sábado, 30 de julho de 2016

Maternidade, dom de Deus e fonte de salvação para a mulher


Contudo, ela poderá salvar-se, cumprindo os deveres de mãe, contanto que permaneça na fé, na caridade e na santidade(1 Tim 2, 15).
Maternidade não é um hobby. É um chamado!
Deus concede à mulher a graça de ser mãe como uma grande oportunidade de servi-lo na formação da humanidade. Graça essa que exige muito compromisso e respeito ao chamado. Gerar filhos e pô-los no mundo, não é uma mera opção, mas, graça que vem de Deus!
Filhos são tesouros especiais que Deus nos confia para lapidá-los, para que sejam luzes acesas e brilhantes no mundo!
Ser mãe é renunciar-se e deixar que um novo ser se forme em si e através de você. Em si porque, a maternidade, transforma, tornando-as mulheres bem diferentes. Tornam-se seguras, corajosas, responsáveis e um enorme depósito de amor! Amor vindo do coração de Deus, na certeza de que esse amor inabalável e sem fim, as levará a olhar para seu rebento como parte de si e de Deus!
A maternidade não acontece somente quando geramos em nosso ventre uma vida! Acontece, também, quando geramos vidas em nossos corações. Quantos filhos estamos gerando pelo Espírito Santo, por esse imenso Brasil, no decorrer desses três anos no Ministério para as Famílias.
É um amor diferente; porém, maternal que aquece o coração e, mesmo com pouco contato, somos capazes de entender e compreender a cada um, independentemente da distância que nos separa.
Cremos que assim acontece com todas as servas de Deus espalhadas pelos inúmeros Grupos de Oração. Onde cada uma acolhe, com amor maternal, os filhos que Deus lhes envia, necessitados de cuidados especiais e, principalmente, de encontrar o Pai de Amor que os espera de braços abertos. Mulheres, servas de Deus, mães espirituais, guerreiras e corajosas em defesa dos seus.
Temos a graça de vivenciar essa experiência em nosso Grupo de Oração. Desde os servos até àqueles que chegam pela primeira vez, como a ovelha perdida.
É muito belo quando vemos uma jovem entregando sua vida para Deus, através da maternidade. Renuncia a seus ideais, projetos profissionais e entrega-se ao divino papel de mãe!
Temos uma neta que fez isso e muito nos alegra; pois, através dela temos três bisnetos. Desde de pequenina, quando brincava e as coleguinhas manifestavam os desejos de inúmeras profissões ela dizia: quero ser mãe! Assim fez e é uma excelente mãe. Cumpridora de seus deveres, criando os filhos tementes a Deus, fiéis aos bons costumes, preparando grandes cidadãos cristãos que, com certeza, farão a diferença nesse mundo tão sofrido que estamos vivendo. Não poderia deixar de homenageá-la! Louvamos a Deus por essa graça!
Deus nos mostra que ser mãe  é saber suportar as cruzes que a vida nos apresenta. A exemplo de Maria, a Santíssima Virgem Mãe, escolhida por Deus para trazer ao mundo o Salvador, refletimos e entendemos todo o mistério que envolve a maternidade:
RENÚNCIA- Maria renunciou-se abrindo mão de seus projetos iniciais para acolher o desígnio de Deus para ela, o de ser a Mãe de Jesus.
ENTREGA - Maria entregou-se ao seu papel de mãe, mesmo sem compreender o lugar que ocuparia na vida de seu filho Deus.
CORAGEM- Maria, mulher corajosa, enfrentou todas as situações que envolviam seu filho, sendo firme e forte até à Cruz.
- Maria, mulher de fé inabalável, sem questionamentos, contribuiu para que seu filho levasse a bom termo o plano da salvação da humanidade.
AMOR - Maria amou e ama a humanidade a quem seu próprio filho outorgou-lhe a maternidade (mulher, eis aí teu filho...), a qual assumiu, cuida e nos trata como filhos amados.
Nesse dia, nos lembremos de todas as mães, saiamos de nosso egoísmo, lembrando somente de nossas próprias mães e acolhamos, em nossas orações, todas as mães do mundo, e pedindo a intercessão da Mãe de todos os homens, Maria Santíssima, que saibamos viver a maternidade como fonte de santidade para nós e nossos filhos.
Viva todas as mães do Brasil!
Viva nossa Mãe, Maria Santíssima! 
 Cleusa Bombonati - Coordenadora Nacional do Ministério para as Famílias




