quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Perguntas e respostas sobre o dom de cura




Acompanhe algumas perguntas e respostas acerca do dom da Cura.


Em que consiste o dom de cura?

O dom de cura é um carisma como os demais carismas que se recebem gratuitamente para colocar a serviço dos enfermos. É possível dizer que os cristãos, quando oram pelos doentes, às vezes descobrem com surpresa que Deus responde à sua oração sarando enfermos e quando essas curas se repetem, já é um sinal de que Deus quer usar essa pessoa através de sua oração, para manifestar compaixão pelos enfermos. Então, neste carisma de cura, quem atua é Deus. É Jesus quem cura. E o cristão que recebe o dom da cura, é pela fé que o recebe e que manifesta através de sua oração e o Espírito Santo manifesta um carisma respondendo à sua oração. É isso realmente o importante: nós oramos e Jesus cura; nós não curamos a ninguém, quem cura é Jesus.

Para receber o dom da cura se deve ter qualidades especiais?

Não, pois é um dom gratuito. O Senhor não dá este dom de cura a uns privilegiados. O dá a quem Ele quer. Mas se deve aspirar a ter dons espirituais. O diz São Paulo: “aspirem aos dons espirituais”; se alguém não quer receber este carisma Deus não vai impor. Há que se ter compaixão pelos enfermos e desejar ajuda-los. E quando alguém começa a orar pelos enfermos, pode ser que se manifeste esse carisma.

De que modo alguém deve desejá-lo e logo o colocar em prática?

Há que se obedecer aos carismas, há que se aspirar aos carismas, aos dons espirituais, nunca o Senhor vai impor um carisma à força, nos disse São Paulo “os espíritos dos profetas obedece aos profetas", quer dizer, o Espírito Santo que está nos profetas os impulsiona a profetizar, não os obriga, respeita a liberdade do profeta, de maneira que se alguém não quer, o Espírito Santo não vai atuar através dele. Por isso, disse São Paulo, “não apaguem o Espírito”. Há pessoa que recebem um carisma, um impulso a orar, por exemplo, pelos enfermos, porém não o fazem, e Paulo diz: “não apaguem o Espírito...julguem tudo e fiquem com o que é bom”.

São Paulo disse que o amor é o essencial, então por que se dá tanta importância aos carismas?

O amor é o maior, o mais importante, porém, vocês se dão conta que aquele que pratica um carisma está praticando um ato de amor? Porque o amor não é uma coisa especulativa, o amor se exercita na vida concreta e quando alguém coloca a serviço da comunidade um carisma que recebeu está exercitando o amor. O amor se exercita através de serviço. O amor não é uma coisa emocional somente. Aquele que muito ama é capaz de fazer grandes sacrifícios pelo amado, diz o Senhor. Então, no exercício dos carismas tu estás ajudando seu irmão e é a ajuda que você lhe dá que manifesta o teu amor. Não há nenhuma contradição. Aquele que pretende ter muito amor e recusa os carismas, como vai exercitar seu amor, se não é servindo?
(www.rccbrasil.org.br)
Essas e outras perguntas você encontra no livro “Jesus Cura Hoje”, do Padre Emiliano Tardif, disponível pelo site da Editora RCCBRASIL ou através do telefone (53) 3227.0710.

sábado, 24 de novembro de 2012

Caminho Seguro

Quando o coração se entristece clamo a Deus que me consola.
Me aponta então o seu caminho, brilha a luz do meu viver.
Sinto em minha vida brisa mansa e uma paz que é verdadeira.
Creio, Deus me ama e cuidará de mim, não tenho o que temer.
Com Jesus caminho seguro, sou feliz.
Jesus é tudo prá mim. Jesus é tudo!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Eu Curarei Suas Feridas


Um método de oração para a cura das memórias


 

 

 

 

 

Nossa memória é uma grande dádiva de Deus. O problema é que somos pecadores vivendo num mundo pecaminoso e fomos todos feridos no passado. Essas feridas permanecem silentemente em nossas memórias e podem ser instrumentos para o desenvolvimento de medos e ansiedades dentro de nós – medos e ansiedades que nos constrangem e nos roubam a alegria e confiança no Senhor. Mas não importa quão tristes e desoladas essas memórias possam parecer. Nossa esperança é que Jesus morreu em razão de cada ferida e cicatriz e está sempre pronto para curar.

