O seu coração sabe disso, porque
certamente já experimentou o amargo sabor da solidão.
(Texto de Padre
Fábio de Melo)
É no encontro com o outro que o eu se afirma e se
constrói existencialmente. O outro é o espelho onde o eu se solidifica, se
preenche, se encontra e se fortalece para ser o que é. O processo contrário
também é verdadeiro, pois nem sempre as pessoas se encontram a partir desta
responsabilidade que deveria perpassar as relações humanas.
Você, em sua pouca idade, vive um dos momentos mais
belos da vida. Você está experimentando o ponto alto dos relacionamentos
humanos, porque a juventude nos possibilita ensaiar o futuro no exercício do
presente. Já me explico. Tudo o que você vive hoje será muito importante e
determinante para a sua forma de ser amanhã.
Neste momento da vida, você tem a possibilidade de
estabelecer vínculos muito diversificados. Família, amigos, grupos de objetivos
diversos, namorados e namoradas. Principalmente esses últimos, que não são
poucos. Namora-se muito nos dias de hoje, porque as relações humanas estão cada
vez mais instáveis e, por isso, menos duradouras. Parece que o amor eterno está
em crise.
Quando paramos para pensar um pouco, chegamos à
conclusão de que o problema está justamente na forma como estabelecemos os
nossos relacionamentos.
O grande problema é que geralmente investimos todas
as nossas cartas naquela pessoa nova que chegou. Ela passa a centralizar a
nossa vida, consumindo nosso tempo, nossos afetos, nossos pensamentos e nossas
energias. Tudo passa a convergir para ela e, com isso, vamos reduzindo o nosso
círculo de relações. O outro vai tomando tanto nossa atenção que, aos poucos,
até mesmo a família vai sendo esquecida.
Porém, quando esquecemos de cultivar estes vínculos
que até então faziam parte de nós, vamos criando lacunas afetivas dentro do
nosso coração. É nesse momento que a confusão acontece, pois todas as
necessidades começam a ser preenchidas pela pessoa enamorada.
Com o passar do tempo, ela começa a carregar um
fardo muito pesado, pois passou a exercer a função de pai, mãe, irmão e amigo,
quando na verdade ela é apenas um namorado, ou namorada.
Cada forma de amor no seu lugar!
(copiado do site
RCC/RJ)
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