O Senhor concede o dom de línguas para todos
Em Pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a orar, louvar e cantar na língua nova do
Espírito, o primeiro dom a ser manifestado. Alguns interpretaram o
acontecimento e disseram: “Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias do
Senhor, e nós as estamos entendendo com o coração”. Outros estavam ali como
curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro
explicou: “Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de
Joel”.
Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira
coisa da qual nos enchemos é de oração, porque o Espírito do Senhor é a ligação
entre o Pai e o Filho, e a oração é a comunicação entre Eles; o Filho que fala
ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da
Trindade é feita pelo Paráclito; e Este é oração. Além disso, Ele é a ligação
entre Deus e nós. A oração que vai e volta.
Quando somos introduzidos no Espírito de Deus, saímos cheios
de oração, porque o Paráclito é uma oração de fogo, infalível. Nós damos o
combustível, que é o nosso ar; movemos nossas cordas vocais, a boca e a língua;
geramos sons. E o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós.
Você não imagina o valor dessa oração! Não somos nós orando
simplesmente, mas é o Espírito de Deus orando em nós!
O que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a
nossa inteligência. Nós movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a
língua, a boca e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo.
São Paulo explica isso na Epístola aos Romanos 8,26: “Do
mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois não
sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos
inefáveis”.
Essa explicação é bem simples: gemidos inefáveis, ou seja,
gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação.
Quando ora por seu filho ou sua filha, você sabe exatamente do que eles
precisam? Não. É por isso que o Espírito Santo vem em nosso auxílio, porque não
sabemos o que pedir nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e
em nosso favor com gemidos inefáveis.
Daí, as maravilhas acontecem, porque é o Paráclito orando
dentro de nós, por nós. São Paulo continua: “E aquele que perscruta os
corações sabe qual é a intenção do Espírito; com efeito, é segundo Deus que o
Espírito intercede pelos santos. (Rm 8,27). Portanto, o Ele sabe das nossas
necessidades e as apresenta
ao Pai, que só nos atenderá se o que pedimos for para o nosso bem e de acordo com o que deseja o Espírito.
ao Pai, que só nos atenderá se o que pedimos for para o nosso bem e de acordo com o que deseja o Espírito.
Quando oramos no Espírito, primeiro Ele intercede a Deus
de acordo com a nossa necessidade; depois; de acordo com aquilo que o Senhor
sabe, que a considera ser como o melhor. Portanto, a oração em línguas é
infalível; daí seu valor.
Na oração em línguas, o Senhor nos humilha e nos diz:
“Ponha-se de lado, porque agora Eu vou agir. Não me atrapalhe mais”. E o Senhor
entra em ação por meio do Espírito. Quando oramos em línguas, não temos o gozo
dos nossos sentidos, da nossa sensibilidade nem da nossa inteligência.
É por meio da oração em línguas que nos aproximamos de Deus.
Só assim a transformação começa a ocorrer em nosso coração, em nossa vida, na
vida daqueles que amamos. É pelos dons do Espírito e por seus frutos que o
mundo começa a ser renovado.
Deus quer essa graça para todos!
Artigo extraído do livro “Aspirai aos dons espirituais”,
de monsenhor Jonas Abib.
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