            Se você deseja buscar este tipo de cura, um bom caminho em principio, é examinar seus temores. Pergunte-se: de que tenho medo? Meus medos me impedem de caminhar, de fazer o que eu sei, de ouvir e obedecer a voz de Deus? Há algum acontecimento no meu passado que tenha contribuído para este temor?

            A seguir reapresente esses fatos passados em sua mente, da maneira mais clara possível quando começar a rezar. Tente visualizar Jesus perto de você quando este fato se revelar. Imagine-se você mesmo pegando a mão de Jesus e diga-lhe porque este acontecimento deixou você com tanto medo. Diga-lhe o quanto esses medos afetam você, e peça-lhe para livrar do mal e da dor.

            Quando você orar para este fato, memorize seus sentimentos e o que o Senhor está falando. Como Ele está agindo com você quando segura sua mão e observe tudo que está sendo esclarecido ou revelado. Faça isto repetidamente, conforme o tempo permita. Não se intimide em orar por longos períodos sem dizer nada. Apenas tente acalmar seu coração e sinta o que Jesus está realizando em você.

            Quando ao longo do dia você sentir seus medos surgindo novamente, faça agora bom uso de sua memória! Recorde-se do que sentiu quando orava em companhia de Jesus, onde Ele respondia à sua oração. Lembre-se das palavras de consolação, seus gestos de conforto e o sentimento de esperança quando você rezou. Ao longo do tempo você verá essas memórias dolorosas curadas e seus medos dissipados.
(Copiado de arquivo - sem autor especificado)

 

domingo, 18 de novembro de 2012

Purgatório



A Igreja chama de purgatório a purificação final dos eleitos

Desde os primórdios a Igreja, assistida pelo Espírito Santo (cf. Mt 28,20; Jo 14,15.25; 16,12´13), acredita na purificação das almas após a morte, e chama este estado, não lugar, de Purgatório.

Ao nos ensinar sobre esta matéria, diz o nosso Catecismo:

"Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, estão certos da sua salvação eterna, todavia sofrem uma purificação após a morte, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu" (CIC, §1030).

Logo, as almas do Purgatório "estão certas da sua salvação eterna", e isto lhes dá grande paz e alegria.

Falando sobre isso, disse o Papa João Paulo II:

"Mesmo que a alma tenha de sujeitar-se, naquela passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, porque sabe que pertence para sempre ao seu Deus." (Alocução de 3 de julho de 1991; LR n. 27 de 7/7/91)

O Catecismo da Igreja ensina que:

"A Igreja chama de purgatório esta purificação final dos eleitos, purificação esta que é totalmente diversa da punição dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório principalmente nos Concílios de Florença (1438-1445) e de Trento (1545-1563)" (§ 1031).

"Este ensinamento baseia-se também sobre a prática da oração pelos defundos de que já fala a Escritura Sagrada: Eis porque Judas Macabeus mandou oferecer este sacrifício expiatório em prol dos mortos, a fim de que fossem purificados de seu pecado (2 Mac 12, 46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em favor dos mesmos, particularmente o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos".

Devemos notar que o ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus, cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas:

"Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado". (2 Mac 12,44s)

Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé.

Todo homem foi criado para participar da felicidade plena de Deus (cf. CIC, 1), e gozar de sua visão face-a-face. Mas, como Deus é "Três vezes Santo", como disse o Papa Paulo VI, e como viu o profeta Isaías (Is 6,8), não pode entrar em comunhão perfeita com Ele quem ainda tem resquícios de pecado na alma. A Carta aos Hebreus diz que: "sem a santidade ninguém pode ver a Deus" (Hb 12, 14). Então, a misericórdia de Deus dá-nos a oportunidade de purificação mesmo após a morte. Entenda, então, que o Purgatório, longe de ser castigo de Deus, é graça da sua misericórdia paterna.

