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a primeira pregação foi
passada com muita sabedoria, com inspiração do Espírito Santo, pela nossa irmã
de fé Betinha, a vida das primeiras comunidades cristãs. Também eu fui
convidado a passar, a exortar, a vivência dessa comunidade hoje.
É bem verdade que os tempos são
outros, a realidade hoje é diferente da realidade do tempo dos apóstolos.
Naquele tempo as noticias se propagavam lentamente; hoje com o progresso das
comunicações, se a semente do mal é plantada na China, amanhã ou quem sabe
ainda hoje, ela chega ao Brasil. O mundo está globalizado. Mas só na economia.
A globalização só existe economicamente, quanto ao ser humano existe o
individualismo; o mundo prega e propaga a disputa, a competição. O homem para chegar
ao topo, ser o primeiro, há que derrubar o outro, pisar em cima, usa-lo como
degrau para alcançar o topo. Neste mundo egoísta dois colegas de trabalho
sorriem, confraternizam, porém nos bastidores conspiram um contra o outro,
tramam a derrubada do outro, porque almejam o mesmo cargo, a mesma gerência, a
mesma diretoria. Deus quer isso? Não!!! Ele quer a união; Ele quer que sejamos
unidos num só coração, o coração de Jesus, o sacratíssimo coração de Jesus.
Jesus, homem e deus. Jesus que detinha como homem todo o poder concedido pelo
Pai, Jesus que poderia fazer tudo sozinho, mas quis precisar dos homens, formou
um grupo, uma comunidade: seus discípulos, os apóstolos que foram seus
sucessores formando novas comunidades. Paulo é um grande exemplo; formou comunidades
cristãs em Colossos, Filipos, Tessalonica e outras.
A RCC quer reviver hoje as
comunidades ao molde da Igreja primitiva. Comunidade de fé não é coisa do
passado, é p’rá hoje, p’rá agora!
Lendo Reis 8,33-39a, observamos
parte do discurso de Salomão na consagração do templo de Jerusalém ao todo
poderoso Javé. É uma exortação à oração; demonstra o poder da oração, mormente
a oração em comum. O v. 38 quando diz: “Se todo o povo orar...” evidencia a
oração comunitária.
Quando um só fiel, um só filho de Deus, muitas
vezes enfraquecido, abalado na fé, ora sozinho, quase sempre encontra um céu de
bronze onde a oração retine, reflete e não chega a Deus. Se porém ele ora em
grupo, o céu se abre, o bronze se transforma num véu diáfano e a palavra chega ao
trono de Deus. Aí, a oração recebida por Deus volta em forma de bênçãos e de
graças.
Existe um ditado popular que
diz: “Cada um por si e Deus por todos”. Ë cristão? Não. É egoísta. Já, “um por
todos e todos por um”, pode ser adotado por nós, porque somos um em todos e
todos em um, centrados em Cristo Jesus, como a Igreja: O corpo místico do
Senhor, do qual fazemos parte na comunhão e na unidade.
Sós somos fracos para combater o
inimigo. Juntos somos imbatíveis pelo poder do sangue de Jesus. Tomando um
pequeno graveto, qualquer criança pode quebrá-lo com facilidade. Tomando três
ou mais é necessário certo esforço para quebrá-los. Se tomarmos um feixe com
centenas, é impossível quebrá-los com as mãos; nem o homem mais forte do mundo
consegui-lo-ia.
Mesmo que o irmão esteja na dor,
angustiado, em duvida, atribulado, ao buscar o auxilio do próximo na comunidade
de fé, certamente encontrará um ombro amigo, conforto moral, palavras de
sabedoria. Em oração, ouvirá palavras de ciência que revigoram, palavras proféticas
que animam, que revivem a fé abalada.
Dir-se-á: Havia monges que
viviam sós, isolados, porém felizes sentindo a presença de Deus. É verdade. Mas
estes eram homens fortalecidos na fé, altamente espiritualizados, que se
isolavam, buscavam o deserto para se colocar a escuta de Deus e buscar
discernimento. Depois retornavam ao convívio dos demais e construíam mosteiros,
criavam irmandades, enfim, formavam comunidades.
As idéias expostas nos mostram a
importância da Igreja como aglutinadora, como comunidade, especialmente os
grupos de oração. Por isso devemos rezar juntos, interceder juntos e jejuar
juntos, para nosso crescimento e crescimento do irmão.
Quanto à ajuda mútua,
lembremo-nos da batalha dos hebreus contra os amalecitas. Enquanto Moisés do
alto do monte mantinha os braços estendidos em oração, seu povo vencia a
batalha; quando, porém, fatigado, seus braços pendiam, seu povo também cedia ao
inimigo. Moisés então sentou-se numa pedra; Aarão e Hur sustentando os braços
de Moisés, os mantinham erguidos e assim a batalha prosseguiu até o
aniquilamento de Amalec.
Assim é a comunidade de fé:
auxiliando-se mutuamente, um orando com e pelo outro. Amem.
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