“Feliz o homem que não procede conforme
o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre
os escarnecedores.
Feliz aquele que se compraz no serviço
do Senhor e medita sua lei dia e noite.
Ele é como a árvore plantada na margem
das correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais.
Tudo o que empreende prospera.
Os ímpios não são assim! Mas são como a
palha que o vento leva.
Por isso não suportarão o juízo, nem
permanecerão os pecadores na assembléia dos justos.
Porque o Senhor vela pelo caminho dos
justos, ao passo que o dos ímpios leva à perdição.”(Salmo 1)
Eis
nesse salmo a inevitável dicotomia bem e mal, pecado e virtude, justiça e
iniquidade. Nossa vida se apresenta assim mesmo, ser ou não ser, ir ou não ir.
Nossa vida é feita de escolhas e dependendo da opção feita, caminhamos firme ou
tropeçamos. Assim sendo, é como se diante de nós se apresentassem duas
estradas, dois caminhos a seguir. Ninguém, nem Deus nos obriga a ir por essa ou
aquela, somos livres para escolher nosso caminho e a opção feita é inteiramente
responsabilidade nossa. Somos livres até mesmo para errar; até para pecar, se
bem que ao escolher o pecado nos tornamos escravos dele.
As
estradas propostas são divergentes e levam a destinos longínquos entre si. Uma
conduz a porta estreita, outra ao caminho largo da perdição. (cf. Mt 7,13-14).
Ao longo da jornada estes caminhos se interligam; é possível passar de um a
outro a qualquer tempo. Se escolhemos o
caminho errado, percebemos o erro e resolvemos mudar, podemos tomar a trilha que leva ao outro
caminho e desta vez na estrada certa continuar a caminhada. Por outro lado, ao
estar no rumo certo, nos momento de indecisão, dúvida, ou abalos, não poucos enveredam
por outros caminhos e acabam se dirigindo a perdição.
Portanto,
enquanto caminhamos não temos certeza de nada. Assim, por nossos méritos nada
podemos afirmar a respeito de salvação ou condenação. A certeza da salvação não
existe enquanto não se chega ao fim do caminho, até porque a pretensa certeza
da salvação por si só é um grande perigo, pois essa pretensão leva ao descuido
e isso é causa de queda para muitos (Orar e vigiar...). Da mesma forma jamais
podemos dizer que este ou aquele está irremediavelmente perdido, pois a
conversão pode ocorrer no último instante e só Deus sonda e conhece os corações
(Ainda hoje estarás comigo no paraíso...).
Sendo
assim se quisermos prosseguir no rumo que leva à porta estreita, caminho difícil
e muitas vezes pedregoso, cheio de dificuldades, não podemos fazê-lo sozinhos;
esse caminhar só é possível de mãos dadas com Jesus, guiados pelo Espírito
Santo rumo ao Pai. Sós, a estrada se nos apresenta tortuosa e com montanhas que
nos parecem intransponíveis; com Jesus a estrada se apresenta reta e os montes
são aplainados, toda dificuldade do caminho se extingue e o caminhar se faz com
alegria, pois o Senhor vela pelo nosso caminho.