sábado, 28 de janeiro de 2012

Testemunho e Contra Testemunho


Ml 2,5-9

5A minha aliança com Levi foi um pacto de vida e prosperidade e também de temor, a fim de que ele temesse o meu nome; e ele temeu-me e sempre teve reverencia por meu nome; 6sua boca ensinou a verdade e não encontrou-se perversidade nos seus lábios. Andou comigo na paz e na retidão, e afastou do mal grande numero de homens. 7Porque os lábios do sacerdote guardam a ciência e é de sua boca que se espera a doutrina, pois ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.

         8Mas vós vos desviastes do caminho reto e fostes causa de muitos vacilarem na lei; violastes o pacto de Levi – diz o Senhor dos Exércitos. 9Por isso, vos tornei desprezíveis e abjetos aos olhos de todo o povo, porque não guardastes os meus mandamentos e fizestes acepção de pessoas na aplicação da lei”.     

O profeta Malaquias fala do amor de Deus por Seu povo. Mas também adverte que bênçãos não acontecem devido ao mal proceder do povo, negligência dos sacerdotes, desrespeito ao matrimônio, divórcios, adultério, enfim, no descumprimento dos preceitos legais e divinos. Prosseguindo a leitura, isto fica evidente no v. 8. Ver também Mt 23,13.15.

            Como fazer para dar bons testemunhos, ser exemplos a seguir? Qual é a chave, qual o segredo? O segredo não é nada secreto, aliás, nem é segredo: Eis o segredo (a Bíblia). Ler atentamente, buscar o entendimento, vivenciar, experimentar, praticar a Palavra de Deus. A chave é o próprio Jesus, que abre todas as portas; o que Jesus fecha ninguém abre, o que Ele abre ninguém fecha (Ap 3 ).

             Chave... chave do coração... Deus nos deu a chave de nosso coração, que só abre por dentro, pela nossa vontade e arbítrio. Sabemos que não somos transformados por nós mesmos, não somos capazes de nos salvar por nossos próprios méritos. Se somos transformados por Deus, como isso pode acontecer se Ele mesmo não abre o nosso coração? Boa pergunta. Ocorre que Deus constantemente pede que abramos a porta do coração – “Eis que estou à porta e bato...” (cf Ap 3,20). Se é Deus quem age e faz em minha conversão, ficarei esperando Ele agir, certo? Errado! Você vai ficar esperando, esperando... e enquanto espera vai escorregando para o abismo. Temos que abrir a porta e deixar Deus agir. Quando Ele bater, abramos e deixemos aberta; assim, Ele faz a obra, nos transforma, nos converte, nos restaura.

            Viver sob a ação do Espírito Santo. Viver sob ação do Espírito Santo é abrir o coração e deixar que Ele dirija nossas ações, nosso pensar, nossa vida enfim; é se deixar levar pelo Espírito de Deus. Quem está sob a ação do Espírito não está submisso a lei. Não que esteja acima da lei, não, mas porque quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo segue os passos de Jesus e Jesus nunca transgrediu, nunca errou, nunca desobedeceu. Jesus é o caminho que leva ao Pai, a verdade que liberta e a vida plena e abundante, a vida eterna.

            Jesus nunca lhe perguntou se você aceitaria que Ele derramasse um pouquinho do seu sangue por você; nem sequer cogitou se você seria merecedor ou não. Ele simplesmente foi e derramou todo o Seu sangue por você! Todo o sangue. E o sangue de Jesus é precioso demais para que se perca, para que seja derramado em vão. Por isso temos que ser dignos, aceitarmos de coração aberto o sacrifício de Jesus. Temos que mostrar isso em nossas vidas, testemunhando, sendo exemplos vivos do Evangelho e espelhos fiéis das obras e ensinamentos de Cristo.

