, que a vida não vale nada e por isso deve ser aproveitada ao máximo, deve ser vivida com intensidade. E o que é viver intensamente para essas pessoas? – É se embebedar, é se empanturrar de comida (enquanto alguém ao lado passa fome); é o homem ter várias mulheres e as mulheres vários homens; é viver na promiscuidade, no adultério; é acumular riquezas materiais. E você vai se calar diante disso? Claro que não!

                Devemos viver a vida intensamente sim, devemos viver cada dia como se fosse o último. Não na idolatria do sexo, na idolatria do dinheiro, mas na busca do verdadeiro deus, na busca de Jesus. Está na Palavra, em Lucas 12,35; não sabemos quando Jesus vai voltar, tampouco sabemos quando estaremos diante de Deus prestando contas dos nossos atos. A Palavra de Deus também diz, de que vale ganhar o mundo inteiro e perder a vida eterna? Vigiai e orai; vivamos de tal maneira que quando chegar a hora possamos encarar Deus face a face e permanecermos vivos na eternidade.

                Abramos nossos olhos e ouvidos a Deus e fechemos olhos e ouvidos aos apelos mentirosos do mundo. Vivamos dignamente e anunciemos Jesus. Não nos calemos diante da iniqüidade; contra ataquemos e anunciemos Jesus ao mundo.

                Não se deixe derrotar, seja vitorioso. Jesus está chamando; Ele quer te dar a vitória, irmão. Se você ouviu o chamado de Deus, diga sim, faça como Maria: Eis aqui a serva do Senhor; eis aqui o servo do Senhor! Sejamos vencedores, não por nossos méritos, mas pelo amor e misericórdia de Jesus, pela salvação que Ele nos trouxe.

                Nós do núcleo anunciamos o amor de Deus e Jesus Salvador, não porque somos melhores ou mais sábios. Poderemos ser menos sábios e menos inteligentes que vocês. Estamos aqui porque Deus nos capacitou. Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Vocês já devem ter ouvido ou lido esta frase. E Deus quer capacitar você meu irmão, minha irmã. Deus quer te capacitar. Deus quis precisar de mim, quis precisar de vocês; Deus quis precisar de nós. Ele é o mestre da obra, somos seus operários. Lembro-me dos versos de uma canção: “Não fui eu que Te escolhi, mas Tu que me escolheste; da mesma forma ajuda-me a dar os primeiros passos”. O passo foi dado por quem está orando, pregando, louvando. Peça a Deus para que Ele te ajude a dar esse passo.Glória a Deus! Amém.

               


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Sab 16,1-10 – EQUIDADE (Deus nos Trata com Justiça)

 

F

alaremos de eqüidade. Eqüidade significa justiça; justiça natural e aqui, justiça divina. Deus trata cada um segundo seus méritos, ou seja, conforme nosso merecimento. Leiamos Sab 16,1-10 (...).

            O que lemos nos remete ao livro do Êxodo, as dez pragas do Egito.

            As tribulações acontecem, não por vontade de Deus, não são enviadas por Deus como castigo, mas para nos advertir. As tribulações acontecem porque muitas vezes nos afastamos de Deus e nos tornamos vulneráveis. Isso não significa que não teremos tribulações se estivermos com Deus, até porque caminhar na fé não é estar vacinado contra os males do mundo. Não podemos nos esquecer que Jesus para ser glorificado teve antes, que passar pela cruz. E muitos de nós seremos provados na tribulação! Tribulação, dores, decepções, todos teremos, mas se estivermos vivendo nossa fé em Cristo Jesus, o mal pode até afetar nosso corpo, pode até mesmo afetar nossa mente, mas nunca vai afetar nossa alma, nunca a nossa alma! Ao passo que estando longe de Deus, vivendo e gostando do pecado, o mal irá “torcer”a nossa alma, machucar, dilacerar a alma e a dor nos atingirá profundamente. Por isso é muito importante que creiamos naquele que se fez homem e deu a vida por nós; verteu seu sangue por mim, por você, por todos.