sexta-feira, 22 de julho de 2016

Como se forma uma pérola


Ela é o produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra contém uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, a linda pérola é formada.
Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Todos nós somos feridos de muitas maneiras pelas palavras dos outros; às vezes de ciúme, de ódio, de vingança, de inveja, de calúnia, maledicência… Às vezes nossas ideias são rejeitadas e até menosprezadas e, algumas vezes mal interpretadas.
Não se agite, não revide; não pague o mal com o mal; não, faça como a ostra e produza uma pérola no seu interior, no mesmo lugar da ferida que sangrou. Cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com camadas e camadas de amor, paciência, bondade, delicadeza, oração…
Não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça”. (Eclo 2,2-3)
Não adianta ficar blasfemando contra a vida, contra as pessoas e contra Deus; nada resolve e ainda piora o estado de sua alma. É melhor acender um fósforo do que maldizer a escuridão. Uma simples chama de alegria ilumina uma grande escuridão.

Prof. Felipe Aquino

sábado, 16 de julho de 2016

Objetos usados na Missa


Água
Trata-se de água natural. É usada para purificar as mãos do sacerdote e para ser misturada com o vinho, simbolizando a união da Humanidade com a Divindade em Jesus. Também é usada para purificar o cálice e a âmbula.
Âmbula
É semelhante ao cálice, mas possui uma tampa. Nele se colocam as hóstias. Após a missa, é guardada no sacrário, juntamente com as hóstias que foram consagradas.

Cálice
É uma taça geralmente revestida de ouro ou prata. Nele se deposita o vinho a ser consagrado.
Corporal
É uma toalhinha quadrada. Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se o Corpo do Senhor (cálice e âmbula), no centro do altar.

Cruxifixo
Sobre o altar ou acima dele, existe um crucifixo para lembrar que a Ceia do Senhor é inseparável do seu sacrifício redentor. Vemos em Mt 26,28, que Jesus deu a seus discípulos o ”sangue da aliança que será derramado por muitos para o perdão dos pecados”.
Flores
Em dias festivos pode-se usar flores, não sobre o altar, mas ao lado deste. Sobre o altar usa-se decoração com motivos litúrgicos, tais como o pão e o vinho, o trigo e a uva, além das velas e crucifixo. No tempo da Quaresma não se usa flores; durante o Advento, admite-se seu uso desde que seja com moderação, para não antecipar a alegria do Natal.
Galhetas
São duas jarrinhas em vidro ou metal. Em uma vai a água e na outra, o vinho. Estão sempre juntas sobre um pratinho no altar.
Hóstia
É feita de pão de trigo. Há uma hóstia grande para o sacerdote e pequenas para o povo. A do sacerdote é grande para que possa ser vista de longe pelo povo durante a elevação e também para ser repartida entre alguns participantes, em geral os ministros.
Lecionário
Livro que contém todas as leituras da Bíblia, de acordo com a missa do dia.
Manustérgio
Toalha que serve para enxugar as mãos do sacerdote, durante o ofertório. Costuma acompanhar as galhetas.
Missal
É um livro grosso que contém todo o roteiro do rito da missa, com exceção das leituras que se encontram no lecionário.
Pala
É uma peça quadrada e dura (um cartão revestido de linho). Serve para cobrir o cálice.
Patena
É um pratinho de metal. Sobre ela coloca-se a hóstia maior.
Sanguíneo
É uma toalha branca e comprida, usada para enxugar o cálice e a âmbula.
Velas
Sobre o altar ficam duas velas. A chama da vela simboliza a fé que recebemos de Jesus, Luz do Mundo, no batismo e na confirmação. É sinal de que a missa só tem sentido para quem vive a fé.