            Acolhamos com amor os irmãos pecadores (mais pecadores que nós), sejamos espelhos, bons exemplos, com o fim de resgatar as ovelhas perdidas do Senhor. Porém sejamos cuidadosos. Não devemos em nome do perdão e da misericórdia, confundir acolhimento fraterno com permissividade, assim como em nome da retidão e da justiça usar de severidade excessiva, trocando zelo por intolerância. Que Deus nos abençoe e nos guarde contra todos os males, principalmente nos dê discernimento e bom senso para que ao nos defrontarmos com maus exemplos e contra testemunhos, não discriminemos o pecador, mas jamais aceitemos o pecado.  
Carlos Nunes

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Rumo ao ENF 2012


Hoje estamos partindo para Lorena, SP, para o ENF 2012 (encontro nacional de formação da RCC), depois de muita  luta, de alguns entraves que quase impossibilitaram nossa presença no evento; mas nunca perdemos a esperança, a fé de que tudo seria resolvido a contento. E Deus é grande, maior que toda tribulação, que toda dúvida. Assim sendo, toda barreira foi demolida, toda muralha que era obstáculo foi derrubada; ruíram como as muralhas de Jericó diante do clamor dos filhos de Deus. Isto não é uma simples reflexão, é um testemunho de perseverança. Quando um filho, uma filha de Deus dobra os joelhos, ora com fé expectante, mesmo diante de todo tipo de dificuldade, a resposta e ação de Deus se faz presente, a providencia divina se apresenta, as portas se abrem e a solução dos problemas surge. Afinal, quando nos prostramos para adorar, Deus se levanta para agir.  Obrigado Senhor, graças Te damos por Tua poderosa intervenção. Deus seja louvado e o inimigo vencido. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo; para sempre seja louvado!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Quero Ser Santo


Quero ser santo, preciso ser santo. Devo ser santo, pois o céu clama por santidade. A Bíblia nos diz, seja santo como o Pai Celeste é Santo. O que é santidade? Como ser santo? Santidade é viver uma vida consagrada a Deus, dedicada ao bem e ao amor fraterno, é viver intensamente em Deus, sendo isento de pecado, imaculado. Biblicamente, santo significa separado, apartado, designando aqueles que viviam longe dos costumes mundanos, fora do paganismo. Desde modo para ser santo basta resistir às influências maléficas do mundo, afastar-se das fontes de pecado e viver vinte e quatro horas, dia a dia, trezentos e sessenta e cinco dias ao ano sob a égide do Espírito Santo.

Ah!... Se fosse simples assim... Já diz o dito popular: falar é fácil, fazer é que são elas. Há que matar leões e dragões diariamente! A batalha é diária. E a pior, a mais dura é a luta contra si mesmo, pois a nossa tendência inata ao pecado – a famigerada concupiscência – em muitos habita à flor da pele. O inimigo de nossas almas sabe disso e acende em nós todo tipo de desejo pecaminoso; desregramento sexual, indiferença religiosa, tendência ao mal, falsidade, desonestidade, são os campos onde Satanás atua para nos desviar do caminho. Às vezes consegue. Muitos sucumbem e são presas de suas garras afiadas.

O Apóstolo São Pedro nos lembra que o Demônio é como um leão que nos cerca pronto a nos devorar. Por isso a necessidade de vigilância, de oração. Só assim, discernindo o que é bom e o que é mal, em vigília e oração podemos combater e vencer o inimigo; matar leões e dragões a cada dia. É difícil viver a santidade num mundo onde imperam uma moral distorcida, o adultério e a desonestidade; onde irmão desrespeita irmão, filhos os pais e pais os filhos; onde políticos e empresários são corruptos e assustadoramente insensíveis ao sofrimento do povo; onde se mente e trapaceia descaradamente. 

