De longa data conhecemos pessoas
que aparentam ser o que não são. Nos dias de hoje parece que o número de
pessoas assim aumentou consideravelmente. A ditadura da moda, o exemplo (muitas
vezes mau exemplo) das celebridades, a necessidade de inserção em um grupo, o
orgulho, enfim inúmeros motivos são responsáveis pelo acréscimo no número de
pessoas insatisfeitas consigo mesmas. Em verdade, tipos assim são pessoas com
baixa autoestima. Quero ser moderno e antenado, então visto o que está na moda
sem perceber que esta ou aquela roupa não me cai bem; quero imitar meu “ídolo”,
então me visto, corto o cabelo e me comporto como ele (ou ela). Por medo da
solidão procuro a todo custo juntar-me ao grupo tal e tal, e deste modo faço
tudo aquilo que o grupo me induz, não importando se para o bem ou para o mal. O
orgulho também faz parte desse rol: fulano de tal é bom no que faz, mas sou
melhor que ele; daí, mais que imitá-lo, irei superá-lo.
Assim deixamos de sermos nós
mesmos para sermos o outro, ou o que imaginamos do outro. A vida seria um
teatro, nosso espaço um grande palco onde representaríamos cada qual nosso
papel; seriamos personagens de um mundo irreal. Infelizmente é assim mesmo.
Deveríamos ser o que somos, no entanto pretendemos ser aquilo que idealizamos.
Como consequência recrudescem os casos de traumas emocionais, angústias,
rejeição, frustrações, até mesmo doenças depressivas.
Isso acontece quando deixamos
nosso “eu” para sermos o “eu” do outro; quando deixamos de viver nossa vida
para viver a vida do outro. Não refiro aqui à imitação das virtudes nem o
seguimento dos bons exemplos e dos testemunhos edificantes. Não; refiro-me a
cópia dos trejeitos, das atitudes (não importando se dignas ou não), da
trajetória do outro. Preciso ser igual e
se possível melhor a qualquer custo, não importando mais nada. Assim o interior
se deteriora, adoece, míngua, esvazia-se. O “eu” interior fenece, vive-se uma
ilusão; por isso as frustrações, as crises de identidade, a depressão.
Somos o que somos e nada mais.
Sou bonito; bom para mim. Sou feio; assumo minha feiura numa boa. Sou gordo,
sou magro; sou alto, sou baixo; sou popular, sou desconhecido; sou
extrovertido, sou tímido; sou rico, sou pobre... etc...etc.
Somos imagem e semelhança de
Deus. Deus É aquele que É. Porque não
sermos como Ele? Afinal somos Sua imagem, semelhantes a Ele. Eu sou quem sou,
você é quem é; você não é o outro, o
outro não é você. Sejamos autênticos, vivamos nossa vida e não a vida do outro.
Jesus veio ao mundo como Salvador, mas também foi mestre; o mestre dos mestres.
Deixou-nos lições de vida e amor ao próximo. Esse sim, vale imitar em tudo.
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