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azendo uma leitura mais atenta do livro do Eclesiastes, observamos que
Coélet ( o Eclesiastes) era um homem muito pessimista, mas ao mesmo tempo de
profunda religiosidade. Via com olhos críticos o ambiente que o cercava, sem no
entanto perder a esperança e sabia que a solução de todos os problemas da
humanidade só poderiam vir de um: Deus. Vejamos o trecho Ecle 7,5-14.
V.5:
“E melhor ouvir...”-Não deixemos nos envolver por elogios fáceis. Muitas vezes
uma critica bem colocada, bem dirigida, nos edifica, nos corrige, nos faz
endireitar. Ao passo que um elogio, muitas vezes falso, nos envaidece e pior,
nos faz permanecer no erro.
V.7: “A opressão torna...”-Os
presentes corrompem o coração. Quantos são “comprados” por presentes, mimos,
elogios!
V.8: “Mais vale...”-Deus olha com
muito mais atenção e complacência para aquele que sabe ser paciente, que tem
fé, que não se abala com facilidade; para quem persevera esperando o tempo da
graça acontecer. Já o orgulhoso é auto-suficiente, pensa que não precisa de
ninguém, nem de Deus!
V.9: “Não ceder...”-Irritação,
ressentimento, falta de perdão, desamor... O rancor é responsável por diversas
doenças, desde as de fundo emocional como as do corpo. O testemunho de fiéis e
a própria ciência reconhece que doenças como artrite, hipertensão arterial,
úlceras gástricas, depressão, têm entre outros fatores, origem em distúrbios
emocionais. E nós sabemos que falta de perdão, mágua, provocam esses e outros
males.
V.10: “Não digas jamais...”-Vivamos
o hoje, vivamos o agora. Deus não quer ninguém preso ao passado nem
demasiadamente preocupado com o futuro. Passado é passado, o que passou passou
e o que há de vir só Ele sabe. Passado
são apenas lembranças, boas que podemos reviver na memória ou más, que lutamos
para esquecer. Deus nos quer santos agora, para vivermos o futuro na
eternidade. Vide v. 14.
V.13: “Considerai a obra de
Deus...”-Deus é eterno, suas leis são eternas, seus mandamentos são eternos.
Essa onda de ataques a Igreja, alegando que a Igreja é retrógrada, que vive no
passado, é atitude que quem vive no erro e quer se desculpar. A sociedade muda,
mas Deus e sua Palavra são imutáveis, assim como as leis e a doutrina da
Igreja, depositária do legado divino. Pecado era pecado ontem, é pecado hoje,
será pecado amanhã e será pecado sempre, até o fim dos tempos.
Por fim contaremos uma estorinha que
fala de um homem que se julgava sábio e a quem faltou sabedoria e discernimento
dos desígnios de Deus. Esse homem era religioso, conhecia a palavra de Deus,
mas na verdade não a entendia como deveria ser entendida; interpretava-a a seu
modo, de acordo com sua conveniência. Ele, como todos nós, carregava a sua cruz
– estava de acordo com a Palavra de Deus quanto a cada um tomar sua cruz e
seguir Jesus. – Mas não se conformava com a dimensão da sua cruz, achava-a
grande e pesada demais, ele não merecia tanto. Clamou a Jesus para ameniza-la.
– de acordo com a passagem em que Jesus diz que, o que pedirmos em seu nome o
Pai nos dará. – Assim fez Jesus, diminuindo consideravelmente o tamanho e peso
da cruz. Mas o homem não ficou satisfeito e pediu a Jesus para diminui-la mais
ainda. Jesus o atendeu outra vez. Assim foi pedindo, pedindo, até carregar uma
minúscula cruz, uma cruzinha. E sorridente, caminhava em meio a outros que
arrastavam cruzes enormes. Ia
assoberbadamente pensando: “Esses são pecadores, estão longe de Deus, carregam
essas cruzes porque são conformados e não buscam Jesus. Eu não, eu sou abençoado,
eu gozo da amizade de Jesus, tudo que eu peço ele faz. Aliás, ele tem que
fazer; ele prometeu...”
Fim
da jornada. Um fosso imenso e profundo os separa de um vale verdejante, onde
Jesus, cercado de anjos, os espera de braços abertos. Todos lançam suas cruzes
sobre o fosso e as usam como ponte. O homem que se julgava especialmente
abençoado, frustrado, não tem o que usar como ponte, pois a cruz que carrega é
pequena demais. Ele não alcançou a terra prometida. Esquecera-se daquela outra
passagem bíblica; a que Jesus diz que nem todo aquele que diz Senhor Senhor
entrará no reino dos céus. Amém.
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