sexta-feira, 27 de abril de 2018

Deserto Interior



Há dias em que nos sentimos vazios, como uma cisterna seca. Dias em que nosso pensamento vagueia sem direção nem sentido. Não conseguimos concatenar nosso pensamento; há um vazio de idéias, nada nos anima, nada nos apetece. É como se fosse uma prostração intelectual, emocional, ou mesmo espiritual.
Este estado de alma é o que podemos chamar de preguiça mental, em nível do intelecto, e aridez ou deserto espiritual, no nível das emoções ou mais profundamente no espírito.
Ao contrário do que muitos crêem o deserto é um tempo rico, muito rico. É um tempo em que somos chamados a sairmos das observações exteriores e adentrarmos a uma vida interior.
Aqui o Senhor nos toma pela mão e nos conduz a uma arrumação, a uma faxina interior. Mais que uma simples pintura externa, somos convidados a por ordem na casa interior, na alma, no coração. Esta desordem é causada pelos ressentimentos, medos, mágoas, falta de perdão, ciúmes, rancores. Todo este fardo nos leva a um estado de prostração, angustia, melancolia, depressão.
Arrumar esta confusão dentro do nosso coração é tarefa árdua, que só executamos auxiliados, conduzidos pelo Espírito Santo em nossa vida de oração, no Sacramento da Reconciliação, na vida na Palavra de Deus, no Sacramento da Eucaristia. É tarefa árdua e cheia de dificuldades, obstáculos, mas se perseverarmos sairemos mais fortalecidos.
Precisamos aderir ao plano de Deus, nos conFORMARmos à sua vontade, pois nosso coração, esta casa em desordem é a Morada de Deus. E Deus quer arrumar a sua casa. Peçamos o auxilio do Espírito Santo nesta missão:
Vinde Espírito Santo renovar nossas forças.
Concedei-nos Espírito Santo estarmos abertos à obra de Deus em nossas vidas.
Livra-nos de nos amedrontarmos diante das dificuldades.
Conceda-nos perseverar sem nos fatigarmos.
Amém. 
  
 

sábado, 21 de abril de 2018

RESPOSTAS



As drogas, repetindo assertiva anterior, levam a lares destroçados, famílias enlutadas, corações feridos, vidas sem sentido. Infelizmente, como também já exposto, muitos veladamente ou escancaradamente apregoam a descriminização das drogas e por conseguinte, aprovam o seu uso. Alguns talvez por conveniência; outros por modismo, não querem ir contra as tendências, são os “maria vai com as outras”.
Por outro lado, felizmente, há aqueles que indo na contramão do relativismo, da permissividade irresponsável, das veleidades, são taxativamente contra as drogas e tudo mais que possa subverter a ética e a moral. Mais: auxiliam com os recursos que dispõem àqueles que carecem de assistência para se libertarem do vicio. Louvado seja Deus pela existência de pessoas e organizações que se disponibilizam a ajudar aos que precisam: os alcoólicos anônimos, narcóticos anônimos, grupos religiosos, as comunidades cristãs.  
O mundo precisa de mais Fazendas da Esperança, Comunidade Católica Maranatá, Shalon, Comunidade Betânia e quantas mais surgirem, sejam católicas ou evangélicas.
Nestes locais, os drogados em tratamento só têm um dever: rezar e trabalhar; ora et labora, é a regra em quase toda casa de recuperação. Nada de mais se exige nesses locais; não é pedido a ninguém para deixar nada, não se acusa, apenas são acolhidos com muito amor, sentem-se amparados, incentivados a exercer a plena cidadania. Nos momentos de partilha, de pregação, ouvem testemunhos de ex-dependentes químicos que se recuperaram e que evocam a necessidade de se abandonar todo tipo de vicio e da alegria de viver sem as drogas. Também nesses momentos são apresentados a Alguém, e os que abrem o coração vivenciam a experiência mística do encontro pessoal com Aquele que tudo pode, Aquele que renova todas as coisas, Aquele cujo nome é acima de todo nome, Aquele que é, foi e sempre será: Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador. Aleluia!

