O Papa São João Paulo II disse certa vez aos
jovens que a “A lei de Cristo é árdua, sim, mas nunca decepciona”. O mundo
invade a Igreja e quer obrigá-la a abrir mão da Lei de Cristo. Mas a Esposa de
Cristo é fiel a seu Esposo e não abre mão, há dois mil anos, daquilo que
aprendeu com Ele, pois só Ele é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (João
14,6).
No entanto, infelizmente, há um catolicismo
light hoje que relativiza a lei de Cristo e que faz de tudo para se
“amoldar a esse mundo” e agradar aos homens, esquecendo-se do que disse São
João: “Não ameis o mundo, nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo,
não está nele o amor do Pai” (1João 2,15). É claro que o grande Apóstolo não
fala do mundo belo criado por Deus, mas daquele que vive no pecado e nas
trevas. São Paulo também insistia nisso: Não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais distinguir
qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que é perfeito, o que lhe agrada” (Rom
12, 2).
Hoje temos um belo Catecismo da Igreja
Católica, que o Papa São João Paulo II aprovou em 1992 e entregou à Igreja como
“o melhor dom que o magistério pode fazer aos fiéis”. O Papa santo disse que
este é “o texto de referência da fé católica” e mostra aquilo em que “crê a
Igreja”. No entanto, há muitos, dentro da Igreja, que o desprezam, como se
obedecer-lhe fosse algo facultativo, e não espelhasse toda a fé da Igreja. São
aqueles que desejam criar um catolicismo light, conveniente com os pecados desse
mundo, ao invés de combatê-los como Cristo o combateu e a Igreja também. Quem
não segue e não obedece o Catecismo da Igreja não está em comunhão plena com
ela. “Quem vos ouve a Mim ouve; que vos rejeita a Mim rejeita, e quem Me
rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Para “estar bem com o mundo”, para ser
“politicamente correto”, então, só se fala de misericórdia, sem falar de
justiça; só se fala de perdão sem falar de conversão; só se fala de caridade
sem mencionar a verdade… É o que o Papa Bento XVI chamou de “ditadura do
relativismo”, que nega a verdade objetiva, e quer impor, pela mídia e pela
cultura, uma mentalidade anti-evangélica, mas que deve ser vivida por todos. É
por isso que ele falou que católico de hoje deve estar disposto a viver o
“martírio da ridicularização” por ser fiel a Cristo e a Igreja.
Na sua magistral encíclica “Caritas in
Veritate”, o gigante Bento XVI disse, logo no início, que “caridade sem verdade
é sentimentalismo”. Santo Agostinho já ensinava há 1600 anos que “Não se pode
impor a verdade sem caridade, mas jamais sacrificar a verdade em nome da
caridade”. Ora, o que vemos hoje é um catolicismo light por parte de alguns,
sacrificando a verdade em nome da caridade. Nesta linha se aceita, por exemplo,
a prática homossexual como se não fosse pecado grave; aceita-se o aborto porque
a “pobre” mãe não pode criar o seu filho… e muito mais. Ora,
convenhamos, isso não é o que Cristo ensinou, e não é o que está no Catecismo
da Igreja Católica.
Tenhamos sim misericórdia com o pecador, mas
não sejamos coniventes, nem conviventes e nem solidários com o pecado.
Cristo morreu de maneira horrivelmente dolorosa para tirar o pecado do mundo”
(João 1, 29). Não nos esqueçamos do que disse São Paulo: “O salário do pecado é
a morte”. De outra forma enterraremos o verdadeiro cristianismo. Agora virou
moda querer se justificar todos esses erros, dizendo: “é preciso respeitar a
consciência de cada um”, como se cada um pudesse moldar a sua consciência fora
da lei de Deus e da Igreja. O criminoso mata e rouba em paz com sua
consciência, porque ela foi mal formada. Ora, não há consciência reta sem a lei
de Deus.
Tudo isso me faz lembrar uma frase do
ex-Presidente americano John Kenedy: “Não sei qual é o segredo para agradar a
todo mundo, mas sei qual é o segredo para desagradar a todos; é exatamente
querer agradar a todo mundo”. A Lei sagrada de Cristo é dura sim, é a expressão
da Verdade que liberta, e nunca decepciona.
Prof. Felipe Aquino
(cleofas.com)
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