“Em verdade vos digo: tudo o
que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a
terra será também desligado no céu.” (Mateus 18, 18)
“Jesus confiou a Pedro uma
autoridade específica: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: o que
ligares na terra será ligado nos Céus, e o que desligares na terra será
desligado nos Céus" (Mt 16,19). O "poder das chaves" designa a
autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Jesus, "o Bom
Pastor" (Jo 10,11), confirmou este encargo depois de sua Ressurreição:
"Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,15-17). O poder de "ligar e
desligar" significa a autoridade para absolver os pecados, pronunciar
juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja. Jesus confiou esta
autoridade à Igreja pelo ministério dos apóstolos e particularmente de Pedro, o
único ao qual confiou explicitamente as chaves do Reino.” 553
“A Igreja é una por sua fonte:
"Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus
na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no Espírito Santo". A Igreja é una por
seu Fundador: "Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua
cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em
um só Povo, em um só Corpo". A Igreja é una por sua "alma":
"O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a
Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em
Cristo, que ele é o princípio de Unidade da Igreja". Portanto, é da
própria essência da Igreja ser uma.” 813
"A Igreja... é, aos
olhos da fé, indefectivelmente santa. pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai
e o Espírito Santo é proclamado o 'único Santo', amou a Igreja como sua Esposa.
Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e
cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus." A Igreja é,
portanto, "o Povo santo de Deus", e seus membros são chamados
"santos". 823
“Ao canonizar certos fiéis,
isto é, ao proclamar solene que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes
e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito
de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os
como modelos e intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e
origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da
Igreja." Com efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida
infalível de sua atividade apostólica e de seu elã missionário". 828
“A palavra
"católico" significa "universal" no sentido de segundo a
totalidade" ou "segundo a integralidade". A Igreja é católica em
duplo sentido. Ela é católica porque nela Cristo está presente.
"Onde está Cristo Jesus, está a Igreja católica." Nela subsiste a
plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça o que implica que ela recebe
dele "a plenitude dos meios de salvação" que ele quis: confissão de
fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na
sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de
Pentecostes e o será sempre, até o dia da Parusia.” 830
“A Igreja é apostólica por ser
fundada sobre os apóstolos, e isto em um tríplice sentido: ela foi e continua
sendo construída sobre "o fundamento dos apóstolos" (Ef 2,20),
testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo; ela conserva e
transmite, com a ajuda do Espírito que ela habita o ensinamento, o depósito
precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos; ela continua a
ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos até a volta de Cristo,
graças aos que a eles sucedem na missão pastoral: o colégio dos bispos,
"assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor
supremo da Igreja". "Pastor eterno, vós não abandonais o rebanho, mas
o guardais constantemente pela proteção dos Apóstolos. E assim a Igreja é
conduzida pelos mesmos pastores que pusestes à sua frente como representantes
de vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso".” 857
"Para que a missão a eles
confiada fosse continuada após sua morte, confiaram a seus cooperadores
imediatos, como que por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra
iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o
Espírito Santo os instituíra para apascentar a Igreja de Deus. Constituíram,
pois, tais varões e administraram-lhes, depois, a ordenação a fim de que,
quando eles morressem outros homens íntegros assumissem seu ministério."
861
"Assim como permanece o
múnus que o Senhor concedeu singularmente a Pedro, o primeiro dos apóstolos, a
ser transmitido a seus sucessores, da mesma forma permanece todos Apóstolos de
apascentar a Igreja, o qual deve ser exercido para sempre pela sagrada ordem
dos Bispos." Eis por que a Igreja ensina que "os bispos, por
instituição divina, sucederam aos apóstolos como pastores da Igreja, de sorte
quem os ouve, ouve a Cristo, e quem os despreza, despreza a (aquele por quem
Cristo foi enviado". 862
“Toda a Igreja é apostólica na
medida em que, por meio dos sucessores de São Pedro e dos apóstolos, permanece
em comunhão de fé e de vida com sua origem. Toda a Igreja é apostólica na
medida em que é "enviada" ao mundo inteiro; todos os membros da
Igreja, ainda que de formas diversas, participam deste envio. "A vocação
cristã é também por natureza vocação ao apostolado." Denomina-se
"apostolado" "toda a atividade do Corpo Místico" que tende
a "estender o reino de Cristo a toda a terra".” 863
"Sendo Cristo enviado pelo
Pai a fonte e a origem de todo apostolado da Igreja", é evidente que a
fecundidade do apostolado, tanto o dos ministros ordenados como o dos leigos,
depende de sua união vital com Cristo. De acordo com as vocações, os apelos da
época e os dons variados do Espírito Santo, o apostolado assume as formas mais
diversas. Mas é sempre a caridade, haurida, sobretudo na Eucaristia, "que
e como que a alma de todo apostolado". 864
“A Igreja é una, santa, católica
e apostólica em sua identidade profunda e última, porque é nela que já
existe e será consumado no fim dos tempos "o Reino dos céus", "o
Remo de Deus", que veio na Pessoa de Cristo e cresce misteriosamente no
coração dos que lhe são incorporados, até sua plena manifestação escatológica.
Então todos os homens remidos por ele, tornados nele "santos e imaculados
na presença de Deus no Amor", serão reunidos como o único Povo de Deus,
"a Esposa do Cordeiro", "a Cidade Santa descida do Céu, de junto
de Deus, com a Glória de Deus nela", e "a muralha da cidade tem doze
alicerces, sobre os quais estão os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro"
(Ap 21,14).” 865
“Cristo, ao instituir os Doze,
"instituiu-os à maneira de colégio ou grupo estável, ao qual propôs Pedro,
escolhido dentre eles." Assim como, por disposição do Senhor, São Pedro e
os outros apóstolos constituem um único colégio apostólico, de modo semelhante
o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos, sucessores dos Apóstolos,
estão unidos entre si.” 880
“Somente Simão, a quem deu o
nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as
chaves da mesma, instituiu-o pastor de todo o rebanho. Porém, o múnus de ligar
e desligar, que foi dado a Pedro, consta que também foi dado ao colégio dos
apóstolos, unido a seu chefe." Este oficio pastoral de Pedro e dos outros
Apóstolos faz parte dos fundamentos da Igreja e é continuado pelos Bispos sob o
primado do Papa.” 881
“O Papa, Bispo de Roma e
sucessor de São Pedro, "é o perpétuo e visível princípio e fundamento da
unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiéis" "Com efeito, o
Pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de
toda a Igreja, possui na Igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode
exercer sempre livremente este seu poder.” 882
"O colégio ou corpo
episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o
Romano Pontífice." Como tal, este colégio é "também ele detentor do
poder supremo e pleno sobre a Igreja inteira. Todavia, este poder não pode ser
exercido senão com o consentimento do Romano Pontífice.” 883
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