Mt 8, 28-34 - O episódio narrado em
Mateus 8 espanta não só pelo fato dos porcos se atirarem ao mar, mas
principalmente, por realçar a realidade da possessão demoníaca. Embora nem todo mal venha diretamente do
diabo, sabemos que muita coisa ocorre por influencia direta ou indireta dele.
Conforme Apocalipse 9, enquanto esperam o julgamento final os demônios gozam de
relativa liberdade para exercerem sua ação maléfica na terra. O que eles fazem
possuindo seres humanos, suscitando doenças, insuflando o pecado. Eles tentam
nos invadir, nos atormentar. Como e porque isso ocorre? Por causa de nossos
pecados não confessados, devido ao nosso padrão errado de conduta, desvios de
comportamento, pelos pecados do dia a dia que insistimos em não abandonar, os
“pecadinhos de estimação”. A solução? Jesus. Jesus de Nazaré, o filho de Maria
Santíssima, porque como vimos na leitura, os demônios a ele se submetem. Seu
poder é imenso e esse poder é conferido a Nossa Senhora e aos anjos de Deus. Em
nome de Jesus podemos também nós, devidamente preparados, repreender os
espíritos malignos.
O homem busca incessantemente formas
de vida no espaço, em outros planetas. A frase “não estamos (ou não queremos
estar) sós no universo”, move esta busca. Nem precisa tanto, nem precisa buscar
longe, há formas de vida inteligente entre nós, seres invisíveis a nossos olhos
carnais: anjos e demônios. Eles existem em grande número, são velocíssimos –
ouso afirmar, por serem puro espíritos, incorpóreos, que deslocam-se a
velocidade da luz. Daí advém seu poder, o conhecimento prévio de fatos, a
capacidade de captar sons inaudíveis ao ouvido humano. Satanás, a primitiva
serpente, foi lançado a terra, foi banido devido a seu imenso orgulho, sua
arrogância desmedida. E na queda arrastou consigo uma multidão de anjos que o
serviam. Agora, condenados, são os espíritos malignos, os demônios, que
atormentam a humanidade. A solução? Jesus. Nosso Senhor Jesus Cristo, o nome
acima de todo o nome. Jesus, cujo sangue é bálsamo para nós, mas que é
repelente mortal para o maligno e seus asseclas. Pois pelo sangue derramado por
Jesus na cruz fomos lavados e remidos, enquanto o inimigo foi definitivamente
derrotado.
Em Sb 2,24 diz: “Foi por inveja...” Onde a influência do
demônio se faz presente? Onde podemos identificá-lo? Na crença de que a felicidade só se encontra
nas coisas materiais; na concupiscência da carne, ou seja, na compulsão sexual,
nos desvios mórbidos de comportamento; na auto-suficiência, quando se prescinde
de Deus; no egoísmo, no egocentrismo, na frieza, crueldade, falta de amor; onde
o nome de Jesus é usado com ódio deliberado, causando divisão; onde o evangelho
é distorcido, falsificado, deturpado, mutilado. Quanto a estas últimas
assertivas, o próprio Jesus afirma: “Quem está comigo ajunta, quem não está
comigo espalha”. Diz também Jesus: “Muitos virão em meu nome, lobos em pele de
cordeiro, farão prodígios e seduzirão até mesmo alguns dos eleitos”. – “Nem
todo que diz senhor, senhor, entrará no reino dos céus”.
O Senhor na sua Palavra nos adverte
e ensina a combater o inimigo de Deus e de nossas almas. Através Pedro nos
exorta a sermos vigilantes e orantes, pois o inimigo é como um leão que ruge,
pronto a nos devorar. É necessário então estar atentos. Através Paulo em
Efésios 6, nos fornece as armas necessárias ao combate. A nossa luta não é
contra a carne e o sangue, sim contra o príncipe das trevas, os anjos caídos,
os espíritos maus dos ares. Aí vai uma advertência; muitos não acreditam na
existência do demônio como um ser real. E essa é exatamente uma das maiores
artimanhas do diabo: fingir-se de morto, negar a própria existência, pois desta
forma ele invade os corações dos desprevenidos e incautos. Nossas armas nessa
luta incessante são a couraça da justiça, o capacete da salvação: a fé no
sangue poderoso de Jesus; o cinturão da verdade, as sandálias da humildade: por
ser orgulhoso e soberbo, o maligno não suporta a simplicidade, a humildade, a
pureza; por fim a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, a Bíblia
Sagrada.
Enquanto aguardamos o retorno glorioso de Jesus, como
São Paulo, combatamos o bom combate.
Carlos Nunes
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