sábado, 1 de março de 2014

Viver pra mim é Cristo


O filósofo chinês Confúcio (sec. V A.C) deixou um aforismo que nos faz refletir: “Quando nascestes todos riam só tu choravas. Viva de tal modo que quando morreres  todos chorem, só tu rias”. Como o pensamento de um filósofo pagão pode ser aplicado a minha vida, sendo eu cristão? Pode sim ser aplicado, pois apesar de cristãos, não devemos ser fideístas extremados. No mais, este pensamento não fere nem interfere negativamente na doutrina cristã.

Como rir com, ou diante da própria morte? Se vivemos em Cristo, em Cristo e com Cristo morremos, é motivo mais que suficiente para não temer a morte e passar para a vida eterna em paz, na certeza da plenitude na companhia dos santos e dos anjos, da contemplação da face de Deus. 

Viver de tal modo que ao morrer todos chorem, só tu rias... Rir, sorrir, enfim alegrar-se, não temer. O cristão autêntico não teme a morte, pois crê na vida eterna, na ressurreição. Cristo ressuscitou, ascendeu ao Pai e há de voltar para resgatar os seus. Neste dia que há de vir não sabemos quando, mas virá, todos serão contemplados; os vivos sobre a terra terão seus corpos transformados e as almas dos que se foram, ressuscitarão num corpo incorruptível. Uns para a glória, outros para a condenação. Esta é a nossa fé.  Se vivermos de modo a conquistar a glória eterna, não teremos o que temer.

Jesus Cristo morreu, ressuscitou, subiu aos céus. Morreu morte de cruz para que pudéssemos viver, ressuscitou para nos dar vida eterna, e na ascensão nos abriu as portas do paraíso. Isto Jesus fez por nós; é promessa de Deus para nós a vida eterna com Ele na Glória. É nosso direito, mas não podemos afirmar que é garantido. Por parte Dele por certo, mas de nossa parte nem tanto. O céu é direito nosso, nos espera, mas temos que conquistá-lo. Se vivermos de modo a conquistar... Está escrito acima. Então o que fazer? Aquilo que Jesus Cristo nos pede, ou seja: amar a Deus sobre tudo; amar ao próximo como a si mesmo; respeitar o outro, ainda que esse outro seja diferente de você; perdoar sempre; fazer o nome de Jesus conhecido e amado. Em suma, vivenciar as virtudes teologais: fé, esperança e amor.

Em outra oportunidade dissemos que cristão é alguém que imita Cristo e por extensão aqueles que no lo apresentaram: Maria, os Apóstolos, os Santos. Se quisermos viver conforme a palavra, os ensinamentos de Cristo, os mandamentos de Deus, imitemos aqueles que doaram suas vidas, alguns literalmente, pela causa do Evangelho. Possamos realmente dizer como São Paulo Apóstolo: “Não sou mais eu que vivo, mas cristo que vive em mim”. (Gl 2,20) E ainda: “Viver para mim é Cristo, morrer para mim é ganho” (Fl 1,21).  Imitemos pois aqueles por cujas virtudes valem ser imitados.

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