sábado, 28 de dezembro de 2019

Querigma-Amor do Pai



“Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (cf. 1Jo 4,8). O amor mais que personificado, o amor na essência; assim é Deus. Deus Pai criador de tudo e de todos. O Pai que nos criou no amor, por amor, com amor. Amor infinito e eterno, amor abrangente, transbordante; e fomos criados no transbordamento desse amor, por isso, mais que criaturas somos filhos. Assim temos o direito pleno de chamá-lo de pai. Aquele que É; Abba, Pai!
Esse amor nos é demonstrado no esplendor da criação: numa flor que desabrocha, num sorriso de criança, no sussurro da brisa suave, no farfalhar das folhas num vento mais intenso, no canto dos pássaros, no murmúrio das ondas, nas torrentes impetuosas, na calmaria de um córrego, enfim listaríamos aqui tudo de belo que podemos contemplar na natureza. Nas maravilhas da criação enxergamos Deus e Deus é amor.
Toda essa beleza foi imaginada, planejada, concebida, com um único objetivo, ser oferta de amor à sua obra prima, nós seres humanos. Como tal tudo nos foi dado: “Deus criou o homem à sua imagem; criou homem e mulher e os abençoou; frutificai – disse Ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Deus contemplou toda sua obra e viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,27-28.31).
Não existe amor maior. Não, não há.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Acolha Jesus neste Natal



O Natal se aproxima. As ruas dos centros comerciais estão apinhadas, os shoppings abarrotados. O texto parece repetição do anterior sobre a época do natal. E é, pois a situação é praticamente a mesma. Repetem-se os esbarrões, o empurra empurra, a impaciência, o mal humor, tudo sob um calor escaldante – o que agrava a situação.
Tudo em nome do Natal; época de paz, de harmonia, de boa convivência, de amor... Será? O Natal de Jesus é realmente uma oportunidade para a reconciliação, o perdão, a convivência pacifica. Mas o natal do comércio é uma época de lucros, $$$, lucros, $$$$, mais lucros, $$$$$, e assim a propaganda natalina evoca um tempo de paz e prosperidade, paz para nós (merecemos) e prosperidade para os comerciantes. O ideal seria paz e prosperidade para todos, pois isso todos nós merecemos.
Nada de anormal o comércio ter bons lucros, nós trocarmos presentes, comemorarmos festivamente com os familiares e amigos. Tudo isso é licito, válido, desde que tenhamos em mente que a festa é para comemorar a encarnação e o nascimento do Salvador, a vinda do Messias ao mundo; portanto não esqueçamos que o Natal é festa religiosa e como tal deve ser vivenciada. Portanto, tenhamos temperança no comer e beber, parcimônia na compra de presentes, evitando a gastança, a comilança e a bebedeira. Assim teremos verdadeiramente um bom e feliz Natal, uma alegria autêntica no encontro de parentes e amigos, a degustação saudável dos quitutes à mesa.
O Natal sem Jesus (uma incoerência) termina em desavenças, brigas, acirramento de velhas rixas, bebedeira incontrolada, tristeza, choro, decepções. Sem dúvida ao menos uma dessas situações, e eventualmente todas elas acontecem juntas.   
Com Jesus (o motivo da festa) o Natal é rico, mesmo numa mesa modesta. Rico em alegria autêntica, em harmonia, em controle no comer e beber, rico em felicidade, pois Ele está presente e Ele é a razão da nossa felicidade.
Em Belém de Judá, Maria prestes a dar a luz não teve quem a acolhesse com José e a criança prestes a nascer. Neste Natal acolha a Sagrada Família no seio da sua família e tenha um Natal cheio de Paz e Felicidade. Que Jesus viva e reine na sua vida. Amém.


sábado, 14 de dezembro de 2019

Pureza de criança



Na igreja, joelhos no chão diante do Sacrário adorando Jesus Eucarístico, tive a atenção despertada por passinhos de criança correndo. Observei uma menininha parar diante do presépio montado junto ao altar e embevecida chamar pela mãe para também essa apreciar a beleza do presépio. Diante do Senhor e para o Senhor, refleti que a menina completava o cenário. Era como se algo faltasse a cena do presépio e aquela criancinha suprisse essa ausência. Aquela criança diante da imagem do menino Jesus no presépio, nos representava. Ali estava toda a humanidade, tal qual Deus Pai nos havia criado, com a pureza de uma criança.
Na passagem do Evangelho de Mateus, capitulo 18, versículos de 2 a 5, Jesus nos exorta a sermos como crianças,  pois só assim seremos merecedores do reino do céu. Ser como crianças para estar com Jesus na eternidade; voltar no tempo, ter atitudes infantis, ser ingênuo como uma criança?
Não. Jesus não nos pede atitudes pueris, ele pede que tenhamos alma de criança. Que sejamos como crianças na pureza de pensamentos, nos sentimentos, no despojamento, na afabilidade e por que não dizer na dependência? Como a criança depende dos pais, dependemos todos de Deus.
Se hoje em dia as crianças perdem a pureza original cada vez mais cedo, não é culpa delas, sim do ambiente que as cercam. Ao invés da partilha, são incentivadas ao individualismo; ao invés do amor, são incentivadas a desconfiança; ao contrário da concórdia, são incentivadas a competição. Daí nos transformam nos adultos que somos.
Por isso disse Jesus que só estará com ele em Seu Reino quem for puro como uma criança. Retornemos as origens, sejamos como criancinhas nos braços do Pai!     

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Boa reputação





Salomão já dizia: “bom renome vale mais que grandes riquezas; a boa reputação vale mais que ouro e prata” (Pr 22,1). Reputação é quase tudo na vida. Prestigio pessoal é o máximo para muitos; sucesso, renome, fama, celebridade. Mas isso, como tudo na vida, passa. Aí um imenso vazio se faz. A pessoa torna-se oca. Se no entanto aprofundarmos o discernimento  podemos entrever que a reputação referida por Salomão só é realmente valiosa diante de Deus, pois mais vale um pouco de prestigio junto a Deus que um grande prestigio junto aos homens.
A boa reputação na sociedade, não obstante, também tem seu valor; um bom nome é o que todos almejamos, obviamente sem que isso implique em perseguir o reconhecimento pessoal, o prestigio; essas coisas vêm naturalmente e não devemos nos envaidecer por isso. Porém, o grande tesouro, a grande riqueza é estar bem com Deus. Estar bem com Deus, ter boa reputação diante Dele é fazer Sua vontade. Obedecê-lo e ser fiel.
Um grande pecado, por certo o maior malefício que a língua humana é capaz de fazer é a difamação. Uma boa reputação, construída ao longo de anos pode ser dilacerada em questão de minutos, principalmente hoje em dia, na era das redes sociais. Cuidemo-nos para não cair nesse pecado, que por sinal é facílimo de ser cometido, basta abrir a boca, escrever ou teclar.
Quem tem Deus no coração pode até suportar a perda de reputação , mas quem não tem sucumbe, esvazia-se. Se você foi difamado, sofreu maledicências, renda-se ao Senhor, porque não importa o que as pessoas e o mundo pensem a seu respeito, vale a sua reputação com Deus. Tome para si a citação de S. Francisco de Assis: “Eu sou o que sou diante de Deus e nada mais. Isso é o que impo