O ser humano carrega consigo uma certa desordem interior, que deveria extirpar nesta vida; mas quando não consegue, isto leva-o a cair novamente nas mesmas faltas. Ao confessar recebemos o perdão dos pecados; mas, infelizmente, para a maioria, a contrição ainda encontra resistência em seu íntimo, de modo que a desordem, a verdadeira raiz do pecado, não é totalmente extirpada. No purgatório essa desordem interior é totalmente destruída, e a alma chega à santidade perfeita, podendo entrar na comunhão plena com Deus, pois, com amor intenso a Ele, rejeita todo pecado.

Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor "receberá uma recompensa"; mas, se não resistir, o seu autor "sofrerá detrimento", isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador "se salvará, mas como que através do fogo", isto é, com sofrimentos.

O fogo neste texto tem sentido metafórico e representa o juízo de Deus (cf. Sl 78, 5; 88, 47; 96,3). O purgatório não é de fogo terreno, já que a alma, sendo espiritual, não pode ser atingida por esse fogo. No purgatório a alma vê com toda clareza a sua vida tíbia na terra, o seu amor insuficiente a Deus, e rejeita agora toda a incoerência a esse amor, vencendo assim as paixões que neste mundo se opuseram à vontade santa de Deus. Neste estado, a alma se arrepende até o extremo de suas negligências durante esta vida; e o amor a Deus extingue nela os afetos desregrados, de modo que ela se purifica. Desta forma, a alma sofre por ter sido negligente, e por atrasar assim, por culpa própria, o seu encontro definitivo com Deus. É um sofrimento nobre e espontâneo, inspirado pelo amor de Deus e horror ao pecado.

Pensamentos Consoladores sobre o Purgatório

O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567-1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que "é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório". Eis o que ele nos diz:

1 - As almas ali vivem uma contínua união com Deus.
2 - Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.
3 - Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus.
4 - Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.
5 - São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.
6 - Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.
7 - São consoladas pelos anjos.
8 - Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.
9 - As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.
10 - Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.
11 - O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.
Fonte: Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981








 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Século Violento


O século XX foi certamente um dos séculos mais cruéis e violentos da história. Vale dizer: teve lideres e grupos de poder mais sanguinolentos dos que todos que o antecederam.

Quase 500 guerras, massacres, insurreições, invasões, golpes de Estado, mutilações, bombas atômicas, ameaça nuclear, poder ilimitado do capital, genocídios e etnocidios, povos desaparecidos ou deslocados, mais de 200 milhões de pessoas mortas ou destituídas e exiladas, cerca de 2 bilhões sem liberdade política, perseguições religiosas, morte de civis alheios a guerra, máquinas poderosíssimas de destruição em massa, etnias praticamente varridas de sua terra, guerras intermináveis, guerras tribais, supervalorização do capital, pobres empobrecidos, banalização da vida, poder político e econômico dos marginais, terrorismo de Estado, terrorismo subversivo, grupos religiosos absolutistas.

Em menos de 100 anos uns poucos países quase desertificaram a terra, explorando-a de forma tão brutal que mudou o clima, falta água, falta chuva, faltam árvores, espécies vegetais e animais desapareceram, o mar foi poluído, enormes rios correm sem vida e sem capacidade de renovar-se, desertos se expandiram; o petróleo começa a escassear; paises que possuem riquezas são invadidos ou estrangulados para que os ricos as tenham. Aborto em massa, extermínio de fetos humanos para que a humanidade cresça menos. Desperdício dos recursos do planeta, envenenamento das águas, do solo, dos alimentos.

Novas enfermidades, medicina cada dia mais moderna, mas cada dia menos acessível aos mais pobres, descaso para com a infância e a velhice. Sexualidade e corpo banalizados. Animalizou-se a libido humana.

Nunca um século foi tão violento, tão mentiroso, tão cheio de alarmes e grades, tão ganancioso, tão intoxicado, tão atrevido, tão destruidor e tão materialista e desperdiçador.

