sábado, 27 de junho de 2015

BATISMO NO ESPÍRITO SANTO


Sobre os que creem é derramada a plenitude do Espírito Santo com a mesma força com que foi derramado em pentecostes; sobre todos que creem com fé expectante. Assim se realiza em nós o chamado batismo no Espírito Santo, expressão que pode ser substituída por efusão do Espírito Santo.  Efusão porque na realidade é um transbordamento, um derramar do Espírito em nós. Batismo porque somos mergulhados, simbolicamente, no Espírito Santo. Não confundamos com o batismo sacramental; BES não é um sacramento que é indelével, é uma relação pessoal de intimidade plena com o Espírito Santo e que deve ser continuamente renovada. Podemos então dizer que no batismo sacramental recebemos o Espírito Santo de modo infuso, ou seja, Ele é insuflado em nós, os batizados. Já no chamado batismo no Espírito Santo, Ele que já está conosco, age de modo efuso, movendo-se, preenchendo-nos por completo e transbordando na manifestação dos carismas.
Contudo o BES não é uma experiência emocional, mas uma experiência de fé. É a experiência concreta da graça de pentecostes. Muitos após experimentar o BES nada percebem de imediato, não se arrepiam, não sentem calor repentino, não choram, não sentem um palpitar agitado do coração; pensam que nada de extraordinário aconteceu. Mas se realmente foram dóceis ao Espírito Santo, abriram o coração e se deixaram envolver nos momentos de oração pela efusão do Espírito, com certeza, ao longo dos dias seguintes algo mudará. Serão atraídos pela Palavra de Deus e passarão a ler a Bíblia com mais frequência, entendendo de modo espontâneo as passagens que antes pareciam indecifráveis; terão mais zelo e compromisso com a Eucaristia, na comunhão e adoração; intensificarão os momentos de oração; perceberão em si a manifestação dos dons carismáticos, tais como o dom de línguas, palavras proféticas, de sabedoria, de ciência. Para que isso se efetive na vida do batizado (sacramento) é necessário o renovar constante da efusão do Espírito Santo (movimento).
Podemos afirmar convictos que todos somos carismáticos. Toda a Igreja é carismática. Só que alguns não se dão conta disso; não se abrem a ação do Espírito Santo, não vivem o múnus do batismo sacramental,     não se deixam alcançar pela efusão do Espírito e se fecham aos carismas. Dons infusos (os sete dons concedidos no Batismo) são dons de santificação. Os dons carismáticos (concedidos na efusão do Espírito Santo) são dons de serviço. E muitos não querem se comprometer com a obra do Senhor.       
Carismas são dons de serviço, como ferramentas; não como ferramentas que usamos a nosso bel prazer. Não temos os carismas numa caixa que transportamos, abrimos e usamos como e quando quisermos. Na verdade somos nós as ferramentas nas mãos de Deus, que nos utiliza quando e como lhe convém de acordo com os carismas que Ele nos concede. É certo que há dons carismáticos que usamos livremente tais como o dom de orar em línguas, o discernimento, palavras de sabedoria, fé carismática; porém a maioria dos dons de inspiração e poder vem diretamente de Deus a nós quando abrimos o coração e nos deixamos conduzir por Ele. Se formos impregnados pelo Espírito Santo, como disse certa vez D. Alberto Taveira, não viveremos num fogo de palha e sim na fornalha ardente do coração de Deus. Vivamos a experiência de pentecostes e as consequências edificantes do batismo no Espírito Santo.




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