            Pela cruz, Cristo nos salvou, pela cruz Cristo remiu o mundo inteiro, pela cruz fomos libertos do pecado. Jesus morreu na cruz humano e ressuscitou glorioso, divino. Pelo sangue de Jesus a cruz foi transformada de instrumento de suplicio em símbolo de salvação.

            O versículo 6 diz: (...). Isto tem um significado muito importante.  O que é para nós a serpente de bronze? Ela prefigura Cristo na cruz. Olhe para a cruz e veja o penhor da nossa salvação.

            Crê no Senhor Jesus e será salvo tu e tua casa, diz a Palavra e a Palavra de Deus é verdadeira. Mas será tão simples assim? Jesus nos salvou, pela fé somos justificados, mas temos que viver a fé, viver na fé, viver pela fé. Temos que nos colocar debaixo da cruz e deixar que o sangue de Jesus goteje em nossa cabeça! Mas como? Jesus foi crucificado há dois mil anos atrás... Mas ele esta vivo, ele está no meio de nós e oferece todos os dias sua carne e seu sangue. É preciso que abramos nosso coração e entreguemos a Jesus para que ele faça morada plena em nós. O crucificado nos salvou, o ressuscitado quer nos curar e libertar!

            Glorifique, louve a Deus, louve Jesus, louve aquele que pela Santa Cruz remiu o mundo. Amém.


            


sábado, 7 de novembro de 2020

Romanos 10, 14-18 - Anúncio

 


 N


o tempo de Jesus na terra, o exército romano havia conquistado todo o mundo conhecido, para glória de César e enriquecimento do império. Jesus veio ao mundo para conquistar os corações para o reino de Deus. E continua fazendo isto até hoje e quer servir-se de nós para dar continuidade a sua obra. Para isto Deus nos deixou a sua palavra, as sagradas escrituras.

            A Palavra de Deus é alimento da alma, bússola para nosso caminho e como a própria bíblia diz, lâmpada para nossos pés; é archote que ilumina nossa jornada. A Palavra de Deus é nossa arma; é espada de dois gumes que separa a medula da carne, que penetra fundo os corações, trazendo não morte, mas gerando vida. Diz-se por aí que a bíblia do católico tem cheiro de mofo – fica no fundo da gaveta junto a papéis velhos – e a bíblia dos protestantes cheira a desodorante – fica embaixo do braço. Bíblia não tem cheiro. Aliás, se Deus tivesse cheiro, a bíblia teria o cheiro de Deus. A bíblia tem que ter aspecto de usada; quanto mais amarrotada, quanto mais amassada, melhor.

            Quero aqui dar um testemunho. Testemunho de real valor, pois a pessoa citada está presente. Esta pessoa sofre de insuficiência renal crônica e precisa se submeter a tratamento de hemodiálise em dias alternados; enquanto a máquina filtra e depura seu sangue durante uma manhã inteira, ele não perde seu tempo, não deixa o tempo passar lendo revistinhas ou jornais. Ele ganha tempo com a Palavra de Deus, lendo a bíblia. Enquanto a máquina limpa e purifica seu organismo, a Palavra de Deus limpa e purifica a sua alma!

            A bíblia fechada é um livro como qualquer outro; aberta, é a boca de Deus falando ao leitor. A bíblia não é simplesmente um livro que conta a história de um povo, a vida de Jesus ou dos apóstolos. A bíblia nos apresenta a revelação divina ao longo da história, através dos patriarcas, dos profetas, e que culmina com Jesus, o próprio Deus encarnado. O Evangelho não são só palavras impressas em folhas de papel, tampouco é simplesmente uma boa nova; o Evangelho é revelação! Como tal deve ser lido; em atitude de reverencia, de oração.

            A palavra chega até nós pelos olhos quando lemos a bíblia, pelos ouvidos, quando ouvimos uma pregação, passa pela nossa mente e vai ao coração, onde frutifica e tem o efeito de mudar a nossa vida. Mas não deve ficar guardada, deve refluir até nossos lábios e ser proclamada, passada a outros que necessitem de conversão. Temos que anunciar Jesus, pregar a sua palavra. Para isso temos que ser íntimos de Deus, ter fé inabalável, perseverantes na oração e principalmente falar a verdade, pois iremos anunciar a verdade, o caminho e a vida.

