Vaticano, 28 de setembro de 2012 (ACIDIGITAL)-
O jornal vaticano L'Osservatore Romano (LOR) assegurou que o papiro do século
IV apresentado dias atrás em uma conferência no qual se afirma que Jesus teria
tido uma esposa, é falso.
Em um breve artigo assinado pelo diretor do LOR, Giovanni Maria Vian, o jornal afirma a partir do seu título "De qualquer forma, uma falsificação", que o papiro analisado pelo perito italiano em língua copta, Alberto Camplani, professor de história do cristianismo da Universidade Sapienza de Roma não é fidedigno.
Essa casa de estudos foi um dos organizadores do congresso no qual realizou-se o anúncio da descoberta da inscrição da pequena parte de papiro de 3,8 x 7,6 centímetros.
Camplani assinala que "à diferença de outros papiros não foi descoberto em uma escavação, mas provém de um mercado de antiguidades, e requer a adoção de precauções, que excluam que este se trata de uma farsa".
O papiro em questão leva a frase "Jesus lhes disse, minha esposa" e foi apresentado pela investigadora do gnosticismo Karen L. King, da Universidade de Harvard, quem há anos tenta demonstrar uma tese feminista sobre um papel mais relevante das mulheres nas origens do cristianismo afirmando que os Apóstolos eram 11 homens e Maria Madalena.
Esta tese a mesma sugeriu em um livro titulado "As imagens femininas nos Evangelhos" que foi descartado por um prestigioso papirólogo alemão quem ao receber o manuscrito do texto assinalou que "não tenho mais o mínimo interesse neste texto por sua falta de seriedade".
Sobre o papiro do século IV, que circulou nos meios de comunicação com o questionamento do celibato de Jesus e portanto para os sacerdotes da Igreja Católica, o perito Camplani recorda ainda que a mesma King não acredita que ele seja uma prova de que Jesus esteve casado.
"Trata-se de expressões totalmente metafóricas, que simbolizam a consustancialidade espiritual entre Jesus e seus discípulos, que são ampliamente difundidas na literatura bíblica e na literatura cristã primitiva", explicou.
Por sua parte, Giovanni Maria Vian ressaltou que Karen L. King preparou toda uma estratégia para anunciar seu descobrimento "sem deixar nada ao azar: meios americanos foram advertidos e houve uma roda de imprensa prévia com King para preparar a exclusiva mundial, que, entretanto, foi posta em dúvida pelos especialistas".
Vian indica ademais que uma série de razões consistentes fazem pensar que o papiro é uma "torpe falsificação, como tantas que chegam do Oriente Médio".
"Fica uma imagem, absolutamente implausível, de uma leitura do fenômeno gnóstico, tendenciosa e infestada de uma ideologia contemporânea que não tem nada a ver com os fatos históricos do cristianismo antigo nem com Jesus. Em resumo, trata-se, em todo caso, de uma falsificação", conclui Vian.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24218
Em um breve artigo assinado pelo diretor do LOR, Giovanni Maria Vian, o jornal afirma a partir do seu título "De qualquer forma, uma falsificação", que o papiro analisado pelo perito italiano em língua copta, Alberto Camplani, professor de história do cristianismo da Universidade Sapienza de Roma não é fidedigno.
Essa casa de estudos foi um dos organizadores do congresso no qual realizou-se o anúncio da descoberta da inscrição da pequena parte de papiro de 3,8 x 7,6 centímetros.
Camplani assinala que "à diferença de outros papiros não foi descoberto em uma escavação, mas provém de um mercado de antiguidades, e requer a adoção de precauções, que excluam que este se trata de uma farsa".
O papiro em questão leva a frase "Jesus lhes disse, minha esposa" e foi apresentado pela investigadora do gnosticismo Karen L. King, da Universidade de Harvard, quem há anos tenta demonstrar uma tese feminista sobre um papel mais relevante das mulheres nas origens do cristianismo afirmando que os Apóstolos eram 11 homens e Maria Madalena.
Esta tese a mesma sugeriu em um livro titulado "As imagens femininas nos Evangelhos" que foi descartado por um prestigioso papirólogo alemão quem ao receber o manuscrito do texto assinalou que "não tenho mais o mínimo interesse neste texto por sua falta de seriedade".
Sobre o papiro do século IV, que circulou nos meios de comunicação com o questionamento do celibato de Jesus e portanto para os sacerdotes da Igreja Católica, o perito Camplani recorda ainda que a mesma King não acredita que ele seja uma prova de que Jesus esteve casado.
"Trata-se de expressões totalmente metafóricas, que simbolizam a consustancialidade espiritual entre Jesus e seus discípulos, que são ampliamente difundidas na literatura bíblica e na literatura cristã primitiva", explicou.
Por sua parte, Giovanni Maria Vian ressaltou que Karen L. King preparou toda uma estratégia para anunciar seu descobrimento "sem deixar nada ao azar: meios americanos foram advertidos e houve uma roda de imprensa prévia com King para preparar a exclusiva mundial, que, entretanto, foi posta em dúvida pelos especialistas".
Vian indica ademais que uma série de razões consistentes fazem pensar que o papiro é uma "torpe falsificação, como tantas que chegam do Oriente Médio".
"Fica uma imagem, absolutamente implausível, de uma leitura do fenômeno gnóstico, tendenciosa e infestada de uma ideologia contemporânea que não tem nada a ver com os fatos históricos do cristianismo antigo nem com Jesus. Em resumo, trata-se, em todo caso, de uma falsificação", conclui Vian.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24218
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