Jr 34,17-20 – Semana
passada falávamos aqui de escuta. Ouvir e obedecer a Deus. Colocar-se a
disposição para ouvi-lo, obedece-lo, servi-lo. E a palavra hoje é como um
complemento; só que no sentido inverso: a desobediência e suas conseqüências. Ver
Jr 34,17-20.
Nos tempos do AT era comum os pactos
e acordos serem selados com a passagem dos contratantes entre as partes
esquartejadas de animais sacrificados. Isto significava que aquele que
descumprisse o acordo feito teria o mesmo fim que as vitimas do sacrifício.
O v.17 diz (...). Quem faria passar
por isso? Quem faria passar pela fome, pela peste, pela espada? Por certo não
seria Deus. O inimigo é que age assim quando nos afastamos de Deus, quando
desobedecemos e com isso nos distanciamos de Deus. Aí o inimigo se aproxima,
pois estamos vulneráveis, longe da proteção divina. Sós, somos presas fáceis e
satanás se aproveita dessa fragilidade para nos atacar. Ao longo da história
bíblica o povo de Deus pecava, se penitenciava, era perdoado, voltava a pecar,
se arrependia, era perdoado... e assim ia. Mas o pecado tinha conseqüências,
provocava seqüelas.
A desobediência de Adão e Eva, os
primeiros homens – na realidade o primeiro grupo humano – nossos antepassados,
quebrando o pacto com Deus, gerou todo pecado. Eles não resistiram a tentação,
caíram e o pecado entrou no mundo e com o pecado a dor, o sofrimento, a morte.
Ao pecarem perderam a plenitude da graça e ficaram reduzidos ao mínimo da
condição humana.
O ser humano possui corpo e alma. Um
corpo animal, que está acima de todo animal; uma alma imortal, porém inferior
aos anjos, pois estamos ligados à carne. Quando não se tem cuidado com o
próprio corpo, peca-se contra si mesmo. Quando profanamos nosso corpo, morada
do Espírito Santo, ofendemos gravemente a Deus, autor e dono de nossa
vida. Podemos até mesmo falar de duas
dimensões do pecado. Vertical e horizontal. Vertical, quando afrontamos
diretamente Deus e horizontal quando num mesmo nível, num mesmo patamar,
ofendemos ao próximo e a nós mesmos, dessa forma ofendendo também a Deus.
Deus nos gerou para a perfeição, nos criou a
sua imagem e semelhança. Se não somos perfeitos, é porque fomos desfigurados
pelo pecado e quebramos o espelho que refletia Deus em nós. Por causa da desobediência,
a natureza humana perdeu a graça na própria origem, por isso o chamado pecado
original.
Felizmente temos um Deus
misericordioso que se fez carne e deu-se a si mesmo em sacrifício expiatório.
Jesus com sua morte de cruz, sua ressurreição, redimiu a humanidade de todos os
pecados, de ontem, de hoje, de sempre. Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo. E Jesus nos deixou sua Igreja e a Igreja nos dá os
sacramentos. O batismo que nos lava do pecado original, onde rejeitamos a herança
negativa e renascemos para uma vida nova. E se depois disso, viermos a vacilar,
cair em tentação e pecar, Deus em sua infinita misericórdia nos oferece a
confissão, onde poderemos ser perdoados e nos reconciliar com Ele.
Carlos Nunes
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