sexta-feira, 21 de junho de 2019

Denúncia-Causa de perseguições



O texto a seguir é a sinopse de uma pregação baseada na pericope Os 9,7-9 (livro do profeta Oséias).
Israel é o povo escolhido. Eleito por Deus para ser seu povo. A eleição de um povo por Deus não é privilégio; é responsabilidade, exigência, compromisso, e por conseguinte, passível de cobranças.
Deus escolheu seu povo, povo amado, mas esse povo virou-lhe as costas , desobedecendo, sendo infiel adorando outros (falsos) deuses. Como muitas vezes nós fazemos. Nossa infidelidade consiste em ouvir e seguir maus conselhos; prestar ouvidos aos clamores sedutores do mundo que nos rodeia. Ambiente corrompido pela concupiscência humana exacerbada pelas forças do mal.
Na verdade o anunciado no texto de Oséias não é uma ameaça de castigo, uma punição, e sim a denuncia de situações de pecado – pecado não só pessoal, mas também pecado social – com as inevitáveis consequências.  As palavras, duras que sejam, são palavras de amor, pois quem ama educa, adverte, corrige.
Santo Agostinho cita: “Não imponha a verdade sem caridade; mas, por outro lado, não sacrifique a verdade em nome da caridade”. Ou seja, o profeta deve anunciar, mas tem o dever de denunciar. Anunciar a boa nova, mas também apontar o pecado do povo de Deus. Apesar de não sermos profetas de desventuras e sim anunciadores da esperança, não podemos fazer vistas grossas ao mal que nos cerca. Citando outro santo, São João Eudes que viveu no século XVII: “Quando pregares usa as armas poderosas da Palavra de Deus para combater, destruir e esmagar o pecado; mas quando encontrares com o pecador, fala-lhe com bondade, benignidade, paciência e caridade”.
Contudo, conhecemos pregadores que gostam de adular seus ouvintes e evitam exortá-los. Pregam aquilo que o povo gosta de ouvir e não aquilo que precisam ouvir. Quando o Senhor os inspira oferecendo um pote de mel para adoçar a boca do seu povo esses pregadores abraçam com sofreguidão. Porém quando lhes é oferecido um chicote, eles não aceitam; costumam dizer que não é seu estilo de pregação.
Vivemos numa sociedade que deseja cada vez mais uma vida sem limites, sem renuncias, sem preceitos e claro, sem proibições. Por isso quando denunciamos somos perseguidos. Por isso a Igreja de Cristo é vilmente caluniada, seus ministros aviltados e achincalhados. Leviandade e falácias são levantadas contra aqueles que denunciam e apontam o pecado, principalmente os pecados sociais. Sofrem perseguições como os profetas do Antigo Testamento, que ainda tinham contra si os falsos profetas de benesses.
Já dissemos, não somos profetas de desventuras nem desgraças, mas anunciadores do evangelho e da esperança; mesmo que para isso tenhamos que exortar severamente, como pais a educar e corrigir os filhos: “Logo que escutares um oráculo saindo de minha boca, tu lho transmitirás da minha parte. Se digo ao malévolo que ele vai morrer,   e tu não lhe falas para pô-lo de sobreaviso devido a seu mal proceder, de modo que ele possa    viver, ele há de perecer por causa de seu delito, mas é a ti que pedirei conta de seu sangue.  Contudo, se depois de advertido por ti, não se corrigir da malicia e perversidade, ele perecerá por causa de seu pecado, enquanto tu hás de salvar tua vida” (Ezequiel 3,18-19). Como vimos, é questão de obediência e sobrevivência. Queremos viver a eternidade em Cristo, por isso devemos ser obedientes mesmo correndo o risco da perseguição dos falsos profetas e dos ateus.
Esta profecia nos foi dada: “Eu sou a tua verdade. Tu que andas perdido. Tu que vagueias em ziguezague pelos caminhos que o mundo te oferece , saiba, há um único caminho: aquele que tracei e aponto. Vinde comigo. Eu sou a tua verdade”. Sigamos Jesus, verdadeiro mestre e Senhor. Assim seja.
(Carlos Nunes)


Nenhum comentário:

Postar um comentário