Seus santos foram admirados, mas nunca foram ouvidos nem imitados. Suas descobertas cientificas e suas conquistas melhoraram a vida e deram mais conforto, mas geraram mais dependência. Parecemos livres, mas somos menos livres agora! Temos medo, muito medo!

 

Pe. Zezinho, scj

 

 

sábado, 10 de novembro de 2012

Milagres - Fé e Razão


A Santa Sé gasta anos para avaliar se o relato de um milagre é fidedigno. Ocorre que qualquer milagre abre espaço tanto para a gratidão fervorosa do beneficiado quanto para a desconfiança dos céticos. Na opinião dos incrédulos, o que a ciência não explica hoje poderá ser esclarecido no futuro. Para os crentes, os indícios de milagre são suficientes.

            A dúvida, porém, não se encaixa no primeiro milagre de Madre Paulina, que lhe rendeu a beatificação em 1991. Eluiza Rosa de Souza acha que Madre Paulina a livrou da morte. Em 1966, aos 23 anos, ela perdeu um filho no ventre. O feto ficou retido no útero por vários meses e provocou intensa hemorragia ao ser retirado, num hospital da cidade de Imbituba, Santa Catarina. A pressão arterial de Eluiza chegou a zero. Os médicos a desenganaram. Os familiares e as irmãzinhas da Imaculada Conceição, que trabalhavam no hospital, dirigiram preces a Madre Paulina. A circulação voltou. “O que me salvou foi a medicina do céu”, conta a devota, hoje com 59 anos. A cura foi considerada inexplicável por médicos; o caso era gravíssimo. Hoje , os hospitais revertem a hemorragia com medicamentos e transfusões. Eluiza não contava com esses recursos em Imbituba nos anos 60.

            Embora o Vaticano recorra a peritos para atestar milagres, a definição segue como questão essencialmente espiritual. A medicina e/ou outras ciências dá seu parecer, mas quem decide se houve intervenção divina são os teólogos. Pesquisadores e religiosos, hoje, convivem respeitosamente. Entendem que ambos trabalham para atender as necessidades humanas. A ciência é a resposta à sede de conhecimentos; a religião conforta a alma.

             O professor Eduardo Rodrigues da Cruz, do programa de história da ciência da PUC de São Paulo, é físico e teólogo. Garante que não há incongruência em sua formação. “Às vezes visto a camisa de teólogo, às vezes a de cientista”, brinca. Segundo Cruz, a teoria do big-bang, a explosão primordial que teria originado o universo, é apenas uma hipótese. Mesmo assim, não a julga incompatível com a idéia de Deus, porque pode ter ocorrido depois da criação divina a partir do nada, defendida pelo cristianismo e pelo judaísmo. “Existem especulações sobre a origem do universo mais absurdas do que acreditar que uma divindade criou tudo”. Propõe uma noção de milagre ligada a teoria das probabilidades. A ciência tradicional diria que é impossível que um copo estilhaçado no chão volte à mesa intacto. Os pesquisadores contemporâneos dizem que a probabilidade desse acontecimento é baixíssima – mas existe. O mesmo ocorreria com as chances de uma pessoa desenganada pelos médicos. A possibilidade de cura, embora reduzida, não é zero. Deus cabe no raciocínio matemático. “O Criador se utiliza dessas probabilidades para mostrar às pessoas que continua ao lado delas”, afirma Cruz.

             A descrição de milagres permeia todas as religiões. Moisés salvou o povo judeu ao abrir uma passagem de terra no Mar Vermelho. Maomé cegou adversários e fez brotar água e comida no deserto. Tais eventos encarnam um símbolo poderoso: a força de Deus sobre as leis da natureza e Seu rebanho. O catolicismo transformou esses feitos num pilar permanente de fé. Cristo operava milagres e o cristianismo nasceu de um deles: a ressurreição. As biografias dos santos católicos repetem, cada um a seu modo, a trajetória de Jesus. Muitos enfrentaram martírios para defender a fé ou levaram uma vida ascética. E muitos promoveram curas milagrosas. A sagração de santos e a exaltação de seus milagres são percebidos pelos fiéis como um sinal continuo da presença de Deus. Os fiéis são ávidos por milagres. “Diversas pesquisas mostram que oito em dez americanos acreditam que Deus está presente e ainda opera milagres”, diz o jornalista Kenneth Woodward, autor do Livro dos Milagres, lançado em 2000 nos Estados Unidos.