 Não somos perfeitos, só o Pai é perfeitissimo; daí estamos sujeitos a quedas. Por isso apesar da resistência ao mal, num descuido às vezes tropeçamos, escorregamos, transgredimos. Mas o coração de Deus é extremamente misericordioso e conhece nossas intenções, daí vem em nosso socorro concedendo-nos o perdão de nossas faltas e reconciliando-nos com Ele. Se a transgressão foi grave, amorosamente Ele nos deixou o sacramento da penitencia, onde arrependidos confessamos nossos pecados e somos perdoados. 

Ainda não cheguei lá. Sei que não é fácil, mas é possível. Com luta e perseverança conseguiremos, pois a Palavra nos garante: Em Cristo somos mais que vencedores!




domingo, 15 de janeiro de 2012

Expulsão dos Demônios


 Mt 8, 28-34 - O episódio narrado em Mateus 8 espanta não só pelo fato dos porcos se atirarem ao mar, mas principalmente, por realçar a realidade da possessão demoníaca.  Embora nem todo mal venha diretamente do diabo, sabemos que muita coisa ocorre por influencia direta ou indireta dele. Conforme Apocalipse 9, enquanto esperam o julgamento final os demônios gozam de relativa liberdade para exercerem sua ação maléfica na terra. O que eles fazem possuindo seres humanos, suscitando doenças, insuflando o pecado. Eles tentam nos invadir, nos atormentar. Como e porque isso ocorre? Por causa de nossos pecados não confessados, devido ao nosso padrão errado de conduta, desvios de comportamento, pelos pecados do dia a dia que insistimos em não abandonar, os “pecadinhos de estimação”. A solução? Jesus. Jesus de Nazaré, o filho de Maria Santíssima, porque como vimos na leitura, os demônios a ele se submetem. Seu poder é imenso e esse poder é conferido a Nossa Senhora e aos anjos de Deus. Em nome de Jesus podemos também nós, devidamente preparados, repreender os espíritos malignos.

            O homem busca incessantemente formas de vida no espaço, em outros planetas. A frase “não estamos (ou não queremos estar) sós no universo”, move esta busca. Nem precisa tanto, nem precisa buscar longe, há formas de vida inteligente entre nós, seres invisíveis a nossos olhos carnais: anjos e demônios. Eles existem em grande número, são velocíssimos – ouso afirmar, por serem puro espíritos, incorpóreos, que deslocam-se a velocidade da luz. Daí advém seu poder, o conhecimento prévio de fatos, a capacidade de captar sons inaudíveis ao ouvido humano. Satanás, a primitiva serpente, foi lançado a terra, foi banido devido a seu imenso orgulho, sua arrogância desmedida. E na queda arrastou consigo uma multidão de anjos que o serviam. Agora, condenados, são os espíritos malignos, os demônios, que atormentam a humanidade. A solução? Jesus. Nosso Senhor Jesus Cristo, o nome acima de todo o nome. Jesus, cujo sangue é bálsamo para nós, mas que é repelente mortal para o maligno e seus asseclas. Pois pelo sangue derramado por Jesus na cruz fomos lavados e remidos, enquanto o inimigo foi definitivamente derrotado.

            Em Sb 2,24 diz: “Foi por inveja...” Onde a influência do demônio se faz presente? Onde podemos identificá-lo?   Na crença de que a felicidade só se encontra nas coisas materiais; na concupiscência da carne, ou seja, na compulsão sexual, nos desvios mórbidos de comportamento; na auto-suficiência, quando se prescinde de Deus; no egoísmo, no egocentrismo, na frieza, crueldade, falta de amor; onde o nome de Jesus é usado com ódio deliberado, causando divisão; onde o evangelho é distorcido, falsificado, deturpado, mutilado. Quanto a estas últimas assertivas, o próprio Jesus afirma: “Quem está comigo ajunta, quem não está comigo espalha”. Diz também Jesus: “Muitos virão em meu nome, lobos em pele de cordeiro, farão prodígios e seduzirão até mesmo alguns dos eleitos”. – “Nem todo que diz senhor, senhor, entrará no reino dos céus”.