            O melhor exemplo de pregador é o próprio Jesus. Ele anunciou com maestria o reino de Deus. O segundo é Paulo, o grande divulgador do Evangelho. Paulo não só proferiu a palavra verbalizada, como a palavra escrita; a maior parte do Novo Testamento é obra de Paulo. Depois Pedro, que pregava com simplicidade. Era direto e objetivo; com poucas palavras convertia multidões.

 Para Deus não há tempo. O tempo é uma invenção humana e o homem se tornou prisioneiro do tempo. Muitos pregadores caem na armadilha do tempo, supondo que boa pregação é pregação longa, demorada. Há belas pregações em 1 hora, como há belas pregações em 10 minutos. O que importa não é a extensão, mas o conteúdo da pregação e que o ouvinte possa assimila-la.

Deus nos convoca para anuncia-lo e quer de nós uma resposta.Quando digo nós, não refiro-me somente a quem está ministrando, refiro-me também a vocês. Porque vocês fazem parte desse grupo de oração, dessa comunidade, do povo de Deus. Convide alguém que esteja afastado da igreja a vir à missa e depois lhe fale de Jesus. Visite um doente, ore por ele, fale a ele do amor de Deus, independentemente da situação difícil em que ele possa se encontrar. Não tema, não se acanhe em anunciar Jesus às pessoas. Eu, você, nenhum de nós é capaz de mudar o mundo, mas podemos – e temos o dever de faze-lo – mostrar, apresentar aquele que tudo pode mudar, que faz novas todas as coisas: Jesus Cristo. Amém.


sábado, 31 de outubro de 2020

Os 1,2-9 – Infidelidade

 

P

ela terceira vez Deus nos dá esta Palavra. Exatamente esta mesma Palavra. Duas vezes no grupo de oração de quarta feira à noite e agora para nós esta tarde. Isto significa que Deus tem um recado muito forte, contundente, a nos transmitir.

            Oséias desposou uma mulher, Gomer, que o traiu prostituindo-se. Oséias amava esta mulher, mas ela retribuiu este amor com traição; Deus amava o povo de Israel e este lhe pagou com traição, adorando falsos deuses. E nós? E Você? Deus nos ama e da mesma maneira como Gomer traiu Oséias e Israel traiu Javé, nós somos infiéis a nosso Deus, nos entregando a idolatria das coisas que o mundo nos oferece.

            O v. 4 nos diz....(...). Jezrael significa Deus semeia. É também o nome de uma planície onde vários reis foram massacrados. Daí se conclui que Deus deixaria de atender esse povo, mas ao mesmo tempo, devido ao significado real do nome (Deus semeia) é a promessa do surgimento de um novo povo, um povo remido.

            Diz o v.6...(...). Lo Ruhama quer dizer não amada, aquela que não se tem afeição. Aí o Senhor perde o afeto por seu povo; na verdade não deixa de amar, pois Deus jamais nos abandona nem deixa de amar seu filhos; ocorre que por nossas faltas nos distanciamos de Deus e nos tornamos inatingíveis por seu amor.

            Por fim os vv. 9s nos dizem...(...). Lo ami, ou seja, não meu povo. É o rompimento total com Deus. É o abandono do povo a própria sorte; por sua infidelidade o povo se afasta do Senhor e sofrerá as conseqüências da falta de Deus em suas vidas.

            Irmãos, irmãs, não quero – e creio que nenhum de nós queira – ser ovelha sem pastor; não quero ser indigno de compaixão, desprezado por Deus; não quero ser abandonado, indigno de pertencer ao povo de Deus; não quero ser deserdado, quero ser herdeiro das promessas de Deus. Mas para isso temos que ser fiéis a Deus como Deus é fiel conosco.