Vinho
É vinho puro de uva. Assim como o pão se converte no verdadeiro Corpo de Cristo, também o vinho se converte no verdadeiro Sangue do Senhor, vivo e ressuscitado.
As vestes litúrgicas
Para lidar com as coisas santas, o sacerdote se utiliza de sinais sagrados, usando vestes que o distingUem das outras pessoas. As vestes representam o Cristo cheio de glória e simbolizam a comunidade que crê no Cristo ressuscitado.
Alva
É uma veste muito semelhante à túnica, sendo toda branca. Simboliza a nova vida, a pureza e a ressurreição.
Amito
Usado por alguns sacerdotes, é um pano branco que envolve o pescoço e que é colocado sob a túnica ou a alva.
Casula
É colocada sobre todas as vestes e também cobre todo o corpo. A cor da casula varia de acordo com o tempo litúrgico (branca, verde, roxa, vermelha…). É uma veste solene, ampla, usada nos dias festivos como o Natal, a Páscoa e o Corpus Christi. Simboliza a paz e a caridade que devem envolver todos aqueles que se aproximam do altar.
Cíngulo
É um cordão que prende a alva ou a túnica à altura da cintura. Simboliza a vigilância, lembrando as cordas com as quais Jesus foi amarrado.
Estola
É uma faixa vertical, separada da túnica, que desce a partir do pescoço do sacerdote em duas partes sobre o peito, uma de cada lado. Sua cor também varia de acordo com o tempo litúrgico. Simboliza o poder conferido ao sacerdote, a caridade, o perdão, a misericórdia e o serviço.
Túnica
É um manto longo, geralmente na cor branca, bege ou cinza clara, que cobre todo o corpo. Lembra a túnica que Jesus usava, ´sem costura de alto a baixo´, sobre a qual os soldados romanos tiraram a sorte para decidir quem ficaria com ela.
As Cores Litúrgicas
Quando vamos à Igreja, notamos que o altar, o tabernáculo, o ambão e até mesmo a estola usada pelo sacerdote combinam todos com uma mesma cor. Percebemos também que, a cada semana que passa, essa cor pode variar ou permanecer a mesma. Se acontecer de, no mesmo dia, irmos a duas igrejas diferentes  comprovaremos que ambas utilizam as mesmíssimas coisas. Dessa forma, concluímos que as cores possuem algum significado para a Igreja. Na verdade, a cor usada em um certo dia é válida para toda a Igreja, que obedece um mesmo calendário litúrgico. Conforme a missa do dia indicada pelo calendário fica estabelecida determinada cor. Mas o que simbolizam essas cores?
Verde
Simboliza a esperança que todo cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
Branco
Simboliza a alegria cristã e o Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc., Nas grandes solenidades, pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
Vermelho
Simboliza o fogo purificador, o sangue e o martírio. Usada nas missas de Pentecostes e santos mártires.
Roxo
Simboliza a preparação, penitência ou conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
Rosa
Raramente usada nos dias de hoje, simboliza uma breve ´pausa´ na tristeza da Quaresma e na preparação do Advento.
Preto
Também em desuso, simboliza a morte. Usada em funerais, vem sendo substituída pela cor Roxa



sexta-feira, 8 de julho de 2016

Como organizar o Ministério para Crianças?


