Publicado em 28 de outubro de 2014
“A família cristã, a família, o matrimônio, nunca foram tão atacados
como agora. Atacados diretamente ou atacados de fato”, disse o Papa Francisco
na audiência que teve este fim de semana com o movimento católico Schoenstatt
que cumpriu 100 anos de fundação. Na ocasião o Papa criticou a cultura do
provisório que inibe o compromisso perpétuo dos noivos, assim como a tendência
moderna de chamar qualquer tipo de “associação” de família,assim publicou ACI/EWTN Noticias nesta segunda-feira
(27).
Ainda segundo a notícia, o Santo Padre indicou ante uma pergunta dos
membros do Schoenstatt sobre a melhor maneira de acompanhar os matrimônios e as
famílias, considerando que o Sínodo da Família acaba de concluir o passado 19
de outubro no Vaticano.
Desta forma, respondeu o Papa Francisco: “Dentro do problema que vocês
tocam para fazer as perguntas, há uma coisa muito triste, muito dolorosa. Penso
que a família cristã, a família, o matrimônio, nunca foi tão atacado como
agora. Atacado diretamente ou atacado de fato. Pode ser que me equivoque. Os
historiadores da Igreja saberão nos dizer, mas que a família está golpeada. O
Santo padre disse ainda que “hoje em dia a família é bastardeada” como se fosse
uma forma mais de associação e criticou que atualmente “se chame associação
união” de matrimônio.
“Além disso – prosseguiu o Santo Padre- quantas famílias são feridas,
quanto matrimônio desfeito, quanto relativismo na concepção do sacramento do
matrimônio. Em seu momento seja do ponto de vista sociológico, desde o ponto de
vista dos valores humanos, assim como do ponto de vista do sacramento católico,
do sacramento cristão, vê-se de uma crise da família. Crise porque a golpeiam
por todos lados e ela fica muito ferida”.
“Então vamos à sua pergunta: o que podemos fazer?: Sim podemos fazer
bons discursos, declarações de princípios, às vezes terá que fazê-lo, não é
verdade?. As ideias claras. Olhem, isto que vocês estão propondo não é
matrimônio. É uma associação. Mas não é matrimônio”, asseverou.
“Ou seja, às vezes é preciso dizer coisas muito claras. E isso deverá
ser dito. Mas, a pastoral de ajuda neste caso exclusivo tem que ser corpo a
corpo. Ou seja acompanhar. E isto significa perder o tempo. O grande professor
de perder o tempo é Jesus, não? perdeu o tempo acompanhando, para fazer
amadurecer as consciências, para curar feridas, para ensinar”, disse o Papa.
Mais adiante o Santo Padre sublinhou: “Evidentemente que se desvalorizou
o sacramento do matrimônio e do sacramento inconscientemente foi-se passando ao
rito. A redução do sacramento ao rito. Então acontece hoje em dia que o bom
sacramento é um fato social, sim com, o rito religioso, verdade… entre
batizados… sim, mas o forte é o social. Quantas vezes eu encontrei aqui, na vida
pastoral. Gente que dizia “não, não”, e (perguntava): Por que vocês não se
casam? Se estão convivendo, por que não se casam? “Não, é que… precisamos fazer
a festa, e não temos dinheiro”. Então o social obscurece o principal que é a
união com Deus”.
“Dizia-me um bispo que se apresentou um moço excelente, e que queria ser
padre mas não por mais dez anos e depois voltar… É a cultura do provisório.
Parece que se esquece o significado de ‘para sempre’”, destacou o Papa
Francisco.
“Quer dizer, quantos não se casam! Convivem totalmente ou como eu vi em
minha própria família, convivências part-fraude. De segunda-feira a
quinta-feira com minha namorada e de sexta-feira a domingo com minha família.
Ou seja, são novas formas totalmente destrutivas, limitadoras da grandeza do
amor do matrimônio”, denunciou.
“Bom e como vemos tanto disso, convivências, separações, divórcios, a
chave que poderá ajudar é o “corpo a corpo” acompanhando, não fazendo
proselitismo, porque isso não resulta. Deve-se acompanhar os casais. Paciência,
paciência. É uma palavra hoje, uma atitude amanhã, não sei. Isso é o que eu
lhes sugiro”.
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