sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A Salvação é para Todos



Somos amados, somos filhos, somos criaturas. Somos criaturas provenientes da mente perfeita de Deus. Somos imagem e semelhança e por adoção em Jesus Cristo nos tornamos filhos. Já dissemos aqui e nunca é demais repetir, vivemos no tempo, mas nossa vocação é a eternidade. Deus nos predestinou sim, a todos indistintamente, para a salvação! Fomos engendrados no transbordamento do Divino Amor; por Deus e para Deus fomos criados e é seu desejo que a Ele retornemos. Não existe – é inconcebível – a tese protestante calvinista da predestinação para a condenação (Ouvi o disparate que todos nascemos condenados). É verdade que no caminho muitos se perdem e rejeitam o direito à salvação, desvirtuando-se e por si, por decisão pessoal se dirigem à condenação.
 Isto é evidente quando da criação da humanidade e sua colocação no Éden (Gn 2 – 3). Adão e Eva viviam em perfeita e total união com Deus. Corromperam-se e perderam a intimidade com o Criador, mas isso não implicou em condenação eterna. Ademais, o advento de Jesus e seu sacrifício salvífico vieram nos restaurar a dignidade de filhos e nos propor um caminho, em verdade o caminho único para a salvação. Aquele caminho que ele mesmo traçou e aponta: seu evangelho. O evangelho não é simplesmente uma boa nova, uma noticia, um simples anúncio; o evangelho é revelação! A revelação da nova e definitiva aliança de Deus com seu povo. E esse novo povo de Deus não é representado somente por uma nação, mas por toda a humanidade.  
O Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos 2822-2824 nos assegura: “É vontade do Pai que todos cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,3s). Ele usa de paciência, porque não quer que ninguém se perca (2pd 3,9). (...) Deu-nos a conhecer o mistério de sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve tomar: de em Cristo encabeçar todas as coisas... Nele, predestinados pelo propósito daquele que tudo opera segundo o conselho se sua vontade, fomos feitos sua herança (Ef 1,9ss)”.
Podemos então afirmar convictamente, baseados no catecismo da Igreja e na Palavra de Deus, pois assim confirmam os textos bíblicos, que a salvação é para todos; ninguém nasce para a condenação, ao contrário, fomos criados e viemos ao mundo para usufruir da glória eterna com o Criador. Cabe a nós vivermos de tal modo que ao chegarmos ao fim da vida terrena, adentremos o Santo dos Santos e face a face com Deus Pai gozemos eternamente das delicias do paraíso.



sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Deus é Amor e por Amor nos Salva



A Bíblia Sagrada em 1Jo 4,8 nos afirma que Deus é amor. Deus é puro amor, amor infindável, inabalável, incontestável. Deus é amor e fomos criados no amor e por amor. Somos criaturas, porém filhos, filhos por adoção no amor de Cristo a toda  humanidade.
            Fomos criados à sua imagem e semelhança. Imagem porque reflexo da vontade do Criador. Semelhança porque fomos criados para a perfeição, como disse Jesus: "sede perfeitos como o Pai é perfeito".
            Toda criança ao nascer - apesar da mancha do pecado original - é pura na essência. Mas a criança cresce, e ao longo do tempo se contamina com as coisas más do mundo, a concupiscência (fruto do pecado original) é exacerbada e assim, vamos nos tornando pecadores... Quebramos o espelho e deixamos de refletir a imagem de Deus em nós; rejeitamos a graça do Senhor e nos afastamos dele...Então pelo pecado  perdemos a graça original.
            Entretanto isso não significa a perdição, pois fomos criados para Deus. Dele viemos e a Ele haveremos de retornar. A Palavra diz que é desejo do Senhor que todos sejamos salvos, portanto somos todos predestinados à salvação. Todos!  Ninguém é condenado pela vontade de Deus; se alguém é condenado é porque o próprio assim o quis.
            A nossa salvação começou na Criação, porque fomos criados no amor de Deus e portanto para a Salvação. Começou na Criação e culminou na Cruz. Na cruz Jesus pagou por nossos pecados, carregou sobre si nossas dores e injustiças: o castigo que pesava sobre nós foi por ele assumido (conforme Isaias 53) e por amor a redenção nos foi ofertada.
            O Pai criou-nos para sermos perfeitos. O filho morreu e ressuscitou para   restaurar em nós a perfeição perdida. Assumamos isso e estaremos no caminho certo. Deus seja louvado!
           
           

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A Epifania de Jesus



No principio havia o Verbo – Palavra – sem nada de material ou concreto. Do Verbo a criação teve inicio; o universo material e todo o esplendor da natureza terrena, culminando com sua obra prima, o homem.
Aprouve a Deus que na plenitude do tempo Ele viesse a nós. Assim, o kairos juntou-se ao cronus e a glória de Deus se fez presente em nosso tempo com a encarnação do Verbo Divino, Jesus; Deus humanizado para divinizar a humanidade.
Na epifania, quando da visita dos reis orientais a Jesus menino recém-nascido, aqueles homens estrangeiros, pagãos do ponto de vista dos judeus da época, reconheceram a divindade naquele bebê. Guiados pela luz da estrela que lhes indicava o caminho, chegaram à verdadeira luz: Jesus de Nazaré a Luz do mundo. Vieram adorá-lo. Talvez sem mesmo o saber, adoravam o Deus verdadeiro, aquele que é e sempre será; o alfa e o ômega, o principio e o fim, o eterno presente no tempo.
 Adorá-lo, porque viram na fragilidade daquela criança, a fortaleza de Deus; na pequenez daquele menino, a grandeza de Deus; na humildade daquele ambiente, a  glória imensa de Deus! Sim, naquele momento aquela simples manjedoura era o trono da glória. Trouxeram-lhe presentes; incenso, ouro, mirra. O incenso representa sua divindade, o ouro sua realeza e senhorio, a mirra sua missão: pela morte de cruz remiria toda a terra.
Visitaram, adoraram, presentearam Jesus. E voltaram por outro caminho. Todo aquele que conhece Jesus, e o admite como Senhor e Salvador, e o presenteia com a abertura do coração, não retorna ao caminho antigo e passa a trilhar um novo caminho, o rumo apontado pelo Espírito Santo.  Aqueles homens, reis ou magos – não importa o que fossem – vieram como pagãos e retornaram como cristãos impregnados da luz do Messias, do Cristo, do Emanuel.




sábado, 11 de agosto de 2018

A Luz do Mundo



Na noite do dia 10 e em toda madrugada do dia 11 (agosto 2011), sofremos com o apagão que atingiu metade do país. Imaginemos – na realidade vivemos isso – as grandes cidades sem luz, sofrendo esse grande blecaute. As pessoas sem geladeira, rádio, televisão, até mesmo sem água, pois as estações de bombeamento param por falta de energia. É o caos no trânsito; os semáforos apagados, congestionamentos intermináveis. Que transtorno!
            Irmãos e irmãs, a falta de luz espiritual é muito pior que a falta de luz física. A escuridão no espírito tem conseqüências mais graves que a escuridão física. Sem luz interior vivemos à margem de Deus, perdemos o freio moral, a “luz amarela” que sinaliza o perigo deixa de acender. Não acende a “luz vermelha” que impede que prossigamos numa atitude pecaminosa. Também a “luz verde” que nos indica para seguirmos em frente em nossa vida de oração e caridade, essa é como as outras, apagada.  Vivemos no escuro, vendados, às apalpadelas, aos tropeções.
            Assim como os judeus saindo do Egito marcharam até a travessia do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés e guiados por uma nuvem flamejante, nós peregrinamos também em direção a terra prometida, conduzidos pela grande luz que é Jesus. Ao deixarmos para trás uma vida de pecado, não podemos jamais olhar para trás, nem sequer devemos pensar saudosamente nos tempos idos, pois são tempos de escuridão, são um passado obscuro onde éramos iludidos pelos falsos prazeres do mundo. Devemos caminhar sempre em direção ao caminho apontado por Jesus, ao caminho iluminado. Jamais retornar as trevas, pois quem gosta da escuridão é o inimigo de nossas almas, o inimigo de Deus: o príncipe das trevas, Satanás. Ao contrário, Jesus é a luz do mundo, o único e verdadeiro caminho. Diz Jesus que somos sal da terra e luz do mundo; somos como luzeiros e devemos levar a luz a quem vive nas trevas, a quem sofre por falta da luz. Mas em verdade apenas devemos refletir a luz verdadeira: Jesus Cristo.
            Temos que fugir da escuridão, deixar a terra do pecado e vir para a luz, para a terra da promissão. Temos que sair da escuridão e nos colocar debaixo do Sol radiante da justiça, que é Deus e nos deixar envolver por essa luz, mergulhar nessa luz, ser banhados nessa luz! Eu quero chegar lá, atravessar o Jordão e viver para sempre na Jerusalém Celestial; eu quero ao final da jornada atravessar o Jordão, pisar a terra prometida e habitar na Jerusalém Celeste, onde não há Sol nem Lua, pois a única luz que brilha é a glória de Deus! 
            Dá-me Senhor a tua luz, a luz do teu olhar, a luz da tua Palavra que é lâmpada em meu caminho.   