O Ministério para Crianças acontece a partir do Grupo de Oração para Crianças (GOC). A coordenação do GOC deve estar em unidade com a coordenação do GO de adultos e com a coordenação do Ministério diocesana, estadual e nacional, facilitando assim a orientação, formação e realização de projetos.
Para servir no Ministério para as Crianças só é necessário se sentir chamado. Informações sobre a estrutura do GOC, a evangelização, o evangelizador, a criança e material de apoio já estão disponíveis na Apostila 1 do Módulo Básico do Ministério para Crianças (Adquira aqui). Cursos de formação também são oferecidos em instância diocesana, estadual, nacional. 
Na página 39 desta mesma Apostila, temos o Modelo de Projeto de Estruturação do Ministério para as Crianças na Comunidade que tem como objetivo esclarecer o que é o GOC para ser apresentado ao coordenador do GO adulto, ou ao Pároc,o caso não conheçam. Após a formalização do serviço a ser desenvolvido no GOC, é hora de formar equipe de servos. Reunir a equipe para oração, divisão de tarefas e preparação das atividades.
Preparando o ambiente para acolher as crianças
São quatro os espaços necessários para acolher os pequeninos. Os dois primeiros espaços ficam dentro do local onde acontece o GO de adulto. Escolher um espaço seguro e limpo, onde os bebês e seus pais serão acolhidos. Para os pais cuidarem de seus filhos, ofereceremos um trocador (fraldário) e se o bebê dormir, colchonetes. O segundo espaço é um cercadinho, ao lado de onde os pais deverão ficar assentados. Neste, os servos do Ministério para as Crianças evangelizam através de historinhas, cantigas de roda, desenhos, pinturas, brinquedos. Para este serviço, dois ou três servos são o suficiente. Atenção: Não é permitido aos servos alimentar, trocar fralda, ficar com a criança o tempo todo no colo, pois sua missão é apenas evangelizar.
Os dois outros espaços serão para atender as crianças acima de quatro anos e os “adoleSantos” (modo como o Ministério chama os adolescentes). Como nesta idade as crianças não estranham o local e o distanciamento dos pais, estes espaços serão anexos ao GO adulto evitando ao máximo que o barulho de um atrapalhe o outro. O GOC desenvolve-se como se encontra na página 41 da Apostila 1.  O tema a ser desenvolvido nos GOC serão os mesmos do GO adulto adaptado para a linguagem de cada idade.
O Ministério para as Crianças entende que a criança é capaz de receber e transmitir a fé, por isso as atividades de oficina, as dinâmicas realizadas no GOC, serão para fixar o tema e preparar a criança para ser uma evangelizadora e não uma simples forma de ocupar seu tempo dando-lhe papel e lápis para colorir. A partilha da Palavra e o uso da Bíblia se aplica a todas as idades, principalmente, aos “adoleSantos” que formarão equipes de pregadores, animadores, intercessores, música, teatro, acolhida, entre outras.
Uma coisa muito importante, o GOC é para as crianças, elas devem pregar, animar, acolher... Os adultos devem dar espaço à medida em que as crianças vão sendo formadas para estes fins. Atenção: O GOC não pode ficar sob a responsabilidade de crianças, elas não podem responder por imprevistos ocorridos. A presença de adultos é imprescindível.
Os GOC devem ser inscritos no SAVIC no Portal da RCC com o nome do Grupo, nome do coordenador e endereço onde se reúne. O coordenador diocesano deverá visitar os GOC e reunir com seus coordenadores para formação, partilha, planejamento e avaliação dos trabalhos realizados.
Já o coordenador estadual deverá visitar as dioceses e manter contato mensal para formação, partilha, planejamento e avaliação dos trabalhos realizados em cada diocese. De dois em dois anos, deverá promover o EEEC (Encontro Estadual de Evangelizadores de Crianças) com workshops apresentação de trabalhos de evangelização das dioceses e participar do ENEC (Encontro Nacional de Evangelizadores de Crianças) levando trabalhos de seu estado.
Sonho para o Jubileu de ouro da RCC

Em 2017, quando a RCC completar seus 50 anos, o Ministério para as Crianças da RCC do Brasil quer dar de presente ao Menino Jesus um Grupo de Oração para Crianças em cada Grupo de Oração adulto. Você aceita esse desafio? Sigamos juntos na missão de evangelizar nossas crianças!                 rccbrasil.org.br

sábado, 2 de julho de 2016

O que é preciso para ser um bom pregador?


