sexta-feira, 29 de maio de 2020

Br 4,1-4 – Sabedoria



O
 texto nos revela a sabedoria, sabedoria divina; mandamentos da lei de Deus, os dez, que Jesus resumiu a dois: “Amarás o Senhor teu Deus com toda tua força, com toda tua alma, com todo teu coração,” e “Amarás teu próximo como a ti mesmo.”
            O versículo 3a nos diz... (...). Não deixar a graça passar, ou seja, acolher, aceitar, submeter-se ao senhorio de Jesus, reconhecendo-o como senhor e salvador. Não deixar a graça passar, como o povo de Israel deixou, ao não reconhecer Jesus como o Messias Senhor e Salvador.
            Sabedoria que nos é revelada pelo Espírito Santo que nos move, nos inspira, nos mostra a verdade que liberta: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Diz a Palavra de Deus.
            Os vv. 3 e 4 nos remete a Sb 9,18: “Assim se tornaram direitas as veredas dos que estão na terra; os homens aprenderam as coisas que vos agradam e pela sabedoria foram salvas”. Salvos pela sabedoria, sabedoria contida na Palavra, o Verbo Divino, Jesus a Sabedoria Personificada.
            Salomão, o mais sábio rei de Israel, pediu a Deus somente sabedoria para reinar e foi contemplado com tudo mais. – Buscai primeiro o reino de Deus e sua justiça e tudo mais vos será acrescentado!
            Muitos consideram a sabedoria do mundo incompatível com a sabedoria divina. Vêem uma como boa, outra como má. Se não formos cuidadosos em nossos critérios e discernimento, podemos aceitar essa noção como verdadeira. Mas não é assim. O próprio Jesus, Ele mesmo exerceu e muito bem a sabedoria humana (dita do mundo) ao compor parábolas sobre o cotidiano da época em que vivia. Também quando, inteligentemente usava de esperteza para argumentar com seus opositores, desmoronando as tentativas de apanhá-lo nas sutis armadilhas onde tentavam pegá-lo. Jesus estava no mundo, apesar de seu coração e mente estarem abertos ao Espírito.  O que faz a sabedoria do mundo perigosa é a intenção oculta por trás dela, a influência deletéria do maligno.  Se você usa os dons e sabedoria para o bem comum, não para proveito pessoal, aliando a isso a escuta ao Senhor, você está no caminho certo. Se Jesus vive e reina em seu coração, Ele assumirá sua sabedoria e experiência de vida e a usará para a glória do seu reino.
            Em Deuteronômio 11, versículos 26 em diante, Deus nos propõe dois caminhos, nos oferece a vida ou a morte, a benção ou a maldição. Cabe a nós e só a nós, a escolha.
Cada um de nós é livre para escolher. Você é livre para escolher o seu caminho. Se quiser seguir sozinho pelos caminhos do mundo, ignorando a sabedoria de Deus, vai...
Se você quer continuar na mesma, surdo aos apelos de Deus, vai... Mas se você quer mudança, mudar sua vida, livrar-se do que oprime, mudar dor em esperança, duvida em certeza, tristeza em alegria, vem com Jesus, caminha com Jesus. Jesus, caminho, verdade e vida; Jesus que faz novas todas as coisas. Amém!

sexta-feira, 22 de maio de 2020

At 19,21-27 – Tumulto dos Ourives



O
 texto estampa o pânico, o temor que o Evangelho causava a esses cultuadores de falsos deuses, ou melhor, aos comerciantes da fé. Na verdade nem eram tanto os cultuadores de ídolos que se erguiam contra os pregadores da Palavra de Deus e sim aqueles que incentivavam esses cultos através de práticas comerciais.
            Vemos os ourives incentivando o povo contra Paulo e os pregadores da Palavra, porque estes arrebatavam para Cristo os seguidores dos ídolos pagãos. Cada gentio convertido era um cliente a menos no lucrativo negócio daqueles artesãos e comerciantes. Hoje, o tumulto é causado pelos Demetrios modernos, os difamadores da Igreja, aqueles que não aceitam a doutrina da salvação propagada pela Igreja de Cristo. Aqueles põem em evidência os escândalos que acontecem – sim, acontecem, mas não são cotidianos como se insinua. Procuram por todos os meios desmerecer a Palavra de Deus e seus representantes. Até nossos irmãos evangélicos se unem a eles quando injustamente nos acusam de idolatria, fazendo campanhas sistemáticas contra nós. Eles atiram contra o próprio pé. O verdadeiro inimigo da fé eles nem sequer mencionam: As seitas não cristãs, as filosofias orientais, o esoterismo, a nova era, etc.
            A Palavra lida fala em idolatria e o ídolo em questão é Ártemis, deusa greco romana também chamada Diana; deusa da lua e da caça, cultuada em todo o mundo grego. E os ídolos modernos quais são? Além das falsas doutrinas, falsas religiões, há ídolos que nem sequer as pessoas imaginam que o são: O dinheiro e a TV. O dinheiro move o mundo; é verdade que foi responsável pelo progresso da humanidade, mas por outro lado é o responsável também por todos os males e a violência. A televisão expõe temas polêmicos como se fossem coisas banais: adultério, sexo pecaminoso, drogas, como aparente denúncia, mas na verdade, subliminarmente incentiva, induz a pratica, como se fossem coisas absolutamente normais.
            Para ilustrar o engodo das falsas promessas do mundo, aí vai a estória do camponês que viu passar o rei, e sendo muito pobre, resolveu pedir algo a seu senhor. Surpreendeu-se quando ao aproximar-se, o rei foi quem lhe pediu algo. O rei pediu-lhe um punhado do trigo que o camponês trazia no seu bornal. Este, surpreso e até certo ponto decepcionado, deu ao rei um grãozinho do trigo. Sua surpresa foi maior ao ver, mais tarde, uma pepita de ouro entre os grãos de trigo. Retornou e entregou todo o trigo que tinha, ao rei. Ganhou um tesouro e a promessa de mais tarde, um tesouro ainda maior. Amigos seus também quiseram um tesouro e juntaram um punhado de trigo para oferecer ao rei. Mas outros senhores ricos e até certo ponto poderosos, os seduziram para que o trigo fosse entregue a eles; ingenuamente cederam e deram grande quantidade de trigo a esses falsos reis. A principio receberam algumas pedrinhas de ouro, porém mais tarde perceberam que todo o trigo que lhes restava estava apodrecido e cheio de vermes, e o ouro transformado em pedra bruta. Quem é o rei verdadeiro? Jesus. O que é o trigo? Nosso coração, nossa alma. Não adianta procurar Deus nas falsas doutrinas nem a felicidade nas coisas materiais. Tudo isso só podemos encontrar em Jesus, nosso redentor. Jesus, que pelo sangue derramado nos remiu e pela ressurreição nos tornou herdeiros da vida eterna! Amém.




sexta-feira, 15 de maio de 2020

At 9,1-9 – Conversão de Paulo







   A
 passagem bíblica examinada relata a conversão de Paulo. Saulo, que se tornou Paulo.Paulo que originariamente se chamava Saulo, nasceu na cidade de Tarso na Ásia Menor. Apesar de judeu da seita dos fariseus, era cidadão romano de nascimento (Os naturais de Tarso eram considerados romanos). Paulo como fariseu foi um grande perseguidor do cristianismo; prendeu e mandou torturar muitos cristãos. Não consta que ele tivesse matado pessoalmente, mas apoiava e incentivava a morte dos seguidores de Cristo, considerados blasfemos pelos fariseus.
             No v.1 lemos: “Saulo respirava ódio...” Saulo devastava a Igreja! Mas Paulo (Saulo) não é conhecido como perseguidor; é conhecido como o grande propagador da doutrina cristã; é o apóstolo dos gentios. No ato da conversão de Paulo Deus nos dá uma prova do seu grande amor. Paulo um exemplo: de perseguidor a perseguido. Nós também, não importa nossa condição, sofreremos perseguições ao nos convertermos, passaremos por tribulações, mas com Jesus alcançaremos a vitória, como Paulo, conquistaremos a coroa incorruptível. Glorifique a Deus, glorifique!
            O v.5 diz: “Duro te é recalcitrar...” Frase difícil, não? Refere-se a teimosia, insistir no erro mesmo quando Jesus mostra a verdade.
            V.6: “Senhor que queres que eu faça?” Imagino aí, Paulo caído com o rosto no pó, humilhado, submisso... Paulo com toda sua soberba caiu do cavalo e humildemente rendeu-se a Jesus, a quem perseguia. E você meu irmão, já fez a mesma pergunta a Jesus? E se fez, esperou a resposta, ouviu, atendeu, obedeceu? Ou recalcitrou contra o aguilhão? Abra seus olhos, abra seus olhos! Livre-se da cegueira das coisas falsas do mundo. Paulo ficou cego temporariamente; cego da visão distorcida do mundo, dos falsos valores. Livre das escamas do mal passou a enxergar sob a luz do Evangelho. Glória a Deus! Em Is 9,1 lemos: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz”.Que vejamos esta luz!
            Deus quer a todos nós. Se Deus escolheu e chamou Paulo que era perseguidor de seus seguidores, porque não chamar você? Você, você que está questionando, duvidando; é com você que Deus fala, é pra você esta pregação, pra você! Há uma expressão latina que diz: mutatis mutandi. Traduzindo: mudar o que precisa ser mudado. Então vamos mudar o que tem que ser mudado em nós, para nosso bem, para o bem de nossas vidas; mudar para Jesus!
            A conversão é um processo lento e progressivo, como o crescimento de uma árvore. Ninguém dorme pecador e acorda santo. Há um primeiro passo, um passo importantíssimo, mas isso não significa conversão total. Essa conversão imediata, instantânea, tem que ser renovada a cada dia. Não se planta uma semente pela manhã e se vê a árvore a tarde. Leva dias pra brotar, meses para crescer e anos para frutificar. Como na parábola do semeador, a semente é plantada no coração – e se encontra terreno fértil ela germina – aí é dado o primeiro passo. Daí é só regar, adubar e quando necessário podar para que ela cresça sadia. Regar com nossa oração diária, adubar com amor e boas obras e aceitar a poda com renuncia ao que não nos serve. Irmãos, vamos caminhar na luz, ver a árvore crescer e dar frutos a um por cem, cem por mil! Amém. 

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Jr 34,17-20 – Desobediência



S
emana passada falávamos aqui de escuta. Ouvir e obedecer a Deus. Colocar-se a disposição para ouvi-lo, obedece-lo, servi-lo. E a palavra hoje é como um complemento; só que no sentido inverso: a desobediência e suas conseqüências. Abrir em Jr 34,17-20.
            Nos tempos do AT era comum os pactos e acordos serem selados com a passagem dos contratantes entre as partes esquartejadas de animais sacrificados. Isto significava que aquele que descumprisse o acordo feito teria o mesmo fim que as vitimas do sacrifício.
            O v.17 diz (...). Quem faria passar por isso? Quem faria passar pela fome, pela peste, pela espada? Por certo não seria Deus. O inimigo é que age assim quando nos afastamos de Deus, quando desobedecemos e com isso nos distanciamos de Deus. Aí o inimigo se aproxima, pois estamos vulneráveis, longe da proteção divina. Sós, somos presas fáceis e satanás se aproveita dessa fragilidade para nos atacar. Ao longo da história bíblica o povo de Deus pecava, se penitenciava, era perdoado, voltava a pecar, se arrependia, era perdoado... e assim ia. Mas o pecado tinha conseqüências, provocava seqüelas.
            A desobediência de Adão e Eva, os primeiros homens – na realidade o primeiro grupo humano – nossos antepassados, quebrando o pacto com Deus, gerou todo pecado. Eles não resistiram a tentação, caíram e o pecado entrou no mundo e com o pecado a dor, o sofrimento, a morte. Ao pecarem perderam a plenitude da graça e ficaram reduzidos ao mínimo da condição humana.
            O ser humano possui corpo e alma. Um corpo animal, que está acima de todo animal; uma alma imortal, porém inferior aos anjos, pois estamos ligados à carne. Quando não se tem cuidado com o próprio corpo, peca-se contra si mesmo. Quando profanamos nosso corpo, morada do Espírito Santo, ofendemos gravemente a Deus, autor e dono de nossa vida.  Podemos até mesmo falar de duas dimensões do pecado. Vertical e horizontal. Vertical, quando afrontamos diretamente Deus e horizontal quando num mesmo nível, num mesmo patamar, ofendemos ao próximo e a nós mesmos, dessa forma ofendendo também a Deus.
             Deus nos gerou para a perfeição, nos criou a sua imagem e semelhança. Se não somos perfeitos, é porque fomos desfigurados pelo pecado e quebramos o espelho que refletia Deus em nós. Por causa da desobediência, a natureza humana perdeu a graça na própria origem, por isso o chamado pecado original.
            Felizmente temos um Deus misericordioso que se fez carne e deu-se a si mesmo em sacrifício expiatório. Jesus com sua morte de cruz, sua ressurreição, redimiu a humanidade de todos os pecados, de ontem, de hoje, de sempre. Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E Jesus nos deixou sua Igreja e a Igreja nos dá os sacramentos. O batismo que nos lava do pecado original, onde rejeitamos a herança negativa e renascemos para uma vida nova. E se depois disso, viermos a vacilar, cair em tentação e pecar, Deus em sua infinita misericórdia nos oferece a confissão, onde poderemos ser perdoados e nos reconciliar com Ele. Amém.
      (sinopse de pregação)

sábado, 2 de maio de 2020

Tg 1,19-25 – Escuta e Prática da Palavra de Deus



Uma mãe instrui e educa o filho na expectativa de vê-lo crescer saudável, obediente e fiel. Um estudante se prepara na escola para fazer boas provas, passar de série, formar-se, ter uma profissão, tornar-se um cidadão respeitável.
                É isso que de certa forma Tiago nos apresenta nesta Palavra. Tiago nos pede que ouçamos e ponhamos em prática a Palavra de Deus. Que saibamos ouvir e obedecer. A Palavra tem que nos preencher, nos transformar. Aquele que ouve a Palavra de Deus e não retém no coração é como guardar água num balde furado. Ouvir a Deus, aceitar a Palavra de Deus; ouvir, aceitar, reter, guardar a Palavra de Deus. Guardar, não para acumular egoisticamente, mas para usufruir dela, para usa-la como fonte de salvação para si próprio e para os irmãos. (ver Rm 2,13).
                Não adianta multiplicar palavras, mesmo em oração, quando o coração está vazio. Nesta hora é melhor calar, é melhor silenciar para ouvir. Nenhum de nós é capaz de ouvir, entender, reconhecer uma voz em meio a um burburinho, um vozerio, principalmente quando nós mesmos falamos. Muitos reclamam que Deus não lhes fala, que carismas não são manifestados. Deus fala sim! Eles é que não ouvem. Falam, falam, falam, falam sem parar e não deixam espaço para Deus, não dão tempo para Deus. E mesmo quando Deus, às vezes atropela e fala, eles não percebem, não ouvem, tão mergulhados estão em seus próprios problemas.
                Tiago nos lembra que devemos usar a Palavra para não cair no erro. (ver Mt 7,24-27). Devemos também usar a Palavra para fugir do pecado, para viver os frutos do Espírito Santo: mansidão, amor, temperança, caridade, esperança, paz; e não viver sob a carne, cujos frutos são: malicia, devassidão, ódio, contendas, orgulho, violência, idolatria, etc.
                A leitura nos remete também a Primeira Epistola de São João (I Jo 3,17s). A fé sem obras é morta, nos diz Tiago mais adiante. A fé por si só não é caminho de salvação. Ela tem que ser acrescida de obras. Assim como a caridade sem fé, sem amor, não é caridade, é filantropia. De nada vale uma fé fervorosa se ela não é vivenciada, acompanhada de amor ao próximo, perdão as ofensas, caridade. Do mesmo modo é inútil a obra vazia, destituída de amor, sem a fé necessária que nos conduz ao caminho da verdade; tal obra se constitui em mero ativismo. A oração é como uma via de mão dupla; a cada pedido nosso, em contrapartida, Deus nos pede algo. O milagre de Caná só se realizou porque os homens encheram as talhas a pedido de Jesus. Lázaro retornou da morte após terem rolado a pedra do túmulo, a pedido de Jesus. O possível Ele quer que façamos, o impossível, o milagre Ele faz.
                Vivemos a quaresma, tempo de deserto, tempo de escuta. Tempo de nos colocarmos a disposição do Senhor para que Ele faça sua obra em nós. Na quaresma a Igreja do Brasil organiza e celebra a Campanha da Fraternidade. O tema deste ano (2004) é Água Fonte de Vida. Água, indispensável a manutenção da vida no campo material; água, indispensável também no aspecto espiritual, bíblico. “O Espírito de Deus pairava sobre as águas” é um dos primeiros versículos da Bíblia Sagrada. Temos as águas do dilúvio, onde o mal, o pecado, foi afogado e a humanidade renasceu na arca de Noé. As águas que brotaram da rocha no Horeb, ao ser tocada pelo cajado de Moisés, e que aplacou a sede do povo que peregrinava no deserto. Águas do Jordão, que purificaram Naamã e batizaram Jesus. A torrente que jorrou do templo e que fecundava tudo à sua margem, conforme relato do profeta Ezequiel. A água que se tornou vinho em Caná. As águas da piscina de Siloé.  Águas de Betesda, que quando agitadas curavam os enfermos que nela se banhavam. O poço de Jacó, onde a samaritana encontrou a fonte de água viva, Jesus. A água que emanou do lado aberto de Jesus, após todo seu sangue se esvair. Sangue que curou, libertou, salvou; água que purificou. O sangue de Jesus nos selou com a promessa da Salvação; a água de Jesus nos lavou de toda imundície. Pela fé aceitamos a salvação e pelas obras nos tornamos merecedores dela. Amém.
(sinopse de pregação)