Antes de qualquer coisa é necessário entendermos o que significa
a palavra Profecia. Ao consultar o dicionário, encontramos o seguinte significado: Ação de predizer (prever) o futuro, que acredita ser por meio de
uma inspiração divina: as profecias bíblicas. E de fato, o ato de
profetizar nada mais é que deixar Deus falar o que, e como irá realizar algo em
nossas vidas. Ao orarmos, conversamos com o Senhor, e como em todo diálogo há o
momento de falar e o de escutar e é justamente nesse momento que o carisma da
Profecia surge em nosso coração. Quando profetizamos o Senhor utiliza a nossa
boca para falar ao nosso irmão, nesse caso é necessário discernir quando e como
usar esse carisma tão importante.
“Aquele, porém, que
profetiza fala aos homens, para edificá-los, exortá-los e consolá-los” (1Cor
14,3). Veja bem, irmão, a Profecia não vem para humilhar, entristecer,
desesperançar, muito menos para sobrepor a vontade do condutor da profecia
sobre decisões importantes na vida do irmão. Ao contrário, ela vem para
acalmar, produzir esperança, aliviar, fazer crescer e gerar paz. De uma forma
bem simples e clara, profetizar é ser o porta-voz de Deus.
Os carismas são diversos (cf. 1Cor 12, 1.4-11), todos são dados
pelo Espírito Santo para cada um de nós e devem ser usados para edificação da
comunidade. “Carismas são graças especiais que significam favor, dom gratuito,
benefício; ordenam-se à graça santificante e têm como meta o bem comum da
Igreja, acham-se a serviço da caridade, edificando a Igreja” (Catecismo da
Igreja Católica nº2003).
Entendemos, portanto a necessidade de exercitarmos os carismas
nas reuniões de Oração, em especial o carisma da Profecia. O Senhor deseja
falar conosco, e na reunião de Oração Deus quer falar, então devemos manter o
nosso coração em sintonia com o Senhor, para que possamos reconhecer o desejo
de Deus. Observamos, assim, a importância do uso dos carismas no “ciclo carismático”,
ciclo esse que compreende o louvor, a oração e a profecia, funcionando como
canal de comunicação entre Deus e os homens.
A Profecia é sempre falada na primeira pessoa do singular (Eu),
porque é o próprio Deus a falar conosco. Quando recebemos uma Profecia podemos
ou não proclamá-la, Deus não nos obriga, cabe a nós decidir, nesse momento não
perdemos a consciência, temos o controle do que fazer, porém recebemos essa
inspiração divina que pode vir acompanhada de manifestações espirituais (paz
profunda, amor de Deus), assim como manifestações físicas (aceleração do
coração, garganta apertada, calor espalhado por todo o corpo) e que servem para
identificar quando a Profecia vem. Ao proclamá-la devemos pedir ao Espírito
Santo a Palavra de Sabedoria e o Discernimento dos Espíritos para proferir as
palavras de forma adequada, sem assustar ou desestimular àqueles que se
encontram na assembleia. Podemos proclamar em línguas ou língua vernácula
(idioma local). Quando é proclamada em línguas, deve vir seguida do dom da
interpretação em línguas, que não é uma tradução, mas, como o próprio nome diz
é a interpretação do que o Senhor falou àquele povo, a assembleia não pode sair
da reunião sem essa compreensão.
Jesus diz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e
elas me seguem” (Jo 10, 27), da próxima vez que participarmos de uma reunião de
Oração, estejamos abertos ao que o Senhor fala, tenhamos intimidade com o Pai,
por meio de uma oração pessoal diária, leitura orante da Palavra e vida
sacramental. Mantendo nossas práticas espirituais em dia ficará mais fácil
vivenciarmos esse carisma e utilizarmos para a edificação da comunidade sempre
que o Senhor quiser utilizar de nós para isso.
Denise Santos Andrade Araújo-Grupo de Oração O Caminho pra
Jesus-Coordenadora Estadual do Ministério de Oração por Cura e Libertação
do Piauí
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