Que são muitos os ministérios, e o Espírito é o mesmo, disso
sabemos. Que os ministérios têm um carisma em sua base, que caracteriza as suas
ações, disso também sabemos. No entanto, o que nem sempre percebemos é que quem
forma esses ministérios, servos escolhidos e capacitados por Deus, com unção e
dons específicos e diversos, são responsáveis por serem os braços que trabalham
no corpo da Igreja.
Seja em qual ministério for, nós, servos na Renovação
Carismática Católica, ao darmos o nosso sim ao chamado de Deus, assumimos uma
grande e importante missão. O Senhor conhece cada um dos seus, e não os daria
uma cruz mais pesada do que podem carregar. A cruz que nos leva a céu e dá
sentido à vida do cristão.
O próprio Cristo é o maior e mais perfeito exemplo de entregar
sua vida por uma missão que fez valer todo sofrimento que sua carne humana pôde
sofrer, pois seu Espírito permaneceu firme no propósito. Nessa perspectiva de
ministérios, o que podemos aprender com Jesus Cristo? Serviço, doação e obediência.
O servir cristão não é isolado. Em todo o Brasil e em lugares
que nem imaginamos no mundo, há alguém que serve a Deus de todo o seu coração.
Pessoas com diferentes vocações, cientes de sua vocação maior de santidade, e
que a buscam todos os dias, colocando-se a serviço do Senhor de suas vidas.
Assim também na Renovação Carismática, os ministérios, por mais
diferentes que sejam, não são solitários. Fazem parte de um mesmo “corpo”, com
mesmo objetivo e missão de fazer discípulos de Jesus em todo o Brasil, a partir
da experiência do batismo no Espírito Santo.
Cada peça é importante neste grande quebra-cabeça. Mas o que faz
o jogo ser trabalhoso além do necessário é quando uma peça não está onde
deveria. Desta forma, quando os ministérios, os servos, se colocam em seu
lugar, as peças se unem e formam um belo desenho. Para que isso aconteça, é
preciso reconhecer que seu serviço é importante para o todo, pondo o seu
carisma a serviço da comunidade, do Grupo de Oração, do Movimento, da Igreja.
Em seguida, é necessário notar que o servir agradável a Deus é
mais que “bater ponto”, é fazê-lo com amor. Não é automático, nem puramente
humano. É doar-se, deixando que o Senhor conduza e oriente da forma que
desejar. Ou seja, mais que saber de sua importância, o bom servo tem o coração
livre para compreender que o seu esforço nem sempre vem com aplausos, mas que a
recompensa no seu já está.
Sendo assim, também em nossos ministérios precisamos nos doar
mais, e quem nos pede isso é o próprio Senhor. Não basta chegar e cantar,
fotografar, pregar, interceder. É preciso se entregar ao Senhor e doar-se mais,
da oração pessoal pela reunião de oração, ao pastoreio dos participantes. O
Nosso Senhor pede mais. Mais mãos à obra, que transborde em doação verdadeira,
com mais amor a Ele e aos seus, assim como pede no centro dos mandamentos.
De onde, então, viria a motivação para esse servir desprendido e
que se doa? Tudo parte do nosso coração unido ao de Jesus. Ao tê-Lo como
verdadeiro Senhor, brota no coração o desejo de cumprir o que Ele diz. Por
isso, para um servo, é essencial a obediência. Ao conhecer Sua Verdade, já
devemos segui-la, quanto mais quando aceitamos fazer parte de seus servos, como
corresponsáveis da missão da Igreja de evangelizar e levar mais pessoas a Deus.
A obediência deve falar mais alto quando o serviço perdeu o
sentido para o servo cansado, ou quando a doação pareceu não valer a pena para
o servo decepcionado. O foco do cristão é a santidade. E, para o servo, é a
santidade também no serviço. Serviço que se doa aos irmãos por obediência ao
Deus de amor a quem serve.
“Como bons dispensadores das
diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que
recebeu, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus
Cristo” (1Pd 4, 10-11)
Laís do Valle Corrêa - Grupo de Oração Maranatha-Ministério de
Comunicação Social/Arquidiocese de Belém/PA
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