sexta-feira, 26 de junho de 2020

Salmo 132 – Fraternidade



F
raternidade é a união ou convivência como verdadeiros irmãos. É a harmonia entre as pessoas. É a vivência no amor, solidariedade, caridade mútua.
         Quando falamos de amor vem à lembrança os vários tipos de amor, ou as várias formas de amar: o amor carnal, entre um homem e uma mulher; amor paterno/materno, dos pais pelos filhos; amor filial, o que sente os filhos pelos pais; fraterno, amor entre irmãos, sejam de sangue ou na fé , amizade; e finalmente o maior de todos, o ágape, o amor perfeito, o amor de Deus, o amor que Deus tem por nós. Se juntamos o amor fraternal ao amor ágape, olhamos o irmão como Deus nos olha, amamos como Deus nos ama. Diz a Palavra: “Como amar a Deus que não vemos, se não amamos o irmão a quem vemos?”
         Fraternidade lembra comunidade; comunidade lembra comunhão, participação em comum (comum + unidade). União de pessoas com os mesmos objetivos: evangelizar, promover a caridade. São as comunidades organizadas, tais como: Fraternidade Toca de Assis, Comunidade Shalom, Comunidades de Renovação, entre outras. Essas organizações podem ser comunidades de vida – quando vivem juntos, partilhando e dividindo tudo, ou de aliança – quando partilham somente seus ideais e objetivos. Alguns atributos porém são comuns a ambos os tipos de comunidades: a união fraterna, a dedicação intra comunitária, consagração ao serviço do Senhor e à unidade da Igreja.
         Em At 2,42.44-47 é mostrada a vida das primeiras comunidades cristãs. Podemos viver como os primeiros cristãos, como o povo retratado em Atos? De certa forma sim. As comunidades cristãs católicas vivem praticamente assim, sejam comunidades de vida ou de aliança. Nós, guardadas as devidas proporções, também podemos imitar as primeiras comunidades. Se atendermos ao chamado de Deus, nos dedicarmos ao serviço, praticarmos a caridade e solidariedade, estaremos a nossa maneira, sendo como eles. O objetivo prático da Renovação Carismática é que nos tornemos semelhantes à igreja primitiva; se não comunidade de vida, ao menos de aliança.
          O livro do Eclesiastes 4,10 cita: “Se um cair o outro o levanta. Mas ai do que estiver só; não haverá quem o levante”. União fraterna, todos unidos num só coração. Esse coração, como o corpo místico de Cristo: a Igreja, a real, a verdadeira, a maior comunidade fraterna a qual todas as outras estão subordinadas. Em louvor pela fraternidade, leiamos o Salmo 132(133) (...)... Amém.


sábado, 20 de junho de 2020

Ez 1,4-14 – VISÃO DO CARRO DE JAVÉ



E

zequiel descreve uma visão de Deus, uma visão da glória de Deus. No Antigo Testamento Deus se apresentava em visões esplendorosas ou através forças da natureza, ventanias, tempestades, raios e trovões, a chamada teofania. Assim vemos em Ex 19,18, no Sinai; monte Horeb, quando Deus se apresenta pela primeira vez a Moisés, na sarça ardente. Apesar da descrição detalhada de Ezequiel é difícil imaginar o que ele tenha visto. Deus não pode ser descrito; é impossível à nossa inteligência compreender a divindade. Diante da grandeza de Deus, cabe a nós aceitar humildemente, sem discutir. Deus é Deus e ponto.
            Hoje não podemos falar de Deus sem falar do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Deus único na Santíssima Trindade. Javé, Emanuel, Ruah. Javé, o Pai que nos criou; Emanuel, Deus conosco, o Filho que nos redimiu e Ruah, o sopro divino, Espírito Santo que nos consola, nos molda, nos conduz a santidade. Deus uno e trino, único Deus que se apresenta em três pessoas distintas. Grande mistério que talvez venhamos a entender quando, terminada a nossa jornada, estivermos frente a frente com Ele. Aí sim, ao caírem todas as nossas imperfeições o veremos tal qual Ele é.
            Somos frutos do amor de Deus. Com amor, no amor e por amor fomos criados. No entanto, apesar do amor do Pai, perdemos a graça santificante e aí Deus mostrou outro grande atributo: a Divina Misericórdia. Se por amor fomos criados, pela misericórdia somos perdoados. Disse Sta. Faustina: “Nosso pecado é uma gotinha de orvalho no oceano da misericórdia de Deus”. Deus nos ama tanto, tem tanta compaixão de nós, que nos deu seu filho único, Jesus, para morrer em nosso lugar. Assim a salvação veio a nós. Então Jesus, que sendo parte integrante de Deus, desceu de sua glória e veio até nós em carne, humilhando-se e humildemente se dá ainda hoje. Pois se Ele se fez carne e pisou nosso chão, hoje se faz pão e se nos dá a cada eucaristia. Sua presença também se faz sentir através o Espírito Santo que infundido em nós, nos move, nos transforma, nos mostra toda a verdade, a verdade libertadora contida na Palavra de Deus.
            Deus é amor e na infinitude de seu amor se dá a nós na sua Palavra, na Eucaristia e na efusão do Espírito Santo. Mesmo que você não se sinta amado pelas pessoas, pelo seu próximo, saiba, há um amor maior envolvendo você. É o amor do Pai que lhe perdoa, o amor do Filho que lhe cura, liberta, que lhe remiu numa cruz, o amor do Espírito Santo que lhe conduz a santificação. Deus lhe ama com um amor imenso, tão grande que é inimaginável. Deus lhe ama, deus nos ama como ninguém jamais amou e há de amar. Amém.    
Sinopse de pregação



