“É então o momento de
habitardes em casas confortáveis, estando esta casa em ruínas?” (Ag 1,4).
Este versículo extraído do livro do profeta Ageu vem falar do estado de penúria
em que encontrava o templo do Senhor. Assim mesmo, isolado do contexto
histórico, esta Palavra vem para nós hoje como “rhema”. Nós (os batizados)
somos templos vivos do Espírito Santo e quantos não estamos em ruínas? Quantos
procuramos habitação em casa confortáveis e arruinamos o templo do Espírito Santo?
Quantos buscamos o “conforto” que o mundo nos oferece, somos atraídos e
seduzidos pelo canto de sereia que continuamente entoa a nosso redor; quantos
nos deixamos acomodar como que entorpecidos pelos ditames dos modismos que nos
são impostos. Quantos nos aviltamos com veleidades, ignomínia, voluptuosidade,
imoralidades. A quanto desleixo nos submetemos. Com isso nosso corpo, templo
vivo do Espírito Santo, se corrompe, se degrada, se destrói.
Quantos irmãos em nossa comunidade de fé estão passando por
momentos difíceis, sofrendo tribulações, vivendo tempos de aridez e
arrefecimento da fé. Quantos estão nesta situação e nós nem notamos; não
percebemos que um sorriso desapareceu, não percebemos um olhar de tristeza e o
pior, nem percebemos as ausências. Quando tudo nos vai bem, egoisticamente
(habitamos casas confortáveis) nem notamos o outro que às vezes está em ruínas.
Comumente não notamos o outro porque não notamos nem
valorizamos nós próprios. Quanto supervalorizamos o externo, subvalorizamos ou
mesmo desvalorizamos o interior. Por isso muitos “templos em ruínas”. Corpos
enfermos, doentes por conta do descuido com a saúde. Emocional abalado por
conta dos desvarios comportamentais. Distúrbios psíquicos por conta de traumas
emocionais, problemas existenciais mal resolvidos, e, não podemos deixar de
citar, todos esses males são invariavelmente consequências do pecado.
Quando temos por valores a irresponsabilidade social
(primeiro eu e se sobrar alguma coisa, eles...), o hedonismo (prazer pelo
prazer, o meu é claro...), o relativismo (tudo é relativo, portanto se é errado
para um não é para outro, não existe pecado...), a indiferença religiosa
(queiram ou não, as religiões são paradigmas éticos e morais), a cultura do
tudo posso, tudo faço, tudo me é permitido, nos leva a decadência moral, tendo
como conseqüência atitudes que sem que se perceba, levam a autodestruição.
Por isso o Senhor nos diz: Reconstruam minha casa!
Abandonemos os desregramentos morais e comportamentais e volvamos nosso rosto
ao rosto de Deus, pois Ele nunca se voltou contra nenhum de nós, mesmo que você
não tenha tido percepção disso. Abandonemos os vícios, o mau proceder e
reconstruamos o templo do Senhor, nosso eu. Ainda há tempo, sempre haverá
tempo. É sempre bom lembrar: tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém.