quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Querigma - Parte VI



Comunidade Eclesial

 

O Espírito Santo nos anima. Anima a Igreja e a assiste com dons e carismas.   Igreja concebida no coração do Pai desde o principio do tempo, prefigurada no AT pelo povo hebreu peregrino no deserto, nascida do sangue de Jesus no madeiro da cruz e apresentada ao mundo em pentecostes. Igreja santa e pecadora; santa porque assistida pelo Espírito Santo, pecadora porque formada por nós. Sancta Mater Eclesia. Mãe que nos gera para a vida no batismo, nos ensina na evangelização e catequese, nos lava na confissão, nos alimenta na eucaristia, zela por nós na unção dos enfermos, nos abençoa no matrimônio ou na ordenação, nos envia na missão.

Anunciamos o querigma. Kerygma (kerugma) palavra grega que significa anúncio; aqui o primeiro anúncio: nos foi revelado o imenso amor de Deus, fomos apresentados ao grande, único e definitivo Redentor, e nos foi oferecido o Espírito Divino.

Nós cristãos sabemos que a verdade revelada é única e foi consumada em Jesus Cristo. O Novo Testamento é a definitiva aliança de Deus com os homens. É Palavra de Deus e Palavra (assim com letra maiúscula, pois é o próprio Deus que se revela nela, é o Verbo que existe desde sempre e estava presente na criação) é verdade irrefutável. Quem nos atesta esta verdade? A Igreja com sua sabedoria milenar: Bíblia Sagrada, Tradição e Magistério. Bíblia, a Palavra de Deus infundida no coração de escritores inspirados pelo Espírito Santo. Tradição, a divulgação pelos Apóstolos de fatos e acontecimentos que confirmados por inspiração divina, levaram a compilação do novo testamento, pois estes foram escritos dezenas de anos após a crucificação do Senhor. Magistério, a atuação como mestre (Mater et Magistra: mãe e mestra); pelo magistério a Igreja confirma a tradição e faz a correta exegese bíblica.  

Assim sendo, não pode existir cristão avulso, autônomo; não existe católico sem igreja. Não podemos viver o evangelho pleno longe dos outros. Até porque precisamos uns dos outros para nos apoiar, para aprender mais a respeito da Palavra, para nos adestrar na sã doutrina. “Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação” (At 2,46-47).

Somos peregrinos nesta terra. Mas não caminhamos sozinhos, não podemos caminhar sozinhos, pois só, erramos o caminho e nos perdemos. O Espírito Santo nos conduz, é verdade, mas ele pede que nos unamos a outros, que caminhemos de mãos dadas: “Se um vem a cair, o outro o levanta. Mas ai do homem solitário; se ele cair não há ninguém para levantá-lo. Se é possível dominar o homem que está sozinho, dois podem resistir ao agressor, e um cordel triplicado não se rompe facilmente” (Ecle 4,9-10.12). 

 

 

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