Há tempo para tudo: tempo para
plantar, tempo para colher; tempo para construir, tempo para demolir; tempo
para juntar pedras, tempo para espalhá-las; tempo de viver, tempo de morrer. Só
não há tempo para amar. Não se trata de falta de tempo, porém da inexistência
de um tempo especifico para amar. O exercício do amor é (ou deve ser)
constante, a qualquer tempo. O que é o tempo? Podemos dizer que tempo é o lapso
entre o que se passou e o que há de vir. Num outro contexto tempo seria a
ocasião propicia para um determinado evento. O tempo como tal existe, é
natural, porém a contagem do tempo, ou seja, a medida decorrente entre o inicio
e fim de um evento qualquer, é convenção humana. Se o tempo existe – de modo
natural ou tecnicamente – e para tudo e tudo tem um tempo, por que não para o
amor?
Sabemos que Deus é amor. Sabemos
também que Deus é atemporal. Portanto, o amor é atemporal, como o Criador. Tudo que procede de Deus é incondicional;
incondicional é seu amor por nós; amor infinito, imensurável, indelével. Diz a
Palavra que Deus amou tanto a humanidade, que deu seu filho como sacrifício de
amor por nós. No antigo testamento, no livro do profeta Isaias, Deus declara
seu amor ao nos revelar que somos preciosos a seus olhos, que troca reinos e
nações por nós e que está sempre a nosso lado. Também Davi cantando as
misericórdias do Senhor, louva a Deus por seu amor ao salmodiar: O Senhor é
lento para a cólera, bom e misericordioso, porque tanto os céus distam da terra
quanto sua misericórdia é grande para os tementes a Ele.
Em vista de tudo isso podemos
afirmar com toda convicção que não há tempo para amar. Há tempo para tudo,
ensejo para todo acontecimento, menos para amar, porque todo tempo é tempo de
amar. Esse amor que o Pai Eterno derrama constantemente sobre nós e que não
deve ser retido. Deus embora ame a todos indistintamente, ama cada um como se
esse um fosse único; amor único e ao mesmo tempo universal. No mistério desse
amor somos envolvidos e Deus nos pede que partilhemos com todos esse amor. Aos
que estão próximo amemos afetuosamente, que sejam especiais e preciosos; assim
são os amigos, parentes, a família. Aos mais distantes, aos desconhecidos,
também amemos, mesmo de forma difusa, desejando-lhes o bem, usando de
misericórdia, orando por eles, mesmo que estejam do outro lado do mundo. Não, não
existe lugar nem hora para o amor. Amor cuja fonte é o coração bondoso do Pai e
que flui através do nosso coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário