domingo, 15 de janeiro de 2012

Expulsão dos Demônios


 Mt 8, 28-34 - O episódio narrado em Mateus 8 espanta não só pelo fato dos porcos se atirarem ao mar, mas principalmente, por realçar a realidade da possessão demoníaca.  Embora nem todo mal venha diretamente do diabo, sabemos que muita coisa ocorre por influencia direta ou indireta dele. Conforme Apocalipse 9, enquanto esperam o julgamento final os demônios gozam de relativa liberdade para exercerem sua ação maléfica na terra. O que eles fazem possuindo seres humanos, suscitando doenças, insuflando o pecado. Eles tentam nos invadir, nos atormentar. Como e porque isso ocorre? Por causa de nossos pecados não confessados, devido ao nosso padrão errado de conduta, desvios de comportamento, pelos pecados do dia a dia que insistimos em não abandonar, os “pecadinhos de estimação”. A solução? Jesus. Jesus de Nazaré, o filho de Maria Santíssima, porque como vimos na leitura, os demônios a ele se submetem. Seu poder é imenso e esse poder é conferido a Nossa Senhora e aos anjos de Deus. Em nome de Jesus podemos também nós, devidamente preparados, repreender os espíritos malignos.

            O homem busca incessantemente formas de vida no espaço, em outros planetas. A frase “não estamos (ou não queremos estar) sós no universo”, move esta busca. Nem precisa tanto, nem precisa buscar longe, há formas de vida inteligente entre nós, seres invisíveis a nossos olhos carnais: anjos e demônios. Eles existem em grande número, são velocíssimos – ouso afirmar, por serem puro espíritos, incorpóreos, que deslocam-se a velocidade da luz. Daí advém seu poder, o conhecimento prévio de fatos, a capacidade de captar sons inaudíveis ao ouvido humano. Satanás, a primitiva serpente, foi lançado a terra, foi banido devido a seu imenso orgulho, sua arrogância desmedida. E na queda arrastou consigo uma multidão de anjos que o serviam. Agora, condenados, são os espíritos malignos, os demônios, que atormentam a humanidade. A solução? Jesus. Nosso Senhor Jesus Cristo, o nome acima de todo o nome. Jesus, cujo sangue é bálsamo para nós, mas que é repelente mortal para o maligno e seus asseclas. Pois pelo sangue derramado por Jesus na cruz fomos lavados e remidos, enquanto o inimigo foi definitivamente derrotado.

            Em Sb 2,24 diz: “Foi por inveja...” Onde a influência do demônio se faz presente? Onde podemos identificá-lo?   Na crença de que a felicidade só se encontra nas coisas materiais; na concupiscência da carne, ou seja, na compulsão sexual, nos desvios mórbidos de comportamento; na auto-suficiência, quando se prescinde de Deus; no egoísmo, no egocentrismo, na frieza, crueldade, falta de amor; onde o nome de Jesus é usado com ódio deliberado, causando divisão; onde o evangelho é distorcido, falsificado, deturpado, mutilado. Quanto a estas últimas assertivas, o próprio Jesus afirma: “Quem está comigo ajunta, quem não está comigo espalha”. Diz também Jesus: “Muitos virão em meu nome, lobos em pele de cordeiro, farão prodígios e seduzirão até mesmo alguns dos eleitos”. – “Nem todo que diz senhor, senhor, entrará no reino dos céus”.

            O Senhor na sua Palavra nos adverte e ensina a combater o inimigo de Deus e de nossas almas. Através Pedro nos exorta a sermos vigilantes e orantes, pois o inimigo é como um leão que ruge, pronto a nos devorar. É necessário então estar atentos. Através Paulo em Efésios 6, nos fornece as armas necessárias ao combate. A nossa luta não é contra a carne e o sangue, sim contra o príncipe das trevas, os anjos caídos, os espíritos maus dos ares. Aí vai uma advertência; muitos não acreditam na existência do demônio como um ser real. E essa é exatamente uma das maiores artimanhas do diabo: fingir-se de morto, negar a própria existência, pois desta forma ele invade os corações dos desprevenidos e incautos. Nossas armas nessa luta incessante são a couraça da justiça, o capacete da salvação: a fé no sangue poderoso de Jesus; o cinturão da verdade, as sandálias da humildade: por ser orgulhoso e soberbo, o maligno não suporta a simplicidade, a humildade, a pureza; por fim a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.

Enquanto aguardamos o retorno glorioso de Jesus, como São Paulo, combatamos o bom combate.    

Carlos Nunes

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