sexta-feira, 12 de junho de 2020

Ez 34 – O Amor de Deus



É

 com grande alegria que venho anunciar uma mensagem de amor.        
                O livro de Ezequiel cap. 34, versículos 11 a 16 nos diz...(...). Vemos aqui a palavra de Deus através o profeta, falando ao seu povo; povo que estava disperso após a queda de Jerusalém. Êle promete junta-los novamente, tratar deles, cura-los um a um. Era um povo pecador, infiel e por isso passava tribulações; mas Deus não se esqueceu deles, por amor e só por amor resolveu salva-los.
                Esse povo hoje somos nós. Somos nós! Nós que estamos espalhados por esse mundão afora, cercados de toda espécie de iniqüidade. E Deus vem ao nosso encontro, nos convida a si.
                E na presença de Deus viemos falar do amor imensurável que Êle nutre por cada um de nós. Esse amor derramado constantemente como chuva de bênçãos!Um amor difícil de ser exprimido em palavras. Não é como o amor humano, egoísta, “toma lá dá cá”, não; não, o amor de Deus é puro, é perfeito. Difícil de ser definido, mas facilmente sentido, com certeza.
                Olhe para a cruz; eis aí a grande prova de amor: Fazer-se carne e morrer por cada um de nós, pelos nossos pecados. A morte e ressurreição de Jesus são a nossa esperança de vida eterna; é a certeza que existe um paraíso esperando por nós.Isso é amor, isso é amor!
                Deus nos olha como somos, como estamos, não se importando se somos ricos ou pobres, se sou pecador e vocês santos. Êle nos vê com o mesmo olhar de amor. Como está na Palavra em Sab 6,7 (...). Assim é nosso Deus, um Deus justo, misericordioso, não um Deus que castiga.
                Toda vez que o inimigo rouba uma alma, do céu rola uma lágrima, cai uma lágrima. Deus não se satisfaz com a condenação do pecador. Um pai não fica feliz com a morte de um filho e uma alma perdida é a morte de um filho para Deus; um filho rebelde, mas um filho amado. Por outro lado quando Deus resgata um pecador, há uma grande festa, como aquela do filho pródigo. A parábola do filho pródigo representa muito bem o amor misericordioso de Deus. O pródigo é a ovelha perdida, tresmalhada, ferida, que o Pai acolhe e cura. O irmão que ficou, embora não percebesse, esteve o tempo todo no colo do Pai; era a ovelha gorda, cevada, que o Pai vela dia e noite. Deus te ama, Deus me ama, Deus nos ama...
                Não sei da sua situação, não sei se você está passando por um momento de alegria ou de aflição, não sei. Mas tenho certeza que você já sentiu a presença de Deus na sua vida; já teve a experiência vivida de Deus. Glória! Se eu fosse dar testemunho de tudo que Deus tem feito em minha vida, um dia inteiro seria pouco, porque Deus faz maravilhas o tempo todo, todos os dias, todos os momentos, a cada instante!
                Para ilustrar esse amor vamos falar de Paulo; Saulo que virou Paulo: o apostolo S. Paulo. Saulo era um matador, um perseguidor de cristãos. Êle esteve presente e apoiando o apedrejamento do mártir Estevão. Por sorte, nosso Deus é bom e justo. Nosso Deus não é cruel nem vingativo, porque senão Saulo continuaria sendo Saulo, morreria Saulo e seria condenado; estaria ardendo no castigo eterno. Mas... Deus é amor e Saulo foi transformado de perseguidor no maior propagador da mensagem de Cristo. Foi o segundo maior pregador; o primeiro é o próprio Jesus.
                Paulo mudou simplesmente porque quis? Numa bela manhã acordou bem humorado e resolveu ficar bonzinho? Cansou de ser o vilão e virou herói como nos filmes? Não, claro que não. Foi pela misericórdia de Deus; Deus tinha um plano de amor para Paulo. Deus tem um plano de amor para vocês, Deus tem um plano de amor para mim; Êle me resgatou e me colocou aqui para falar do seu amor; desse amor que sentimos na pele, que respiramos... Esse amor que se manifesta em nós pela ação do Espírito Santo. Quando nos deixamos conduzir pelo Espírito, quando nos enchemos do Espírito Santo nos enchemos também do amor de Deus e esse amor eflui do nosso coração. Efluir é transbordar, é derramar. E esse sentimento não pode ficar guardado só p’rá mim: “é meu, ninguém tasca”. Não! Eu tenho que repartir, dividir entre os irmãos.
                Muitas vezes vamos encontrar o irmão afastado de Deus, magoado, ferido; como se estivesse embaixo de um guarda chuvas, impedindo que o amor de Deus chegue até êle. Temos que abraçar esse irmão, dividir o amor que temos com êle, para então êle fechar o guarda chuvas e deixar a graça de Deus acontecer na sua vida.
                Amados, vamos ser felizes distribuindo amor. Vamos sorrir vendo o sorriso do irmão. Amém.
(sinopse de pregação)

