“Eis
que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”. (Mt 28,20)
É
missão de todo batizado ser evangelizador. Ser cristão é ser imitador de
Cristo, colaborador Dele na implantação do Reino de Deus no mundo.
O Papa João Paulo II disse um dia que
“vai participar do Reino de Deus quem ajudar a construi-lo aqui na terra”. Não
é cristão de verdade quem não fala de Cristo e da Igreja. O Batismo nos faz
“membros do Corpo de Cristo”, a Igreja; assim, participantes de Sua Missão de
salvar o mundo, levando-o para Deus, por meio da vivência dos ensinamentos de
Jesus, e tendo uma vida íntima com Ele.
Jesus
está vivo e ressuscitado no meio de nós e cada batizado deve ser sua
“testemunha” como foram os primeiros Apóstolos. “Sereis minhas testemunhas em
Jerusalém, na Samaria… até os confins do mundo”. “Ide!… Pregai o Evangelho a
toda criatura”. Esta é a nossa missão. Tanto os intelectuais cristãos quanto os
analfabetos podem ser missionários, cada um do seu jeito e no seu lugar. Um
velhinha que reza com devoção está construindo o Reino de Deus, como o grande
pregador que viaja o mundo.
Só
Jesus Cristo pode salvar o homem e o mundo; só Ele pode dar sentido a este
mundo. Ele é “a Luz que ilumina o mundo”; por isso Santo Agostinho dizia que
“os cristãos são alma do mundo”; isto é, sem eles o mundo não tem vida; é
morto.
Jesus
disse que o cristão deve ser “o sal da terra e a luz do mundo”. O sal deve
salgar para dar sabor e conservar o alimento. Todos os produtos
industrializados que são vendidos nos supermercados carregam certa porção de
Sódio (sal) para a sua conservação. Se o cristão não “salgar” este mundo, o
ambiente em que vive, com o Sal de Cristo, sua Palavra, seu ensinamento, sua
Verdade que liberta, o mundo Nós leigos, especialmente, que vivemos nos
labirintos mais escondidos do mundo, temos a missão de levar a Luz e o Sal de
Cristo nesses ambientes muitas vezes “azedos” e “escuros” onde ainda domina o
“príncipe deste mundo”, como disse Jesus.
O
batizado tem de ler “luz do mundo”; mesmo se esta luz muitas vezes ofusca as
retinas daqueles que estão acostumados a viver nas trevas, e isto gere
perseguições, calúnias, difamações… A marca do Cristo, e também do cristão é
Cruz, mas ela é libertadora. Sem a Luz de Cristo este mundo é treva densa,
mergulhado no pecado o orgulho, da vaidade, da vanglória, do exibicionismo, das
paixões da carne cada vez mais desregradas, da prostituição, do homossexualismo,
dos abortos, adultérios, dos vícios da bebida, do álcool, do fumo, da corrupção
financeira, dos desvarios das ideologias “libertadoras”, do crime, do assalto,
do roubo… Sem o Sal de Cristo o mundo fede nas trevas.
“Vós
sois a luz do mundo; vós sois o sal da terra!” Que honra e que glória para cada
um de nós batizados poder ser “cristóforo”, “portador de Cristo” e de sua luz
para o mundo. Que honra ser testemunha de Cristo, ser arauto de Deus; ser, como
disse S. Francisco de Assis, “ a trombeta do Imperador”.
Onde
o autêntico cristão chega, ali deve se acender de imediato a luz de Cristo, a
luz da justiça, da paz, do amor e da bondade; a luz que traz nos seus raios a
cura e a salvação.
O
Papa João Paulo II disse certa vez que “sem Jesus Cristo o homem permanece para
si mesmo um desconhecido, um mistério inexplicável, um enigma insondável.” Sem
Cristo o homem perde a sua identidade; não sabe mais quem ele é; não sabe o que
faz neste mundo e não sabe o sentido de nada: da vida, da morte, da dor e da
eternidade. Sem Cristo o homem é um “coitado”.
O Papa Bento XVI pediu que sejamos
“Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para o mundo.” Não somente
discípulos, mas também missionários; por isso cada cristão deve estar envolvido
em um trabalho missionário, engajado em um Movimento, em sintonia com a
pastoral da diocese.
Seja
um cristão de verdade, seja evangelizador. Ninguém está dispensado disso.
Inclusive ajudando com recursos a quem evangeliza. O Papa Paulo VI disse um dia
que “quem ajuda na evangelização tem os mesmos méritos do evangelizador”. São
Paulo nos lembra: “Ai de mim se eu não evangelizar”! (1 Cor 9,16). O Apóstolo
lembra que isso não é um “título de glória” para ele, mas uma missão, uma
obrigação. Quando o profeta Jeremias foi enviado por Deus para pregar sua
palavra, ficou com medo e disse: “Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar, pois que
sou apenas uma criança. Replicou porém o Senhor: Não digas: Sou apenas uma
criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás
o que eu te ordenar.Não deverás temê-los porque estarei contigo para livrar-te.
E o Senhor, estendendo em seguida a sua mão, tocou-me na boca. E assim me
falou: Eis que coloco minhas palavras nos teus lábios”. (Jer 1,1-10).
Essa
palavra é para cada um de nós. E devemos nos lembrar que quando falamos de
Jesus, Ele vai conosco. “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do
mundo” (Mt 28,20) . Sem medo!
Prof.
Felipe Aquino
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