            O Senhor na sua Palavra nos adverte e ensina a combater o inimigo de Deus e de nossas almas. Através Pedro nos exorta a sermos vigilantes e orantes, pois o inimigo é como um leão que ruge, pronto a nos devorar. É necessário então estar atentos. Através Paulo em Efésios 6, nos fornece as armas necessárias ao combate. A nossa luta não é contra a carne e o sangue, sim contra o príncipe das trevas, os anjos caídos, os espíritos maus dos ares. Aí vai uma advertência; muitos não acreditam na existência do demônio como um ser real. E essa é exatamente uma das maiores artimanhas do diabo: fingir-se de morto, negar a própria existência, pois desta forma ele invade os corações dos desprevenidos e incautos. Nossas armas nessa luta incessante são a couraça da justiça, o capacete da salvação: a fé no sangue poderoso de Jesus; o cinturão da verdade, as sandálias da humildade: por ser orgulhoso e soberbo, o maligno não suporta a simplicidade, a humildade, a pureza; por fim a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.

Enquanto aguardamos o retorno glorioso de Jesus, como São Paulo, combatamos o bom combate.    

Carlos Nunes

sábado, 7 de janeiro de 2012

Repouso no Espírito


Na Renovação Carismática, encontram-se várias manifestações do poder do Espírito Santo, que de início espantaram grandemente, mas que são agora mais facilmente admitidas como autênticas; é assim com o dom das línguas, das curas, a Efusão do Espírito, a imposição das mãos. Mas há um fenômeno sobrenatural menos conhecido, que se torna cada vez mais frequente na Renovação Carismática: é o repouso no Espírito. Depois de um estudo atento sobressai, sem equívoco possível, que esta experiência encontra o seu fundamento na teologia.   Com efeito, o repouso no Espírito reveste-se das características do arrebatamento (que é uma espécie de êxtase) salvo na sua causa imediata, que é o pedido feito a Deus, numa oração apropriada.  Como é um arrebatamento, o repouso no Espírito é da mesma família da ordem extática, mas não arrasta consigo a santificação da pessoa nalguns instantes. Esta experiência mística é destinada a favorecer uma vida cristã mais fervorosa ou uma conversão do coração.    

O repouso no Espírito resulta, mais frequentemente, da imposição das mãos, ou pelo menos de um toque da mão na cabeça, embora esse gesto não seja sempre necessário. A pessoa começa a vacilar, para finalmente cair devagarinho para trás. Esta queda é causada por uma graça tão poderosa do Espírito Santo que o corpo já não pode suportá-la e, então, as suas forças abandonam-no. Contudo, é preciso esclarecer que a queda não é obrigatória e não condiciona, necessariamente, a recepção da graça. Por outro lado, aqueles que não "caem" são afetados por uma vertigem não desagradável, tremuras ou pernas debilitadas, mas estas manifestações físicas são impregnadas de doçura e de paz. A sensação interior de repouso no Espírito parece existir também nas pessoas que não caem.  O repouso no Espírito resulta, portanto, de uma nova efusão do Espírito Santo, mas de um gênero diferente da que o Batismo no Espírito provoca. Com efeito, a experiência espiritual do repouso no Espírito parece realizar-se, sobretudo, ao nível da inteligência. Pelo contrário, o Batismo no Espírito verifica-se, em especial, ao nível da afetividade.  O repouso no Espírito desenvolve consideravelmente a acuidade intelectual, no sentido em que a atenção é mais levada para a experiência atual da intimidade divina. A consciência é amplificada, mas é desviada das realidades exteriores e é mais centrada na realidade sobrenatural. Por outro lado, os limites pessoais podem, também, tornarem-se mais manifestos. Há, portanto, um engrandecimento da lucidez interior sobre Deus e sobre si próprio.  O repouso no Espírito é um arrebatamento que interrompe o conhecimento que se pode adquirir por si próprio. O Espírito Santo não faz, portanto, um vazio na inteligência, mas suspende temporariamente a sua atividade, fixando-a em Deus. É isto que se chama, em teologia mística, a "ligação das faculdades".

