"Contudo, para vossos santos havia uma luz brilhantissima. Sem verem seus semblantes, os outros ouviam-lhes a voz. e julgavam-nos felizes por não sofrer os mesmos tormentos. Davam-lhes graças, porque não se vingavam dos maus-tratos suportados, e pediam-lhes perdão de sua inimizade. Pelo contrário, vós desdes uma coluna luminosa para guiá-los na sua marcha para o desconhecido, como um sol que sem incomodá-los, alumiava seu glorioso êxodo. Mas eles bem mereciam ser privados da luz e aprisionados nas trevas; eles que tinham encerrado em prisões vossos filhos, através dos quais a incorruptivel luz da lei se devia comunicar ao mundo." (Sb 18,1-4)
Ocorre aí uma passagem no sentido real da palavra, mas para nós significa a passagem da escuridão do pecado para a luz da justiça, de uma vida de escravidão para uma nova vida em comunhão com Deus, o inicio de uma jornada em direção ao objetivo final. Assim como os judeus peregrinaram pelo deserto após a travessia do Mar Vermelho, conduzidos por Moisés, nós peregrinamos também em direção a terra prometida, conduzidos pela grande luz que é Jesus. Se deixamos para trás uma vida de pecado, não podemos jamais olhar para trás, nem sequer devemos pensar saudosamente nos tempos idos, pois são tempos de escuridão, são um passado obscuro onde éramos iludidos pelos falsos prazeres do mundo. Devemos caminhar sempre em direção ao caminho apontado por Jesus, ao caminho iluminado. Jamais retornar as trevas, pois quem gosta da escuridão é o inimigo de nossas almas, o inimigo de Deus: o príncipe das trevas, Satanás. Ao contrário, Jesus é a luz do mundo, o único e verdadeiro caminho. Diz Jesus que somos sal da terra e luz do mundo; somos como luzeiros e devemos levar a luz a quem vive nas trevas, a quem sofre por falta da luz. Mas em verdade apenas refletimos a luz verdadeira: Jesus Cristo.
Imaginemos uma grande cidade sem luz, sofrendo um grande blecaute. As pessoas sem geladeira, lavadoras, rádio, televisão, até mesmo sem água, pois as estações de bombeamento parariam por falta de energia. E o caos no trânsito; os semáforos apagados, congestionamentos intermináveis. Que transtorno! Irmãos e irmãs, a falta de luz espiritual é muito pior que a falta de luz física. A escuridão no espírito tem conseqüências mais graves que a escuridão física. Sem luz interior vivemos à margem de Deus, perdemos o freio moral, a “luz amarela” que sinaliza o perigo deixa de acender. Não acende a “luz vermelha” que impede que prossigamos numa atitude pecaminosa. Também a “luz verde” que nos indica para seguirmos em frente em nossa vida de oração e caridade, essa é como as outras, apagada. Vivemos no escuro, vendados, às apalpadelas, aos tropeções.
Temos que fugir da escuridão, deixar a terra do pecado e vir para a luz, para a terra da promissão. Temos que sair da escuridão e nos colocar debaixo do Sol radiante da justiça, que é Deus e nos deixar envolver por essa luz, mergulhar nessa luz, ser banhados nessa luz! Eu quero chegar lá, atravessar o Jordão e viver para sempre na Jerusalém Celestial, no paraíso. Eu quero, ao final da jornada, atravessar o Rio Jordão, pisar a terra prometida, e habitar na Jerusalém Celeste, onde não há Sol nem Lua, pois a única luz que brilha é a glória de Deus!
Dá-me Senhor a tua luz, a luz do teu olhar, a luz da tua Palavra que é lâmpada em meu caminho. Glórias e louvores a Ti! Amém.
Carlos Nunes
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