            Onde está nossa infidelidade? Somos infiéis quando deixamos de ouvir Deus e damos ouvidos aos clamores do mundo. Quando nos envolvemos com falsas doutrinas, filosofias da chamada nova era, esoterismo, superstições, crendices, espiritismo, etc. Quando buscamos a cura divina através de Jesus, mas ao mesmo tempo – “por garantia”- buscamos curandeiros, pais de santo,   banhos de arruda e outras tantas bobagens. Somos infiéis quando contrariando a doutrina da Igreja e a Palavra de Deus, acreditamos em reencarnação. Não há reencarnação: “Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na ressurreição da carne, na vida eterna!” Na ressurreição da carne, não na reencarnação. Ninguém vai e volta, vai e volta, se purificando de pecados, purgando em vida mazelas passadas. Vivemos e morremos apenas uma vez, sendo purificados no sangue precioso de Jesus! Vivemos uma vez e para sempre, morreremos uma única vez passando para a eternidade, e um dia haveremos de ressurgir num corpo glorioso, como o corpo do Cristo Ressuscitado. Ver 2 Sm 14,14 e Hb 9,24-28.

            Não podemos servir a dois senhores, diz a Palavra de Deus em Mt 6,24. Não podemos ser cristãos e espíritas, umbandistas, ou qualquer outra coisa. Não podemos beber o cálice da salvação e ao mesmo tempo a taça de veneno; não se comunga o Santo Corpo do Senhor na ceia Eucarística e depois ir freqüentar terreiros de macumba. Isto é infidelidade, é adultério! Dirão: ele está se repetindo. Sim, estou me repetindo pela enésima vez. O próprio Senhor Deus repetiu a Palavra base desta pregação três vezes. Isto tem um propósito, pois Deus nada faz em vão: da mesma maneira que o mundo nos bombardeia constantemente com seus falsos valores, Deus está contra atacando e nos advertindo também de modo continuo, impregnando em nós a sua Santa Palavra. Louvado seja Deus por não nos abandonar, apesar de nossas faltas. Podemos nos considerar como aquele povo remido, o novo povo – Deus semeia – lembram-se do inicio da pregação? Abramos nossos corações e acreditemos efetivamente que debaixo dos céus nenhum outro nome foi dado pelo qual devamos ser salvos. Esse nome é Jesus Cristo, diante do qual dobramos nossos joelhos e rendemos graças. Sejamos fiéis a Ele, como Ele é fiel. Amém.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Lc 1, 30-38 – Maria Imaculada

 

D

 

eus usou uma terra pura, imaculada, para formar Adão, o primeiro homem. Do mesmo modo, utilizou-se de um ser puro, imaculado, especialmente concebido sem o pecado original para gerar Seu Filho, o novo Adão. Do ventre puro de Maria, pelo poder do Espírito Santo foi concebido, gerado e veio ao mundo Emanuel, Deus conosco, Jesus.

                Convido-os a abrir a Bíblia em Lucas, capitulo 1, versículos 30 a 38.

                O anjo anunciou a Maria e ela concebeu do Espírito Santo, lemos. Ave Maria, Salve agraciada, Salve Maria cheia da graça Divina... Estas são palavras do próprio Deus através do Arcanjo São Gabriel. A oração da Ave Maria não foi escrita por nenhum homem, não foi inventada por nenhum padre – Ao menos a primeira parte; a segunda foi um acréscimo da Igreja. – A oração original foi proferida por Deus, que fez Maria uma criatura especial, não por méritos pessoais dela em si, mas pela vontade irrefutável Dele. Maria abriu o coração e disse sim a Deus. Daí ela nos trouxe o Salvador, aquele que veio nos redimir de todo o mal; aquele que enquanto esteve entre nós em carne e sangue, sangue puro de Maria, ensinou sua doutrina, curou, libertou, expulsou demônios e nos transformou em novas criaturas, em filhos do novo Adão, do novo homem. E que hoje, pela ação do Espírito Santo continua curando, libertando, restaurando, forjando em nós novas criaturas. Por Adão e Eva o pecado entrou no mundo. Por Maria a nova Eva, veio Jesus o novo Adão, que trouxe a salvação, o que tira os pecados do mundo.

