Numa sociedade que cria os seus filhos sem limites e como "crianças
mimadas", fica realmente muito difícil entender o porquê de se fazer
penitência.
Neste episódio de "A Resposta Católica",
Padre Paulo Ricardo fala sobre as formas de mortificação e explica, a partir
dessa imagem comum do contexto familiar, como podemos educar o nosso corpo
para crescermos na vida em Deus.
O corpo humano pode ser comparado a uma criança mimada, aquela que
deseja ter todas as suas vontades satisfeitas e, mesmo que isso ocorra, ela
ainda é irritadiça, preguiçosa e indolente. Assim é o ser humano, assim é o
corpo humano.
Quanto mais come, mais letárgico fica; quanto mais
dorme, mais sono tem; e assim por diante. Trata-se da primeira
consequência do pecado original, da mãe de todas as doenças: a filáucia, que pode ser definida como o amor de si contra si e
cujo lema é “foge da dor, busca o prazer".
Esse lema está muito presente na sociedade moderna,
que incentiva a busca desenfreada pelo prazer, pela satisfação de todos os
desejos, representado pela “liberdade". Enquanto isso, o ser humano se
torna cada vez mais vazio e menos resistente à dor. Não suporta ser contrariado e se desestrutura quando perde algo ou
alguém. Pudera, não foi ensinado a isso, não exercitou a
moderação, não praticou a ascese e a disciplina.
O tempo da Quaresma está chegando. A Igreja ensina e estimula o católico a praticar o jejum, a oração
e a esmola. Essas três formas de penitência são um remédio para
o combate das doenças espirituais, sendo que o jejum auxilia no combate à gula,
a oração no combate ao orgulho e à soberba, e a esmola no combate à avareza.
São exercícios que, se feitos com seriedade, têm a capacidade de arrancar o
cristão católico das garras do relativismo que domina o mundo atualmente.
(Pe. Paulo Ricardo)
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