            Embora as religiões exaltem a salvação e a vida após a morte, a maioria das pessoas busca na fé as respostas para aflições cotidianas. No imaginário dos fiéis, a definição de milagre é elástica: pode ser grande, pequeno, reconhecido por todos, ou percebido apenas intimamente. Há milagres em toda parte, diz o Prof. Soubhi Kahhale, ginecologista e obstetra da USP. “Acontecem todos os dias e não nos damos conta”, diz ele. Kahhale nasceu cristão ortodoxo e participa das celebrações católicas. “Quanto mais me aprofundo na medicina, mais me aproximo de Deus”, diz. Ele acredita numa força superior que controla tudo e na intermediação dos santos. “Acabo de fazer o parto de um bebê de 600 gramas que passa bem e acho que isso é um milagre”.

            A avidez dos fiéis levou a Igreja a adotar uma postura cada vez mais cuidadosa em relação aos milagres. Até o século XVIII, os santos eram consagrados pelo povo e chancelados pelo papa. Os atuais critérios de classificação dos milagres foram fixados pelo Papa Bento XV, que morreu em 1758. Eles devem ser investigados no país de origem e por uma comissão internacional formada por especialistas, nem todos católicos, que compõem a chamada Consulta Médica da Congregação para a Causa dos Santos. A cura tem que ser instantânea, duradoura e inexplicável pela medicina. Como esse conhecimento está em evolução, os critérios vão se tornando cada vez mais rigorosos. Vitórias contra o câncer normalmente são rechaçadas, pois se sabe hoje que o risco de metástase é duradouro. Doenças que têm incidência elevada de remissão também estão fora. Milagres que vencem o crivo têm força para desafiar as convicções dos incrédulos. Em 1997, o Papa João Paulo II canonizou a Irmã Teresa Benedicta da Cruz, nascida Edith Stein, filosofa alemã de origem judaica que se tornou freira. Em 1942 foi identificada pelos nazistas e morta num campo de concentração. A canonização foi criticada por lideres israelitas, que acusaram o Vaticano de se apropriar de uma mártir judaica. Os protestos limitaram-se a Europa.

            Nos EUA, o que mobilizou foi o milagre atribuído à intercessão de Judith Stein, que lhe rendeu a canonização. No dia 20 de março de 1987, Teresa Benedicta McCarthy, uma menina americana de 3 anos, foi internada no Hospital Geral de Massachussetts, vítima de um acidente doméstico. Ela havia ingerido uma quantidade de Tylenol 16 vezes maior que a dose mortal. Foi desenganada pelos médicos, mas se recuperou em poucos dias. Um testemunho insuspeito garante que algo extraordinário ocorreu ali. O médico que atendeu Teresa foi o Dr. Ronald Kleinman, professor de pediatria da Escola de Medicina de Harvard. Além das credenciais de médico, Kleinman não tem vinculo com a Igreja Católica. É judeu, o que aumenta a credibilidade de sua opinião.

Resumo de reportagem de Época-nº 198- 04/03/02-sobre a canonização de Madre Paulina, primeira santa brasileira.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Os Sete Pecados Capitais



1) Luxúria: apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade, desrespeito aos costumes; lascívia.

2) Gula: comer somente por prazer, em quantidade superior àquela necessária para a manutenção do corpo humano.

3) Avareza: apego ao dinheiro de forma exagerada; desejo de adquirir bens materiais e acumular riquezas.

4) Ira: raiva contra alguém; vontade de vingança.