             

   Maria não se incomoda se você não reza para ela; ela está na glória, ao lado de seu filho Jesus Nosso Senhor. O fato de rezar ou não em seu favor, é indiferente para ela. O que aborrece Maria não é esquecer-se dela, o que a aborrece é esquecer-se de Jesus. Ela fica muito mais feliz quando você ouve suas palavras e as cumpre quando ela insiste em dizer, faça tudo que meu filho disser; do que quando se reza mil “Aves Marias”, centenas de rosários e não se faz a vontade de Jesus. Mesmo que nos esqueçamos dela, ela nunca se esquece de nós; ela intercede sempre, reforçando, confirmando, repetindo nossas orações junto a Jesus. Do alto da cruz, Jesus nos deu Maria como mãe e nós católicos não somos filhos ingratos nem desobedientes, por isso veneramos Maria, como mãe de Jesus Cristo e nossa mãe também. Por isso rezamos a oração da Ave Maria, não como súplica, mas como reverência, como louvor a Maria. Porque quem louva a Mãe, louva o Filho. Quem caminha de braços dados com Maria, por certo caminha com Jesus e quem caminha sem Maria nem sempre tem Jesus a seu lado.

                Em Jo 2, 1 e seguintes, temos as bodas de Caná. Aí Jesus faz seu primeiro milagre público, aí Ele se revela ao mundo. E vemos com toda a clareza que Jesus assim fez por causa da intervenção de Nossa Senhora. Maria não faz, Maria não é deusa, Maria não tem poder de executar o milagre, mas intercede para que o milagre aconteça, por Maria Jesus antecipa a graça. Você pode prescindir de Maria e pedir diretamente a Jesus. Ele certamente lhe ouvirá. Se você pedir a Jesus juntamente com Maria, Ele ouvirá e agirá. Não foi assim em Caná?

                Faça tudo que Jesus lhe disser, Maria está pedindo a você neste momento. Abra seu coração e diga, como Nossa Senhora, sim ao Deus que nos criou. Diga sim, eis aqui o teu servo, a tua serva, faça-se em mim conforme tua Palavra. Amém.


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Am 4,4-12 – Impenitência

 

O

 profeta Amós era pastor em Técua, próximo a Belém. Viveu sob o reinado de Jereboão, rei de Israel. O texto fala da infidelidade e impenitência do povo de Israel frente a Deus Todo Poderoso. Devido ao afastamento de Deus, o povo sofria tribulações de todo tipo.

            E daí? Alguém questiona. Que tenho eu a ver com isto? Respondo: tem tudo, tudo a ver. Porque somos todos como aquele povo, todos, sem exceção.

            Da última vez que Deus me deu a graça de proferir uma pregação, falava eu na ocasião, da insatisfação de Deus com o nosso proceder. Do que ele pedia e nos lhe davamos; das migalhas que sobravam e lhe eram oferecidas. Falava da cobrança de Deus, visando a mudança de nossos atos. Nesses tempos de racionamento de energia elétrica em que vivemos, o apagão seja só no campo material. No espírito, no coração, haja luz em abundância para anunciar e denunciar. Anunciar Jesus e denunciar as mazelas do mundo. Isto não é só pra mim ou para os demais servos do grupo de oração; é para todos. Nossa missão é levar a mensagem do Cristo Ressuscitado ao nosso povo, tão carente e vulnerável aos harpões afiados das falsas doutrinas e seitas oportunistas.

            Os vv. 4s falam de oblação com fermento. Oblação com fermento é oferta impura! É como comungar do Corpo de Cristo sem estar devidamente preparado. Tomar a Hóstia indevidamente é causa de juízo e condenação; é agravar o pecado anteriormente cometido. E quantos “católicos” comungam e freqüentam terreiros de macumba, exercem práticas esotéricas! Em Mt 6,24 Jesus diz: (...)... Católico é católico, espírita é espírita, não há que se misturar coisas que não podem ser misturadas. É como água e óleo, não são miscíveis. Sê quente ou frio, porque morno Ele te vomita.

