O Espírito Santo nos anima. Anima a Igreja e a assiste com
dons e carismas. Igreja concebida no
coração do Pai desde o principio do tempo, prefigurada no AT pelo povo hebreu
peregrino no deserto, nascida do sangue de Jesus no madeiro da cruz e
apresentada ao mundo em pentecostes. Igreja santa e pecadora; santa porque
assistida pelo Espírito Santo, pecadora porque formada por nós. Sancta Mater
Eclesia. Mãe que nos gera para a vida no batismo, nos ensina na evangelização e
catequese, nos lava na confissão, nos alimenta na eucaristia, zela por nós na
unção dos enfermos, nos abençoa no matrimônio ou na ordenação, nos envia na
missão.
Anunciamos o querigma. Kerygma (kerugma) palavra grega que significa anúncio; aqui o primeiro anúncio; nos
foi revelado o imenso amor de Deus, fomos apresentados ao grande, único e
definitivo Redentor, e nos foi oferecido o Espírito Divino.
Nós cristãos sabemos que a verdade revelada é única e foi consumada
em Jesus Cristo. O Novo Testamento é a definitiva aliança de Deus com os
homens. É Palavra de Deus e Palavra (assim com letra maiúscula, pois é o
próprio Deus que se revela nela, é o Verbo que existe desde sempre e estava
presente na criação) é verdade irrefutável. Quem nos atesta esta verdade? A
Igreja com sua sabedoria milenar: Bíblia Sagrada, Tradição e Magistério.
Bíblia, a Palavra de Deus infundida no coração de escritores inspirados pelo
Espírito Santo. Tradição, a divulgação pelos Apóstolos de fatos e
acontecimentos que confirmados por inspiração divina, levaram a compilação do
novo testamento, pois estes foram escritos dezenas de anos após a crucificação
do Senhor. Magistério, a atuação como mestre (Mater et Magistra: mãe e mestra);
pelo magistério a Igreja confirma a tradição e faz a correta exegese
bíblica.
Assim sendo, não pode existir cristão avulso, autônomo; não existe
católico sem igreja. Não podemos viver o evangelho pleno longe dos outros. Até
porque precisamos uns dos outros para nos apoiar, para aprender mais a respeito
da Palavra, para nos adestrar na sã doutrina. “Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão
nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a
Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia ajuntava
outros, que estavam a caminho da salvação” (At 2,46-47).
Somos peregrinos nesta terra. Mas não caminhamos sozinhos, não
podemos caminhar sozinhos, pois só, erramos o caminho e nos perdemos. O
Espírito Santo nos conduz, é verdade, mas ele pede que nos unamos a outros, que
caminhemos de mãos dadas: “Se um vem a
cair, o outro o levanta. Mas ai do homem solitário; se ele cair não há ninguém
para levantá-lo. Se é possível dominar o homem que está sozinho, dois podem
resistir ao agressor, e um cordel triplicado não se rompe facilmente” (Ecle
4,9-10.12).