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Misericórdia



Misericórdia, palavra composta: miséria + coração. A Divina Misericórdia é, podemos assim dizer, o Coração de Deus debruçado sobre a miséria humana. Estendendo a nós que usamos de misericórdia para com os irmãos, podemos também dizer que é nosso coração debruçado na miséria alheia; é compadecer-se com o sofrimento do outro, sentir com o que sofre. Assim, Jesus tomou sobre si as nossas dores, compadecendo-se de nós. Se somos, ou desejamos ser, imitadores de Cristo, tomemos sobre nós as dores do irmão, assim como outros tomam as nossas dores. 
Sabemos que não é fácil. Como sofrer com o outro? Jamais! Já tenho problemas demais para me preocupar com os outros... Cada um por si, Deus por todos. Não é esse o pensamento vigente entre nós? Contudo, nos esquecemos de que é através da misericórdia que nos tornamos aptos à salvação. Jesus Cristo pela sua morte e ressurreição nos garantiu e ofereceu a Salvação. É pela Misericórdia Divina, fruto do imenso Amor de Deus que fomos salvos, pois a Justiça de Deus é a Misericórdia, não a Lei.  Desde modo podemos ousar dizer que é retribuindo ao próximo a misericórdia, que nos tornados dignos da salvação ofertada pelo Senhor.
Não é fácil usar de misericórdia. Somos egoístas; só fazemos o bem a quem nos faz o bem, só oferecemos a mão num gesto de solidariedade a quem nos pode favorecer adiante, amamos parentes e amigos, enfim, a quem nos é afim ou benfeitor. Poucos são abnegados ou imparciais. Felizmente esse egoísmo pode ser eliminado, ou ao menos atenuado. Quando abrimos nosso coração e deixamos Deus agir em nós, quando permitimos a entrada de Jesus em nosso coração, quando nos deixamos guiar pelo Espírito Santo, aí então tudo começa a mudar; quando percebemos e sentimos a presença da Misericórdia em nós, somos impelidos a ir adiante envolvidos por essa mesma misericórdia e partilha-la.
Quando nos deixamos alcançar pela Misericórdia, Jesus mergulha em nosso interior e retira de nós, pelo perdão, os pecados; pela compaixão, as dores e os sofrimentos; pelo amor, os traumas, psicoses, os distúrbios emocionais. Através da misericórdia, manifestação do seu desmedido amor, Deus nos cura por dentro e por fora, corpo e alma, Ele nos cura por inteiro.
Vivamos sob a égide da Misericórdia e sejamos misericordiosos. Possamos dizer: ‘Ó sangue e água que jorraram do coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós; eu confio em vós.’