            Muitos se afastam da Igreja, se afastam até mesmo de Deus, pois não conseguem esperar o tempo da graça. São impacientes, querem pra hoje, pra já. Pedem e não aguardam a resposta a seu devido tempo. Deus age a sua maneira, a seu tempo. Fé, esperança, significa segurar-se em Jesus diante das dificuldades, persistindo nas suas promessas mesmo quando não vemos seu cumprimento. Manter-se sempre fiel a Deus, não buscar outros caminhos, porque Deus é fiel cumpridor de suas promessas.

            A parábola do jovem rico fala do rapaz que não seguiu Jesus porque era muito rico e apegado a seus bens. Quantos de nós deixamos também de seguir Jesus devido a nossos apegos; nem sempre apego a coisas materiais, mas a valores falsos do mundo. Negamos o amor de Jesus por não nos desvencilharmos do pecado a que nos prendemos e que pesa sobre nossos ombros. Nossa sorte é que Deus é Deus e Deus é amor. A misericórdia de Deus é maior que sua justiça. Sua misericórdia e compaixão se estendem a todos. Ele não julga segundo a lei, mas com sua misericórdia, por isso a punição merecida é transformada em perdão. A justiça Divina é a misericórdia, não a lei!

            Por seu imenso amor, o Pai nos deu Jesus. Jesus que dos braços de Maria aos braços da cruz nos trouxe a salvação. Diz a Palavra em Col 2,13s (...)... Esse documento era a carta que nos condenava, a folha corrida dos nossos pecados. Ela foi rasgada, pregada na cruz e lavada com o sangue de Jesus. Aleluia! Para merecer a remissão é essencial renunciar ao pecado, querer a salvação. É necessário seguir Jesus, ouvir Jesus, obedecer a Jesus. Como disse Maria com toda simplicidade: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.Amém.   

 


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Zac 2,5-9 – Nova Jerusalém

 


 

A

  leitura faz citação a um “medidor”, um agrimensor. A figura do agrimensor na Bíblia representa aquele que vem iniciar os preparativos para uma restauração, uma reconstrução. No caso, a restauração de Jerusalém, aqui figura da Igreja. As nações hostis que a cercam, são hoje o mundo, o secularismo, a nova era e tudo que investe contra a Igreja. O v.5 nos mostra então, o inicio da restauração da cidade. O v.8 nos remete a uma nova Jerusalém, sem muros, aqui representando a expansão da Igreja de Cristo. O v.9   diz que o próprio Deus a guarnecerá, que Ele próprio a habitará.

            Sem a Igreja somos ovelhas perdidas, ovelhas sem pastor. Ovelhas são animais ingênuos, dóceis, indefesos. Não sabem nem mesmo distinguir entre a relva que alimenta das ervas daninhas. Necessitam de um pastor para orienta-las, leva-las ao campo onde encontrem pasto.  Do contrário, sós e famintas, comem tudo que encontram e correm o risco de morrer envenenadas. O grande redil, o aprisco onde as ovelhas (que somos nós) encontram pasto, abrigo e proteção é a Igreja! Igreja humana e divina. Imperfeita enquanto humana, no entanto perfeitissima na divindade. A encíclica Lumen Gentium diz: “A Igreja é o sacramento universal da salvação”. A Igreja que foi criada, fundada por Jesus, manifestada em pentecostes pela efusão do Espírito Santo, mas idealizada, concebida no coração do Pai desde o gênese, na criação. No antigo testamento, o povo eleito, Israel, já prefigurava a Igreja.

