sexta-feira, 17 de julho de 2020

I Reis 8,33-39a - Comunidade Hoje



N
a primeira pregação foi passada com muita sabedoria, com inspiração do Espírito Santo, pela nossa irmã de fé Betinha, a vida das primeiras comunidades cristãs. Também eu fui convidado a passar, a exortar, a vivência dessa comunidade hoje.
                É bem verdade que os tempos são outros, a realidade hoje é diferente da realidade do tempo dos apóstolos. Naquele tempo as noticias se propagavam lentamente; hoje com o progresso das comunicações, se a semente do mal é plantada na China, amanhã ou quem sabe ainda hoje, ela chega ao Brasil. O mundo está globalizado. Mas só na economia. A globalização só existe economicamente, quanto ao ser humano existe o individualismo; o mundo prega e propaga a disputa, a competição. O homem para chegar ao topo, ser o primeiro, há que derrubar o outro, pisar em cima, usa-lo como degrau para alcançar o topo. Neste mundo egoísta dois colegas de trabalho sorriem, confraternizam, porém nos bastidores conspiram um contra o outro, tramam a derrubada do outro, porque almejam o mesmo cargo, a mesma gerência, a mesma diretoria. Deus quer isso? Não!!! Ele quer a união; Ele quer que sejamos unidos num só coração, o coração de Jesus, o sacratíssimo coração de Jesus. Jesus, homem e deus. Jesus que detinha como homem todo o poder concedido pelo Pai, Jesus que poderia fazer tudo sozinho, mas quis precisar dos homens, formou um grupo, uma comunidade: seus discípulos, os apóstolos que foram seus sucessores formando novas comunidades. Paulo é um grande exemplo; formou comunidades cristãs em Colossos, Filipos, Tessalonica e outras.
                A RCC quer reviver hoje as comunidades ao molde da Igreja primitiva. Comunidade de fé não é coisa do passado, é p’rá hoje, p’rá agora!
                Lendo Reis 8,33-39a, observamos parte do discurso de Salomão na consagração do templo de Jerusalém ao todo poderoso Javé. É uma exortação à oração; demonstra o poder da oração, mormente a oração em comum. O v. 38 quando diz: “Se todo o povo orar...” evidencia a oração comunitária.
                 Quando um só fiel, um só filho de Deus, muitas vezes enfraquecido, abalado na fé, ora sozinho, quase sempre encontra um céu de bronze onde a oração retine, reflete e não chega a Deus. Se porém ele ora em grupo, o céu se abre, o bronze se transforma num véu diáfano e a palavra chega ao trono de Deus. Aí, a oração recebida por Deus volta em forma de bênçãos e de graças.
                Existe um ditado popular que diz: “Cada um por si e Deus por todos”. Ë cristão? Não. É egoísta. Já, “um por todos e todos por um”, pode ser adotado por nós, porque somos um em todos e todos em um, centrados em Cristo Jesus, como a Igreja: O corpo místico do Senhor, do qual fazemos parte na comunhão e na unidade.
                Sós somos fracos para combater o inimigo. Juntos somos imbatíveis pelo poder do sangue de Jesus. Tomando um pequeno graveto, qualquer criança pode quebrá-lo com facilidade. Tomando três ou mais é necessário certo esforço para quebrá-los. Se tomarmos um feixe com centenas, é impossível quebrá-los com as mãos; nem o homem mais forte do mundo consegui-lo-ia.
                Mesmo que o irmão esteja na dor, angustiado, em duvida, atribulado, ao buscar o auxilio do próximo na comunidade de fé, certamente encontrará um ombro amigo, conforto moral, palavras de sabedoria. Em oração, ouvirá palavras de ciência que revigoram, palavras proféticas que animam, que revivem a fé abalada.
                Dir-se-á: Havia monges que viviam sós, isolados, porém felizes sentindo a presença de Deus. É verdade. Mas estes eram homens fortalecidos na fé, altamente espiritualizados, que se isolavam, buscavam o deserto para se colocar a escuta de Deus e buscar discernimento. Depois retornavam ao convívio dos demais e construíam mosteiros, criavam irmandades, enfim, formavam comunidades.
                As idéias expostas nos mostram a importância da Igreja como aglutinadora, como comunidade, especialmente os grupos de oração. Por isso devemos rezar juntos, interceder juntos e jejuar juntos, para nosso crescimento e crescimento do irmão.
                Quanto à ajuda mútua, lembremo-nos da batalha dos hebreus contra os amalecitas. Enquanto Moisés do alto do monte mantinha os braços estendidos em oração, seu povo vencia a batalha; quando, porém, fatigado, seus braços pendiam, seu povo também cedia ao inimigo. Moisés então sentou-se numa pedra; Aarão e Hur sustentando os braços de Moisés, os mantinham erguidos e assim a batalha prosseguiu até o aniquilamento de Amalec.
                Assim é a comunidade de fé: auxiliando-se mutuamente, um orando com e pelo outro. Amem.
  


Nenhum comentário:

Postar um comentário