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Cracolândia



É doloroso observar as cenas que vemos diariamente nas ruas em torno a nossa paróquia. Nas ruas de nosso bairro vemos com frequência pessoas, jovens e crianças na maioria, desfigurados pelo consumo do crack. São pedintes, que mendigam – não para comer, mas para se drogar. Agentes sociais do município os recolhem, mas eles sempre retornam, voltando a mendigar, a se drogar, a se prostituir, até mesmo cometer pequenos furtos. A maioria das pessoas os olham com repugnância, os têm como amaldiçoados e assim eles são tratados.
Na verdade são filhos de Deus, irmãos nossos. Irmãos rebeldes, desprovidos até de consciência, pois esta já foi consumida pelo crack; no entanto, são nossos próximos, irmãos afastados que merecem nosso amor, nossa compaixão e não o desprezo com que normalmente são tratados. Visto assim, a grosso modo, muitos pensam e até dizem, ironicamente: se você pensa assim, leve-os para sua casa. Quiséramos nós ter uma grande casa onde pudéssemos acolhê-los, cuidar deles, como o bom samaritano. Na impossibilidade, tratemos deles como seres carentes, necessitados de amor e não merecedores de desprezo e ódio. Na impossibilidade de acolhê-los num abrigo, cuidar de sua saúde física e mental, ao depararmos com um deles, ao ser abordado com um pedido de esmola, não os ignoremos, ofereçamos-lhes um lanche, uma refeição. Caso não aceitem (infelizmente é muito comum a negativa, pois querem mesmo é o dinheiro para adquirir a droga), rezemos então, para que um dia sejam alcançados pela luz de Cristo. Assim não nos omitimos, fazemos a nossa parte, o que está a nosso alcance.   
Infelizmente quem poderia ao menos amenizar a situação não o faz. A autoridade policial que deveria reprimir sistemática e diuturnamente o comércio ilegal das drogas, de certa forma se omite. Aí as “cracolândias” se espalham Rio de Janeiro afora. A implantação das UPP’s privilegiam as áreas turísticas (zona sul e entorno do Maracanã). Seria a solução, junto é claro, com os centros de recuperação de dependentes químicos.
Enquanto isso não vem, se não vem, acolhamos esses irmãos machucados, feridos, maltratados, discriminados, na medida de nossas possibilidades. Nossa possibilidade, nossa real possibilidade é oferecer a eles um coração amoroso, misericordioso, compassivo; é apresentar a eles aquele que tudo pode, aquele que é ilimitado: Jesus. Jesus Cristo, nome acima de todo nome, aquele que é, foi e sempre será.  

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Divina Misericórdia 2



Misericórdia, segundo o dicionário, é a pena causada pela miséria alheia, comiseração. Assim mesmo, desse jeito, acontece com o Sagrado Coração de Jesus. Seu coração sagrado e chagado sofre com as nossas misérias, de modo especial com nossos pecados. Por isso dizemos que misericórdia é o coração amoroso de Jesus debruçado sobre nossas misérias.
Essa misericórdia não tem limites, é magnânima. Tão grande que alcança o mundo inteiro, todas as pessoas, todos os povos e nações. Não distingue raça, cor de pele, credo ou religião. Se derrama sobre crentes e descrentes, ateus ou teófilos. Mesmo que não creiam, Ele – Jesus e sua misericórdia – está próximo, atuante. Como citado anteriormente, é como o ar que nos envolve; não vemos, mas sabemos que está presente. Alguém pode não crer, mas a misericórdia de Deus o sustenta. O sustenta nas dores, na tribulação; insistimos, mesmo que não creia a misericórdia divina o envolve.
De onde vem, sem aparente motivo, uma súbita paz no coração, um alivio diante de determinadas situações de dificuldade; a supressão da sensação de angústia, mesmo frente a problemas mal resolvidos? Isto ocorre frequentemente, até mesmo com pessoas descrentes, disso somos testemunhas. A resposta: é a Divina Misericórdia atuando. É assim porque é constante. É como a névoa da manhã, o ar que respiramos, a chuva que cai, a luz do Sol. Como sol que brilha para todos, bons ou maus, justos ou injustos santos ou pecadores, assim é a misericórdia de Deus, sobre todos é derramada.      
Por tudo, em gratidão e louvor pela Divina Misericórdia, você que crê não canse de clamar:
Santo, forte, imortal; sois Deus!
Pelo vosso sangue derramado, pelo vosso sacrifício de amor,
Pelo vosso coração sagrado e chagado debruçado sobre minha miséria,
Pela vossa infinita misericórdia,
Jesus, eu confio em Vós!