            Na parusia (retorno glorioso de Jesus a terra) Jesus virá resgatar sua igreja. Não só a igreja peregrina, mas também a igreja padecente, porque haverá somente uma dimensão da igreja, a igreja triunfante na glória eterna de Deus. Portanto, temos que ser igreja, viver como igreja.  Ser igreja é: 1o ) Viver conforme a Palavra de Deus. Fazer tudo que Jesus falou no Evangelho; ouvir, obedecer, seguir Jesus. 2o ) Obedecer aos mandamentos da Igreja; obedecer seus preceitos e recomendações. 3o ) Abrir-se a ação do Espírito Santo. Até porque quem se abre ao Espírito Santo irá fazer todo o resto. Estas três condições não são alternativas, ou seja, fazer um ou outro. É preciso fazer os três simultaneamente. É preciso ao mesmo tempo viver o Evangelho, obedecer a Igreja e submeter-se ao Espírito Santo.

            A Igreja de Cristo é como uma grande árvore, cuja raiz é a igreja primitiva, o tronco é a Igreja Católica e os ramos principais, ligados diretamente ao tronco, são as Igrejas irmãs que convivem fraternamente, num diálogo ecumênico, reconhecendo-se mutuamente. Além de ser corpo místico de Cristo, do qual Ele próprio é a cabeça e nós os membros, a Igreja pode ser considerada nossa mãe: Sancta Mater Eclesia – Santa Madre Igreja. A mãe que nos gerou para a vida cristã pelo batismo; a mãe que nos nutre, alimenta, sustenta pela eucaristia; a mãe que nos lava do pecado através da confissão; mãe que leva ao altar para o matrimônio; que cura na unção dos enfermos. Citamos vários sacramentos, entre os quais dois que só a nossa igreja, a Igreja Católica Apostólica Romana possui: a confissão e a eucaristia. Eucaristia, presença real de Jesus Cristo na hóstia consagrada. O católico que duvidar da eucaristia não é verdadeiro católico; está na igreja, mas não é igreja. Aceitamos a eucaristia pela fé, mas Deus ainda assim dá provas concretas de sua realidade. Deus não subverte a natureza, portanto nessa questão que foge a lógica humana, Ele nos revela a verdade através dos milagres eucarísticos, a citar, Lanciano, Cássia e outros, ocorridos ainda em nossos dias.

            Abraçamos nossa fé, vivamos a Palavra de Deus, obedeçamos ao magistério da Igreja e abramos o coração ao Espírito Santo, assumindo dia a dia o batismo no Espírito Santo, sendo verdadeiros católicos carismáticos. Amém.

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sábado, 3 de outubro de 2020

Naum 1,2-11 – IRA DE DEUS

 

O

ráculo contra Ninive. Relata as profecias contra os ninivitas e anuncia a queda do reino assírio. Os assírios oprimiam o povo de Deus; eram inimigos de Israel.

            Esta aparente ameaça é na verdade um libelo de Deus. Isto é evidenciado pelo v.7, que nos mostra não uma fúria cega, mas a ira de Deus contra o inimigo. Ele sabe muito bem distinguir quem é o inimigo e quem lhe é fiel. Deus se levanta contra o inimigo, mas é bom para quem está com ele.

            Vivemos o advento, tempo de esperança e Deus vem nos alertar contra o inimigo dele e inimigo nosso também. Deus nos chama a verdadeira conversão; nos convida a abrirmos o coração e deixar que Jesus venha e faça morada em nós. Que Jesus nasça e renasça dia a dia em nós. Esta ameaça de Deus (A pericope lida) não é para mim nem para vocês – A não ser que esqueçamos Deus e ouçamos o mundo – é para o inimigo.  Tomemos posse do v.7, que diz ... (...). Este sim é para nós.

            Quem é o inimigo hoje? É o mundo, são as tentações, é a nova era com suas filosofias anticristãs. São as falsas doutrinas, é a idolatria, é o hedonismo. É a dubiedade de comportamento: pessoas que se dizem católicas, mas acreditam e aceitam inverdades que nada têm a ver com o cristianismo. É comungar na missa e depois bater tambor na macumba. É se dizer católico e aceitar as porcarias que o mundo impinge. Eis o que diz a Palavra em 1 Cor 10,21.23 (...). É a respeito desse tipo de coisas que Deus nos adverte hoje, nos advertiu ontem e não se cansa de nos advertir e nos advertirá sempre, enquanto houver impiedade e iniqüidade.

            Deus não lhe quer como a porcelana ou o cristal que se quebram com facilidade. Deus lhe quer com a têmpera do aço – Não o coração; o coração ele quer tenro e afável. Ele quer fortalecer a sua fé, o seu caráter de cristão. Ele lhe quer revestido com a couraça da justiça, com a armadura da fé, conforme Efésios 6, versículo 10 em diante. 

            Para mostrar que Deus é por nós e não contra nós, citarei uma profecia que nos foi dada há algum tempo atrás: “Amados meus, filhos meus, minha destra está sobre vocês. Eu os amparo, Eu os acolho. Eu derramo meu amor sobre vocês e ao derramar meu amor, derramo-me Eu mesmo sobre vocês. Abram seus corações e permitam que Eu habite na essência do seu ser. Deixem-se amar... “.

            Tomem posse desta profecia, deixem-se amar, tomem posse irmãs, irmãos. Deus falou a vocês. A profecia não foi dada hoje, já faz algum tempo, mas o Senhor está repetindo esta mensagem para vocês agora. Tomem posse; o tempo é hoje, a hora é agora! Amém.


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Naum 2,1-5 – A Derrota do Opressor

 

Q

uando explicamos uma Palavra (pericope) é necessário situar essa palavra no contexto em que ela se passa. Deve se levar em conta o momento histórico e a situação do povo e/ou dos personagens envolvidos. Daí então se tira a Palavra Rhema, ou seja, a mensagem de Deus para nós no momento atual. O livro do profeta Naum nos mostra a destruição de Nínive, que representava o Império Assírio, o qual oprimia todos os povos da Ásia Menor. A Palavra nos mostra a alegria do povo de Israel por se ver livre de tão cruel opressor.

            Quem nos oprime hoje? O mundo com seus falsos valores; o diabo com suas tentações. O v.2 diz: (...). Destruidor: o inimigo, o tentador. O inimigo procura colocar empecilhos a nossa vida espiritual; procura afligir-nos com tentações, opressões, obsessões, excessos; tenta induzir-nos a uma vida desregrada, busca desenfreada do prazer, do ter, do poder, da ambição desmedida, da ganância... Por conta disso devemos estar atentos, alertas. Principalmente devemos tomar cuidado com o nosso linguajar, pois todas as vezes que murmuramos contra Deus, quando lançamos imprecações, quando amaldiçoamos, quando falamos palavrões, afastamos os Anjos de Deus; os anjos retiram-se. – Da mesma forma como na oração com poder no nome de Jesus expulsamos os demônios, afugentamos os anjos com palavras de maldição! – Aí o inimigo toma o lugar deles. Cuidado, muito cuidado com o que dizemos. Diz a Palavra de Deus em Mt 15,10: O mal é o que sai da boca do homem. O inimigo é como o leão que ruge pronto a nos devorar, diz Pedro em sua carta primeira; portanto devemos estar sempre vigilantes, revestidos da couraça da justiça, do evangelho da paz e da espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.

            O v.1 fala do mensageiro que traz a noticia da queda do opressor. Fala daquele que traz a boa nova da esperança. Quem hoje nos traz esta palavra, nos traz a promessa de libertação e da cura de todos os males, é Jesus. Jesus Cristo Nazareno, Jesus Salvador, Jesus filho de Maria. Jesus, a maior prova do amor de Deus; Jesus, a sublimação, a consumação do amor de Deus Pai pelos homens. Quando aceitamos a salvação, a redenção que Jesus nos trouxe e nos oferece, quando nos deixamos impregnar da presença do Espírito Santo, quando procuramos os irmãos a fim de partilhar os dons recebidos, aí então teremos derrotado o opressor.


            Somos produtos do meio em que vivemos. Se pactuarmos, se compartilharmos o que o meio nos oferece, estaremos inseridos nele e faremos parte dele. No entanto, se nos apartarmos, se rejeitarmos o que nos é oferecido, estaremos nele mas não faremos parte dele. Este deve ser o procedimento do cristão: estar no mundo e não ser do mundo. Amém.