Os 1,2-9 – Infidelidade
Oséias desposou uma mulher, Gomer, que o traiu prostituindo-se. Oséias amava esta mulher, mas ela retribuiu este amor com traição; Deus amava o povo de Israel e este lhe pagou com traição, adorando falsos deuses. E nós? E você? Deus nos ama e da mesma maneira como Gomer traiu Oséias e Israel traiu Javé, nós somos infiéis a nosso Deus, nos entregando a idolatria das coisas que o mundo nos oferece.
O v. 4 nos diz: “...Chama-o Jezrael, porque dentro em breve punirei a casa de Jeú pelos massacres de Jezrael e porei fim a dinastia da casa de Israel”. Jezrael significa Deus semeia. É também o nome de uma planície onde vários reis foram massacrados. Daí se conclui que Deus deixaria de atender esse povo, mas ao mesmo tempo, devido ao significado real do nome (Deus semeia) é a promessa do surgimento de um novo povo, um povo remido.
Diz o v.6: “...Chama-a Lo Ruhama , porque não terei mais amor a casa de Israel, mas a destruirei completamente”. Lo Ruhama quer dizer não amada, aquela que não se tem afeição. Aí o Senhor perde o afeto por seu povo; na verdade não deixa de amar, pois Deus jamais nos abandona nem deixa de amar seu filhos; ocorre que por nossas faltas nos distanciamos de Deus e nos tornamos inatingíveis por seu amor.
Por fim o v. 9 nos diz : “...Chama-o Lo Ami, porque já não sois meu povo e eu não sou vosso Deus. Lo Ami, ou seja, não meu povo". É o rompimento total com Deus. É o abandono do povo a própria sorte; por sua infidelidade o povo se afasta do Senhor e sofrerá as conseqüências da falta de Deus em suas vidas.
Irmãos, irmãs, não quero – e creio que nenhum de nós queira – ser ovelha sem pastor; não quero ser indigno de compaixão, desprezado por Deus; não quero ser abandonado, indigno de pertencer ao povo de Deus; não quero ser deserdado, quero ser herdeiro das promessas de Deus. Mas para isso temos que ser fiéis a Deus como Deus é fiel a sua promessa.
Onde está nossa infidelidade? Somos infiéis quando deixamos de ouvir Deus e damos ouvidos aos clamores do mundo. Quando nos envolvemos com falsas doutrinas, filosofias da chamada nova era, esoterismo, superstições, crendices, espiritismo, etc. Quando buscamos a cura divina através de Jesus, mas ao mesmo tempo – “por garantia” – buscamos curandeiros, pais de santo, banhos de arruda e outras tantas bobagens. Somos infiéis quando contrariando a doutrina da Igreja e a Palavra de Deus, acreditamos em reencarnação. Não há reencarnação: “Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na ressurreição da carne, na vida eterna!” Na ressurreição da carne, não na reencarnação. Ninguém vai e volta, vai e volta, se purificando de pecados, purgando em vida mazelas passadas. Vivemos e morremos apenas uma vez, sendo purificados no sangue precioso de Jesus! Vivemos uma vez e para sempre, morreremos uma única vez passando para a eternidade, e um dia haveremos de ressurgir num corpo glorioso, como o corpo do Cristo Ressuscitado. Ver 2 Sm 14,14 e Hb 9,24-28.
Não podemos servir a dois senhores, diz a Palavra de Deus em Mt 6,24. Não podemos ser cristãos e espíritas, umbandistas, ou qualquer outra coisa. Não podemos beber o cálice da salvação e ao mesmo tempo a taça de veneno; não se comunga o Santo Corpo do Senhor na ceia Eucarística e depois ir freqüentar terreiros de macumba. Isto é infidelidade, é adultério! Dirão: ele está se repetindo. Sim, estou me repetindo pela enésima vez. Deus nada faz em vão: da mesma maneira que o mundo nos bombardeia constantemente com seus falsos valores, Deus está contra atacando e nos advertindo também de modo continuo, impregnando em nós a sua Santa Palavra. Louvado seja Deus por não nos abandonar, apesar de nossas faltas. Podemos nos considerar como aquele povo remido, o novo povo – Deus semeia – lembram-se do inicio? Abramos nossos corações e acreditemos efetivamente que debaixo dos céus nenhum outro nome foi dado pelo qual devamos ser salvos. Esse nome é Jesus Cristo, diante do qual dobramos nossos joelhos e rendemos graças. Sejamos fiéis a Ele, como Ele é fiel. Assim seja.
Carlos Nunes
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