sábado, 6 de junho de 2020

Dn 14,32-37 – CONFIANÇA - sinopse de pregação



P
odemos comentar esta Palavra sob dois aspectos: do ponto de vista de Habacuc e do ponto de vista de Daniel. Vemos aí Habacuc tirado dos seus afazeres cotidianos para servir a Deus. De certa maneira é o que ocorreu conosco; fomos chamados a vir até aqui e servir ao Senhor, auxiliando este grupo de oração. Sob a ótica de Daniel, observamos que este, apesar do grande problema por que passava, confiou plenamente em Deus. Não viemos aqui falar de nós, portanto abordaremos o assunto falando de Daniel e sua extrema confiança.
      
      Daniel fora atirado na cova dos leões, porque? Porque não aceitou adorar falsos deuses. Forçado, não renegou o verdadeiro Deus. Por isso foi perseguido, difamado, injustamente condenado e atirado a leões famintos. Leões que comiam diariamente cordeiros e carne humana, mas que não foram alimentados nos dias que precederam a entrada de Daniel no covil das feras. Daniel porém confiou em Deus, no Deus que o criou, no Deus que sabemos  se fez homem , pregou sua Palavra de Vida, nos mostrou o caminho, morreu por nós numa cruz e ressuscitou para nossa redenção e nos dar a eternidade. Daniel não se deixou abater pelo desânimo e confiou. Não reclamou, não gritou, sequer murmurou ou pensou negativamente. Ao contrário, apesar da situação extremamente difícil, apesar de tudo indicar que era o fim, ele creu, confiou e esperou no Senhor. Atirado às feras, não foi devorado; faminto, Deus lhe proveu alimento; por fim, após seis dias o rei o recolheu e lhe restituiu a liberdade.
            Isto significa para nós que os filhos de Deus, os verdadeiros cristãos, os católicos fiéis, não devem temer ser atirados às feras. Que sejam pacientes e esperem em Deus, como Daniel esperou pacientemente. Soframos as demoras de Deus, pois Ele nos prepara o melhor; Ele nos conhece profundamente e só nos dá o que é bom e na medida da nossa necessidade. Vivamos a fé e a confiança de Daniel. O Salmo 93(94), versos 18 e 19 diz: (...). Se escorregarmos, se vacilarmos, se resvalarmos nossos pés na beira do abismo, sabemos que Deus nos ampara e Sua Palavra nos conforta.
            Não temer, confiar, confiar sempre, eis a mensagem tirada para nós desta Palavra do livro de Daniel. Para ilustrar a pregação, contarei uma estorinha – Eu gosto de contar estórias, elas enriquecem uma pregação; aliás, isso fazia parte da pedagogia de Jesus: Ele gostava de ensinar através de parábolas. – Eis a estória:
            Um barco, um grande navio repleto de passageiros navegava placidamente em alto mar, quando repentinamente foi atingido por uma violenta tempestade. Os passageiros em pânico rezavam, gritavam, desesperavam-se. Num canto, uma pequena menina brincava tranquilamente, sem se incomodar com a tormenta nem com os demais passageiros. Um homem inconformado com a calma daquela criança, interpelou-a: Menininha, você não teme a tempestade? – Não. – Mas o navio vai afundar, todos vamos morrer. – Não, não vai acontecer isso não. – Porque tanta certeza? – Meu pai é o capitão deste navio!
            A garotinha confiava inteiramente em seu pai e nós confiemos em Deus, nosso Pai eterno, que esta no comando do grande barco que é a nossa vida! Não devemos ter medo, pois nada é impossível para Deus, não devemos sentir tristeza, dúvida, pois nada é impossível para Deus. Ele nos livra dos leões que rugem em torno a nós e tentam nos devorar. Ele nos livra das tempestades do dia a dia, enfim, Ele é a nossa força, o nosso refúgio. Abram o coração e deixem-se amar por Deus, deixem-se amar e também amem, amem como Deus ama vocês. Confiem, confiem sempre, como a menina da estorinha. Deus está no comando da sua vida. Amém.