Algumas pessoas me procuram dizendo que se sentem chamadas a pregar e querem saber o que é preciso para se preparar bem para essa missão. Por exemplo, um rapaz me escreveu:
“Sou pregador da RCC (Renovação Carismática Católica), mas sinto desejo de me aprofundar na formação teológica. Gostaria de um direcionamento de o que começar estudar e a fazer? Por onde começar?”
Vou colocar aqui algumas sugestões que me ajudam na missão de pregar e escrever. Antes de tudo, esse é um belo chamado de Deus, especialmente para aqueles que receberam a graça de saber se expressar bem, o dom da pregação. Digo isso em relação à pregação para o público; todos são chamados a difundir o Evangelho, ainda que não seja para grupos de pessoas e auditórios. “Ai de mim se eu não evangelizar!” (1 Cor 9,16).
1 – Cuidar bem da vida espiritual
O pregador precisa ter uma vida de oração contínua, ter comunhão com Deus. Jesus disse: “Sem Mim nada podeis fazer” (João 15,5); muito menos em se tratando de levar as pessoas a Deus. Sem vida de oração não é possível ser bom pregador, ou seja, transmitir aos outros “O que Deus quer”. Santo Agostinho dizia: “falar com Deus, mais do que falar de Deus”. A pregação de quem não ora, é vazia, não toca as pessoas. Na pregação temos de passar aos outros “aquilo que recebemos de Deus na oração”; e isso só e possível com intimidade com Deus, na vida sacramental (Eucaristia e Confissão frequentes), na meditação da Palavra de Deus, na leitura de bons livros espirituais, etc..
2 – Cuidado com seu comportamento
O contra testemunho decepciona as pessoas. Papa Paulo VI disse que “o mundo quer mais testemunhas do que mestres”. A luta contra todo tipo de pecado deve ser uma preocupação permanente. O pregador está a serviço de Cristo e da Igreja, sua responsabilidade é grande. “Vigiai e orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”; também a do pregador. Mas, somos pecadores; nem por isso o pregador deve deixar de pregar por causa de seus pecados; a menos que seja algo muito grave e que se tornou um contra testemunho muito sério para as pessoas. Se cair, levante-se imediatamente e continue a caminhada para Deus. Deixar a pregação por causa dos pecados pode ser uma tentação.
3 – Buscar continuamente a santidade
O Papa João Paulo II disse que “a santidade é a força mais poderosa para levar Cristo às pessoas”. Os santos abalaram o mundo, e a maioria deles sem usar avião, computador e, microfone. Basta olhar para os exemplos de São Francisco, Santo Inácio de Loyola, São João Bosco, Santa Teresa, Santa Teresinha, São João Vianney… abalaram o mundo pela força da sua santidade. Estou convencido de que em primeiro lugar o pregador deve buscar a santidade. Se ele fizer isso, Deus vai chamá-lo para muitas missões, sem ele precisar se oferecer para isso. Deus disse a Abrão: “Anda na minha presença e sê integro” (Gen 17,1). De nada adianta um bom microfone sem que haja por trás alguém que busque a santidade. Deus usa os pregadores que buscam a santidade. Daí a importância do pregador se examinar continuamente e se confessar sempre.
Bem nos lembrava São Francisco de Assis que dizia: “Pregue o evangelho em todo tempo, se necessário use palavras”. Ou seja, mais do que pregar com palavras, o principal é pregar com a vida!
4 – Trabalhar com “reta intenção”
Pregar por amor a Jesus e pela salvação das almas; isto é, só por Jesus, nada mais. A motivação do pregador deve ser a mesma de Jesus: ir buscar as ovelhas perdidas, porque no Céu a mais alegria por um pecador que se converte do que por 99 convertidos. Essa é a mola propulsora da evangelização.
Como disse São Paulo: “Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis a recompensa das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor” (Col 3, 17.23).
É um grande perigo, uma cilada do inimigo, deixar-se levar pelos aplausos e pelas recompensas. O trabalhador tem direito ao salário; o pregador consagrado, “que vive do Evangelho”, e que não tenha outro rendimento, deve receber o necessário para as suas necessidades e de sua família; mas os outros não devem exigir nada além das despesas da própria missão (transporte, alimentação, etc.). “Dai de graça o que recebestes de graça” (Mt 10,10).


5 – Priorizar as pregações
Quando as solicitações para pregações são muitas, então, será necessário estabelecer um critério para atender aos pedidos mais necessários, que mais necessitam de uma evangelização. Não é apenas o número de ouvintes que mais importa, mas a necessidade das pessoas. Jesus trabalhou mais tempo com doze discípulos, e mais os 72 que enviou dois a dois; mas não deixava de pregara para as multidões. Às vezes um grupo menor produz mais resultado que um grupo grande. É uma tentação deixar de pregar para pequenos grupos, principalmente quando são formadores de opinião (universitários, professores, profissionais liberais, etc.).
6 – Pregar em nome de Cristo e da Igreja
O pregador não é autônomo; é obrigado a pregar segundo o que ensina o Sagrado Magistério da Igreja. Para isso, deve observar criteriosamente o que a Igreja ensina, no Catecismo e nos documentos, sobre o tema que vai pregar. O Magistério explica a Bíblia, que nem sempre é fácil de ser entendida. O pregador não pode proibir o que a Igreja não proíbe; não pode aprovar o que a Igreja não aprova; não pode ensinar o que a Igreja não ensina, e não pode querer saber o que a Igreja não sabe. É um perigo espiritual. Ele não pode discordar nunca de um ensinamento da Igreja. Limite-se a ensinar o que a Igreja sabe e ensina. “A salvação está na verdade” (n. 851), diz o Catecismo. Para ser preparado, o pregador deve estudar sempre. Conhecer bem os dogmas da fé, as verdades sobre os sacramentos, a moral católica, etc…
O pregador não pode querer agradar as pessoas apenas afetivamente com a pregação, mas deve leva-las a meditar com profundidade na sua vida espiritual. Uma dose adequada de sensibilidade é conveniente, mas a conversão não pode ser buscada só por esse caminho. As pessoas imaturas na fé buscam a emotividade espiritual, então, o pregador não pode se perder nisso. Ajuda muito a pregação, os bons livros, sobretudo os escritos dos santos e o estudo de suas vidas.
7 – Preparar bem a pregação
Antes de tudo colocar-se em oração e pedir a luz do Espírito Santo para ser assistido e guiado na pregação; “ouvir a moção interior do Espírito Santo” sobre o assunto a pregar. Em seguida, preparar a pregação usando a Bíblia, o Catecismo, os livros, os documentos, etc.
A pregação deve ser clara, profunda e seguir uma sequência que vá aos poucos tornando mais fácil o entendimento da matéria que se deseja ensinar. Pode-se seguir um esquema escrito, mas sem se prender muito ao papel e à leitura para não cansar os ouvintes. A doutrina explanada sobre um assunto deve ser exemplificada sempre que possível com exemplos concretos e que sirvam de esclarecimento sobre o tema abordado. O uso de parábolas, como Jesus fazia, de histórias adequadas, ajuda o entendimento melhor do assunto, tirando-se delas lições importantes.
8 – Consagrar-se a Deus, aos anjos e aos santos
A pregação visa a mudança de comportamento dos ouvintes segundo o Evangelho. Claramente, o Inimigo de Deus e nosso, não fica satisfeito com isso, e de muitas formas tenta atrapalhar a vida do pregador e a pregação. Portanto, o pregador deve estar sempre em alerta, vigilante, se consagrar a Santíssima Trindade, e se recomendar à Virgem Maria, aos anjos e santos. E não deve temer pelo trabalho a executar, e nem temer o que o Mal possa querer fazer. Nada ele pode fazer sem o consentimento de Deus. Jesus disse: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Ele é a segurança do pregador. Se você se preparou e rezou, tenha plena confiança de que a pregação será frutuosa. Nos meus 45 anos de pregador, desde a juventude, nunca vi um Encontro bem preparado dar errado, não ser bem concluído e não dar fruto. A mesma coisa posso dizer das pregações. A obra é de Jesus, Ele cuida dela. A Igreja tem o hábito de terminar as pregações sempre invocando a Virgem Maria e suas virtudes.
9 – O tema da pregação
Este deve ser fornecido, em princípio, por quem a solicita, dentro de um programa a ser cumprido. Se for dado ao pregador a escolha do tema, ele deve ouvir as pessoas que o solicitaram para saber da necessidade espiritual do grupo para o qual vai pregar. Se isso não for possível, peça ao Espírito Santo que o ilumine para escolher o tema. Conheça para quem você vai pregar, o nível intelectual das pessoas, as maiores necessidades espirituais, e use os recursos adequados a cada auditório e local (microfone, data show, slides, música, encenação, etc.). é muito importante escolher bem esses recursos e prepara-los bem.
10 – Saiba ouvir as críticas construtivas
O pregador pode errar em alguma afirmação; eu já errei várias vezes. E o seu compromisso não pode ser consigo, mas com a verdade ensinada pela Igreja. “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Então, devemos dar graças a Deus quando alguém nos corrige; não podemos ficar magoados ou feridos. Não, confira se foi erro mesmo e faça a correção como for possível. A observação dos irmãos nos ajuda na vida de pregador; eles nos incentivam, comprovam o bom trabalho, etc..