O repouso no Espírito resulta, portanto, de uma nova efusão do Espírito Santo, mas de um gênero diferente da que o Batismo no Espírito provoca. Com efeito, a experiência espiritual do repouso no Espírito parece realizar-se, sobretudo, ao nível da inteligência. Pelo contrário, o Batismo no Espírito verifica-se, em especial, ao nível da afetividade.  O repouso no Espírito desenvolve consideravelmente a acuidade intelectual, no sentido em que a atenção é mais levada para a experiência atual da intimidade divina. A consciência é amplificada, mas é desviada das realidades exteriores e é mais centrada na realidade sobrenatural. Por outro lado, os limites pessoais podem, também, tornarem-se mais manifestos. Há, portanto, um engrandecimento da lucidez interior sobre Deus e sobre si próprio. O repouso no Espírito é um arrebatamento que interrompe o conhecimento que se pode adquirir por si próprio. O Espírito Santo não faz, portanto, um vazio na inteligência, mas suspende temporariamente a sua atividade, fixando-a em Deus. É isto que se chama, em teologia mística, a "ligação das faculdades". Tudo o que a alma conhece pelas suas próprias forças não é nada, em comparação com os conhecimentos abundantes e rápidos que lhe são comunicados durante os arrebatamentos. O repouso no Espírito é frequentemente acompanhado de luzes especiais e novas, que se dirigem para Deus, para o Cristo, para a sua misericórdia, para o valor da vida cristã, para os pecados, para os defeitos, os insucessos, etc. Estas luzes não acontecem sempre explicitamente durante o repouso no Espírito, mas a sua compreensão desenvolve-se ao longo das horas ou dos dias que se seguem à experiência.  O repouso no Espírito traduz-se, habitualmente, por uma incapacidade corporal. A pessoa começa por vacilar, para finalmente cair suavemente para trás; a energia física desvanece-se. A pessoa está como que ofuscada pela intensidade da presença interior do Espírito Santo. Há, então, incapacidade de adaptar o psiquismo e os sentidos a uma experiência espiritual tão intensa. 

Em termos técnicos, pode dizer-se que, no decurso do repouso no Espírito, só o "Pneuma" se liberta para se "aquecer" no seio do Pai, enquanto que a "psique" está como que ligada desde que se deu a "invasão" do corpo pelo Espírito Santo. Enquanto a pessoa "repousa" no chão, parece estar num meio-sono, banhada numa grande paz. Terá, por vezes, a impressão de estar como num outro mundo, ou ainda, como do lado de fora do seu corpo. Saboreia uma grande alegria interior, um amor de Deus muito intenso, a que se junta por vezes uma cura física ou interior, ou opera-se uma conversão profunda. O repouso no Espírito dá, frequentemente, forças novas ao corpo e ao espírito, tal como o sono natural regenera as forças corporais. O repouso no Espírito é uma inibição reparadora. Quanto à duração, vai de alguns segundos até algumas horas. Quanto mais tempo dura, mais a influência divina é susceptível de ser profunda. A maior parte das pessoas deseja não ser incomodada, a fim de saborear esta presença invulgar de Deus.  Se o repouso no Espírito não se produz, a pessoa poderá, até mesmo, ser santa e habituada à influência do Espírito. De qualquer maneira, é preciso evitar fazer um julgamento geral sobre as pessoas que recebem o repouso no Espírito e as que não recebem. Mas, em poucas palavras, pode dizer-se que apenas não se recebe o repouso no Espírito porque se resiste, recusando-o, ou então porque se está habituado à ação do Espírito em si próprio.

