Vi ou ouvi, não lembro quando, a frase: quando a chama da fé
enfraquece, acende a lâmpada da superstição. Fé é a iluminação interior que nos
faz crer naquilo que não vemos e/ou ainda não aconteceu. Superstição é
crendice, ideia falsa a respeito do sobrenatural. Pela fé, nós cristãos cremos
e aceitamos a encarnação da Palavra Viva, Jesus; também pela fé cremos que sua
morte de cruz é penhor de salvação para todos; cremos na sua ascensão aos céus
e no seu retorno. Ainda pela fé, nós católicos acreditamos na presença real de
Jesus na Eucaristia. Portanto, Jesus e seu sacrifício salvífico são o centro da
fé cristã.
Nós católicos cremos também na intercessão dos santos e
dos anjos, mas isso não invalida a premissa de que Jesus Cristo é o único
mediador entre Deus e os homens. Isso porque essa intercessão passa por Jesus,
ou seja, é efetuada em nome e através de Jesus; de outra forma seria ineficaz,
na realidade impossível. Jesus é a ponte que faz chegar ao Pai a súplica dos intercessores,
sejam os santos no céu ou nós na terra.
Aqui está de maneira super resumida o âmago da nossa fé. Não
é questão dogmática nem doutrinária, é pura e simplesmente questão fundamental
da fé cristã. O que estiver fora disso intrinsicamente é contrário aos
ensinamentos da Igreja.
A superstição onde entra? Já mencionamos aqui a respeito dos
folhetos contendo correntes de oração, novenas às almas aflitas, orações
(ditas) poderosas – não de intercessão, mas de atuação efetiva de santos
populares – deixadas na matriz paroquial. Quando as encontro, rasgo-as e jogo
no lixo. Certa vez ao fazer isso, fui interpelado por alguém que deixara tais
correntes; com paciência e afabilidade, apesar de certo destempero inicial da
pessoa, expliquei-lhe que aquilo não era o modo adequado de culto, aproveitando
a ocasião para anunciar o querigma. Tal pessoa acalmou-se, ouvindo com atenção
a explanação que culminou numa catequese básica.
Por que relato este episódio? Porque muitas pessoas não
conhecem sequer o básico, os fundamentos da fé. Sua fé é fraca, incipiente; não há luz
suficiente, apenas um lusco fusco. Aí então, como diz o ditado, a lâmpada da superstição
se acende e acende forte. O tipo de superstição comentado é apenas o mais leve.
Há piores, totalmente contrários à doutrina da Igreja, tais como a crença em
horóscopos, benzedeiras, quiromancia, cristais energéticos, sem citar as falsas
doutrinas.
Amados irmãos e irmãs, nos esforcemos para aprender ao menos
o mínimo necessário para professar a nossa fé com autoridade e segurança.
Sejamos íntimos da Palavra de Deus na leitura diária da Bíblia, aumentando
assim a intensidade da fé; consultemos regularmente o CIC (Catecismo da Igreja
Católica) para conhecer melhor o que nos ensina a Igreja a respeito dos dogmas
e da escritura sagrada. Assim a chama
da fé é intensamente aumentada, iluminando mais e mais nosso coração, nossa
mente, e apagando de vez a lâmpada da superstição.
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