Nascemos “homens velhos” e devemos nos tornar “homens novos”.
Se percorrermos a historia do mundo de trás para frente, como se folheia um livro começando da ultima página, chegando ao fim nos daríamos conta de que seria como se faltasse a primeira página, O “incipit” (a introdução do texto). Sabemos tudo do mundo, exceto o porque e como tudo começou. O fiel tem a convicção de que a Bíblia nos dá esta página que falta. Nela, como na capa de todo livro, está escrito o nome do autor e o titulo da obra.
Uma analogia pode nos ajudar a conciliar nossa fé na existência de um desígnio inteligente de Deus sobre o mundo, com a aparente causalidade e imprevisibilidade evidenciada por Darwin e pela ciência atual. Trata-se da relação entre graça e liberdade. Num caso e no outro, Deus, como diz o provérbio, escreve certo por linhas tortas.
A criação é obra do Espírito Santo que aperfeiçoa as coisas e as faz passar do caos à ordem. Isso acontece também ao homem, pequeno cosmo.
O Espírito Santo é aquele que faz cada um de nós passar do caos ao cosmo: da desordem, da confusão, do desespero, à ordem, unidade, a beleza. Aquela beleza que consiste no ser conformado a vontade de Deus e a imagem de Cristo, no passar do homem velho ao homem novo. Nós nascemos “homens velhos” e devemos nos tornar “homens novos”. Toda a vida, não somente a adolescência, é uma idade evolutiva! O Espírito Santo é a alma dessa renovação e desse rejuvenescimento.
(Frei Raniero Cantalamessa – pregador da Casa Pontifícia)
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