quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Mistério da Encarnação


Humildade é assegurada pela majestade, fraqueza pelo poder, mortalidade pela eternidade. Para pagar o débito de nosso estado pecaminoso, a natureza que é incapaz de sofrimento se juntou àquele que é capaz de sofrer. Assim, paralelamente com a cura de que necessitamos, único e o mesmo mediador entre Deus e o ser humano, o homem Jesus Cristo foi capaz de morrer em uma natureza e incapaz de morrer em outra. Ele que é o verdadeiro Deus, era antes do nascimento na completa e perfeita natureza de um verdadeiro homem, integro em sua própria natureza, integro na nossa. Por nossa natureza nos exprimimos, significamos que o Criador nos fez desde o inicio e nos tomou para si mesmo, a fim de nos restaurar.

            Ele assumiu a natureza de um servo sem marca de pecado, ampliando a natureza de nossa humanidade sem diminuir sua divindade. Ele esvaziou-se; ainda que invisível, tornou-se visível; ainda que criador e senhor de todas as coisas, escolheu ser um de nós, homens mortais. Entretanto, isso foi a condescendência da compaixão, não uma perda da onipotência.

            Assim, o filho de Deus entra nesse mundo medíocre. Desce do trono dos céus, apesar de não se separar da glória do Pai. Ele nasceu em nova condição, por um novo nascimento. Invisível em sua própria natureza, tornou-se visível na nossa. Fora do nosso alcance, escolheu vir dentro do nosso alcance. Existindo antes do tempo começar, começou a existir em um momento do tempo. Senhor do universo, escondeu sua infinita glória e assumiu a natureza de um servo. Incapaz de sofrer como Deus, não se recusou a ser um homem, capaz de sofrimento. Imortal, escolheu ser sujeito as leis da morte. Ele que é verdadeiro Deus, é também verdadeiro Homem.

            Um só e a mesma pessoa – isso deve ser repetido sempre – é verdadeiramente o filho de Deus e o filho do homem. É Deus devido ao fato de que “no começo era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, a Palavra era Deus”.Ele é homem, graças ao fato de “a Palavra fez-se carne e habitou entre nós”.  


(de uma carta de São Leão, o Grande)


Somos gratos a esse Deus maravilhoso que assumiu a nossa fraqueza, humildemente desceu do seu trono de glória e tornou-se como nós. Sofreu as nossas dores, sentiu nossas ansiedades e angústias e por fim, doou-se, esvaziou-se até o fim, por nós.

Oh Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, eu vos louvo por terdes vindo habitar entre nós para revelar o amor de vosso Pai!












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