5) Soberba: Manifestação de orgulho e arrogância.

6) Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros.

7) Preguiça: negligência ou falta de vontade para o trabalho ou atividades importantes.

sábado, 3 de novembro de 2012

Luar sobre a colina


Imagine Jesus orando no alto dum monte. Imagine o luar incidindo sobre o Senhor em oração. Isto muito provavelmente acontecia, porque era costume de Jesus retirar-se, subir um monte e lá colocar-se em profunda oração, numa vigília durante toda a noite. Jesus Deus e homem.  A natureza humana de Jesus rezava e rezava muito. O Filho orava fervorosamente ao Pai, num diálogo de amor.

Da janela vejo a Capelinha de São José no alto do morro em frente. Em noites de lua cheia, a capela iluminada ao luar se torna uma bela visão. Que belíssima visão seria a de Jesus, envolto pelo luar, irradiando sua própria luz e mesclando-a à da lua. Caríssimos, quando estamos em Deus, com o Espírito Santo, somos mergulhados na sua luz, e como a lua reflete a luz do sol, refletimos também nós, a luz imensa do sol radiante da justiça que é Jesus.

O mundo tenta ofuscar nossa vista, tenta nos cegar com o brilho falso das luzes feéricas que nos cercam; brilho falso de joias falsas. O mundo corrompido, sedutor, não o mundo imaginado e criado por Deus; o mundo paradisíaco entregue a nós como habitáculo e manancial, o qual degradamos pela nossa desobediência e mal proceder. Esse mundo corrompido, dominado pela concupiscência humana exacerbada pelo maligno, dirigido pela iniquidade é que nos tenta, é que nos oferece lixo camuflado em belas embalagens, cavalos de Tróia, presentes de grego.   Não nos deixemos enganar, desarmemos as armadilhas, fixemos nosso olhar em Cristo, esse sim, a luz verdadeira. Um caco de vidro pode brilhar tanto quanto um diamante, mas continua sendo um caco de vidro. Ademais, se apertarmos na mão um diamante nada acontece, mas se apertamos um caco de vidro nos ferimos seriamente.  

Não permita que a falsa luz te inebrie, reanima-te com a luz verdadeira, fonte de vida e santidade. Não te firas com cacos de vidro, enriqueça tua vida com o diamante verdadeiro, com a joia preciosa, com o tesouro celestial: Jesus de Nazaré, Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Quarenta anos de Teologia da Libertação e desobediência


 
Leonardo Boff, escreveu um artigo publicado na internet falando dos 40 anos da TL de cunho marxista, com orgulho e satisfação, mesmo com as reincidentes condenações da mesma pelos papas João Paulo II e Bento XVI.

O teólogo da TL fala com euforia que entre os dias 7-10 de outubro aconteceu em São Leopoldo, RS, junto ao Instituto Humanitas, da Unisinos dos Jesuitas - infelizmente dominado pela TL - , a celebração dos 40 anos do surgimento da Teologia da Libertação, onde estiveram os principais representantes da América Latina, seu primeiro formulador, o peruano Gustavo Gutiérrez, Hugo Assman (Bolívia), Juan Luiz Segundo (Uruguai) e outros.

Em 1971 Boff teve seu livro "Jesus Cristo Libertador" condenado pela Congregação da Fé do Vaticano. Intimado a modificar as heresias que apareciam no livro, sobre Jesus, não aceitou mudar nada; acabou sendo punido em 1984 com "silencio obsequioso" e proibido de ensinar como teólogo católico. Tinha escrito um livro, "Igreja carisma e poder", que muda todas as bases da Igreja conforme Jesus a instituiu, e relativiza os dogmas, a hierarquia sagrada, etc. Uma lástima!

Mas como acontece com os hereges recalcitrantes, não mudou em nada e acabou deixando o ministério sacerdotal. Uma pena, pois é um homem inteligente e bom escritor; mas, infelizmente orgulhoso e desobediente à Igreja que o formou e nele investiu tantos anos e tantos recursos. Infelizmente Boff assumiu a direção da Editora Vozes e a destruiu como editora católica.

