Somos amados, somos filhos, somos criaturas. Somos criaturas
provenientes da mente perfeita de Deus. Somos imagem e semelhança e por adoção
em Jesus Cristo nos tornamos filhos. Já dissemos aqui e nunca é demais repetir,
vivemos no tempo, mas nossa vocação é a eternidade. Deus nos predestinou sim, a
todos indistintamente, para a salvação! Fomos engendrados no transbordamento do
Divino Amor; por Deus e para Deus fomos criados e é seu desejo que a Ele
retornemos. Não existe – é inconcebível – a tese protestante calvinista da
predestinação para a condenação (Ouvi o disparate que todos nascemos
condenados). É verdade que no caminho muitos se perdem e rejeitam o direito à
salvação, desvirtuando-se e por si, por decisão pessoal se dirigem à
condenação.
Isto é evidente
quando da criação da humanidade e sua colocação no Éden (Gn 2 – 3). Adão e Eva
viviam em perfeita e total união com Deus. Corromperam-se e perderam a
intimidade com o Criador, mas isso não implicou em condenação eterna. Ademais, o
advento de Jesus e seu sacrifício salvífico vieram nos restaurar a dignidade de
filhos e nos propor um caminho, em verdade o caminho único para a salvação.
Aquele caminho que ele mesmo traçou e aponta: seu evangelho. O evangelho não é
simplesmente uma boa nova, uma noticia, um simples anúncio; o evangelho é
revelação! A revelação da nova e definitiva aliança de Deus com seu povo. E
esse novo povo de Deus não é representado somente por uma nação, mas por toda a
humanidade.
O Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos 2822-2824 nos
assegura: “É vontade do Pai que todos
cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,3s). Ele usa de paciência, porque não quer que ninguém se perca (2pd 3,9). (...) Deu-nos a conhecer o mistério de
sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve tomar: de em Cristo
encabeçar todas as coisas... Nele, predestinados pelo propósito daquele que
tudo opera segundo o conselho se sua vontade, fomos feitos sua herança (Ef
1,9ss)”.
Podemos então afirmar convictamente, baseados no catecismo
da Igreja e na Palavra de Deus, pois assim confirmam os textos bíblicos, que a
salvação é para todos; ninguém nasce para a condenação, ao contrário, fomos
criados e viemos ao mundo para usufruir da glória eterna com o Criador. Cabe a
nós vivermos de tal modo que ao chegarmos ao fim da vida terrena, adentremos o
Santo dos Santos e face a face com Deus Pai gozemos eternamente das delicias do
paraíso.
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