“N |
ão vos escrevo estas coisas
para vos envergonhar, mas para admoestar-vos como filhos muito amados.”(I cor
4,14).
Deus
não quer castigar, na verdade quer o bem de todos nós.
Na
pericope I Cor 5,1-5 não há muito a comentar. O texto é claro, se explica por
si. Trata de imoralidade, luxuria, escândalo na comunidade. Isto existe entre
nós, hoje em dia? Infelizmente existe. Sacerdotes são assediados, outros
assediam...
Se
analisarmos essa Palavra de modo rasteiro, superficial, veremos que ela é
extremamente pesada. Baseado apenas na letra e não na essência, essa palavra –
quero crer – não se aplica entre nós aqui presentes. Mas não vamos ficar só na
superfície, vamos mergulhar na palavra, fazer uma reflexão mais profunda. Por
esse ângulo, vemos aí, o mundo transformado num lamaçal, o mundo desregrado,
degenerado. O mundo entregue as paixões da carne, submetido ao domínio das
potestades e principados do mal.
O
mundo está tão degenerado que a pornografia tomou conta de tudo, extrapolou e
invade nossos lares através da TV, músicas imorais tocados em alto volume nas
ruas, para quem queira – e mesmo quem não queira – ouvir. A Palavra de Deus em
Sab 15,4s nos adverte sobre isso. (...)...
O
mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem. É verdade, porém temos
que discernir para não aceitarmos tudo que nos é imposto. Não podemos ficar
engolindo as porcarias que o mundo nos impinge.
O
mundo é assim, não podemos fugir dele. Façamos então como S. Paulo: estamos no
mundo, não somos do mundo. Assumamos a loucura da cruz em contraponto a loucura
do mundo.
Temos
que estar atentos, muito atentos às armadilhas do mundo que proclama falsos
deuses, ídolos; o mundo exageradamente hedonista. Hedonismo é a busca
desenfreada do prazer; é o prazer pelo prazer. Estejamos atentos, vigilantes,
revestidos da armadura de Deus, como em Efésios 6, para não ficarmos
vulneráveis aos harpões afiados do inimigo.
Deus
está nos advertindo sempre, exortando, nos convocando a si. E o que damos a Deus?
Nada! E quando damos, são migalhas, o resto; o que sobra do nosso tempo, o que
sobra de quase nada. Mas Deus, por amor, continua a exortar e suscita profetas
entre nós, vozes que clamam no deserto.
O
v.5 (...)... Parece maldição, mas na verdade é benção. Trata-se de purificação.
Se estivermos de coração contrito, Deus com amor infinito nos concede o perdão
incondicional, mesmo que às vezes possa nos provar no fogo, tal como ouro e
prata que são purificados assim.
Depois de tudo que foi dito, talvez ainda não
tenham entendido, talvez as palavras tenham sido mal interpretadas. Portanto,
que eu não tenha sido considerado grosseiro devido a rudeza das palavras
proferidas, porque embora duras, são palavras verdadeiras e ditas com amor; o
amor que vem de Deus. Amem.
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