Há muitos anos essa triste teologia da libertação, hoje anêmica e se apagando cada vez mais, quis criar um novo Cristianismo, revirou a fé no avesso, fez uma releitura política e esvaziante do Evangelho e espalhou o joio no meio do trigo. Como disse Clodovis Boff, fracassou porque "colocou o pobre no lugar de Jesus Cristo" na teologia. O irmão de Leonardo, embora tardiamente, identificou o veneno na raiz da TL.

Em 1984 o cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI escreveu o célebre artigo que foi publicado também no livro de entrevista que deu a Vitório Messsori "A fé em crise?"; o artigo foi: "Eu vos explico o que é a teologia da libertação", nele o Papa desvenda, magistralmente, toda a sutileza, erros e o perigo da TL. Entre as afirmações, o então Cardeal Prefeito diz: "A gravidade da teologia da libertação não é avaliada de modo suficiente; não entra em nenhum esquema de heresia até hoje existente; é a subversão radical do Cristianismo, que torna urgente o problema do que se possa e se deva fazer frente a ela".

"A teologia da libertação é uma nova versão do Cristianismo, segundo o racionalismo do teólogo protestante Rudolf Bultmann, e do marxismo, usando "a seu modo", uma linguagem teológica e até dogmática, pertencente ao patrimônio da Igreja, revestindo-se até de uma certa mística, para disfarçar os seus erros". "Com a análise do fenômeno da teologia da libertação torna-se manifesto um perigo fundamental para a fé da Igreja. Sem dúvida, é preciso ter presente que um erro não pode existir se não contém um núcleo de verdade. De fato, um erro é tanto mais perigoso quanto maior for a proporção do núcleo de verdade assumida".

"Essa teologia não pretende constituir-se como um novo tratado teológico ao lado dos outros já existentes; não pretende, por exemplo, elaborar novos aspectos da ética social da Igreja. Ela se concebe, antes, como uma nova hermenêutica da fé cristã, quer dizer, como nova forma de compreensão do Cristianismo na sua totalidade. Por isso mesmo muda todas as formas da vida eclesial; a constituição eclesiástica, a Liturgia, a catequese, as opções morais..."

"A teologia da libertação pretende dar nova interpretação global do Cristianismo; explica o Cristianismo como uma práxis de libertação e pretende constituir-se, ela mesma, um guia para tal práxis. Mas, assim como, segundo essa teologia, toda realidade é política, também a libertação é um conceito político e o guia rumo à libertação deve ser um guia para a ação política".

Mais uma vez, em 2010, o Papa Bento XVI advertiu sobre os perigos da teologia marxista da libertação e pediu aos bispos e aos fiéis a superarem suas graves consequências. Falando aos Bispos do Brasil da região Sul 3 e Sul 4 em visita ad limina, o Santo Padre disse: "Neste sentido, amados Irmãos, vale a pena lembrar que em agosto passado, completou 25 anos a Instrução Libertatis nuntius da Congregação da Doutrina da Fé, sobre alguns aspectos da teologia da libertação, nela sublinhando o perigo que comportava a assunção acrítica, feita por alguns teólogos de teses e metodologias provenientes do marxismo. As suas sequelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas.

Suplico a quantos de algum modo se sentiram atraídos, envolvidos e atingidos no seu íntimo por certos princípios enganadores da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece de mão estendida; a todos recordo que "a regra suprema da fé [da Igreja] provém efetivamente da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que os três não podem subsistir de maneira independente" (João Paulo II, Enc. Fides et ratio, 55)".

Apesar de tudo isso Boff e seus asseclas insistem no erro, fazem-se surdos ao Vigário de Cristo na terra e continuam a disseminar o joio no meio do trigo. Por fim, como toda heresia que já houve na história da Igreja, será vencida, mas como sempre, deixando um rastro de erros, divisão e enfraquecimento da Igreja. Sem obediência não há humildade, sem humildade não há santidade, sem santidade não há salvação.

Prof. Felipe Aquino