Por outro lado, o repouso no Espírito sobrevém, a maior parte das vezes, na oração. Pode tratar-se de um grupo de pessoas, mais ou menos considerável, reunido para uma oração comum, seja litúrgica, seja carismática; uma ocasião muito favorável é a celebração eucarística, especialmente depois da santa comunhão. Quanto mais a atmosfera está impregnada de oração, mais o repouso no Espírito se manifesta, por vezes mesmo sem as que as pessoas sejam tocadas por outras. A oração de louvor é uma causa particularmente eficaz do repouso no Espírito. Este repouso também se produz, muitas vezes, a seguir a um ministério de pregação, confinante a orações de cura. Convém assegurar um clima tranquilo na assembléia e evitar a exaltação da assistência e toda a procura de espetáculo.
(de um texto do Pe. O. Melançon, CSC – portal RCC/Br)  





quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O ano do fim


Dois mil e doze. Vai começar tudo novo? Não, tudo segue como antes. Os problemas de ontem continuam hoje, as soluções encontradas se aplicam agora; os desafios ainda estão por aí, basta encará-los. As promessas (as mesmas de sempre), os propósitos (também os mesmos) repetem-se (óbvio, são os mesmos), arrastam-se ano após ano e não as cumprimos, ao menos a maior parte. Dois mil e doze, ano do fim. Tomara. Tomara que acabe a desonra, a concupiscência, a cultura da morte, o relativismo ateu, a libertinagem, a hipocrisia, a socialização dos maus costumes, a banalização do pecado, a perseguição religiosa, a “normose” (achar que tudo, por mais absurdo que for, seja normal). Tomara que acabe a desonestidade e passe a reinar a civilização do amor, que o reino de Deus se instale verdadeiramente na face da terra. Falando de fim, a parusia de Jesus – promessa da Palavra de Deus – há de se cumprir, quando, não sabemos. Justamente por não sabermos devemos estar preparados. Que não sejamos encontrados na contramão dos desígnios de Deus, mas no fluxo de amor que emana do Seu coração. Que tudo citado acima realmente termine e morra em nós; que nossos corações e mentes encham-se do ágape divino.    Dois mil e doze. Vai começar tudo novo ou tudo de novo? Tudo de novo se o caminho era em Deus, que assim permaneça. Tudo novo se o caminho era torto, que se endireite.


domingo, 1 de janeiro de 2012

Diante do mal está o bem


Este versículo do livro do Eclesiástico como todas as outras passagens da Bíblia, nos faz pensar e nos pede um posicionamento perante a vida.

Diante do mal está o bem. Muitas vezes, nos deparamos com o mal na nossa vida, por exemplo, quando alguém propositalmente, para proveito próprio, usando de meios iníquos nos prejudica ou a alguém que nós amamos, ou fala mal de nós, ou nos humilha. Qual seria o bem que está diante desse mal? A NOSSA ATITUDE. Se a nossa atitude for de perdão, se não ficarmos falando mal dessa pessoa aos outros, mas se calarmos em oração, isto é, silenciarmos e pedirmos a misericórdia de Deus para essa pessoa que agiu mal, estaremos colocando o bem diante do mal. E daí, o bem que vem de Deus alcançará a nossa vida. Será o Bem aliando-se ao bem. O Bem com letra maiúscula é aquele que vem de Deus e o bem que reflete esse Bem Maior que vem de Deus é o bem que nós praticamos em resposta ao mal com que nos deparamos.

São Paulo nos exorta em sua carta aos Romanos: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem.” (Rm 12, 21)

Portanto, se quisermos o amor e a misericórdia de Deus se derramando sobre nossa vida, não paguemos o mal com o mal. Quem age mal se alia ao mal e cedo ou tarde pagará um preço por isso.

São Pedro nos recorda: “Aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus encomendam as suas almas ao Criador fiel, praticando o bem.” (1Pe 4, 19).

Maria Beatriz Vargas - RCCBRASIL