sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Ágape



Mesmo que você não se sinta amado, mesmo que você se sinta desprezado, abandonado, solitário, perdido, saiba que há alguém que te ama muito; te ama com um amor tão grande que não tem medida. Amor imenso, escandaloso. Escandaloso a nossos olhos, porque é incondicional, nada pede em troca, não é excludente. Um amor assim nenhum ser humano é capaz de dar e poucos compreendem. Aliás, nem é necessário compreender, basta sentir. Como sentir algo tão grandioso? Como sentir algo tão maravilhoso?
Para sentir e experimentar o amor de Deus, basta se abrir à Sua Palavra. Basta crer e crendo se deixar envolver.
“E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que criou, Jacó e te formou, Israel: Nada temas, pois te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo. E os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás e a chama não te consumirá. Pois Eu Sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, teu salvador. Dou o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sabá por compensação. Por que és precioso a meus olhos, por que eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Fica tranquilo, pois estou contigo” (Is 43,1-5a). 
“Pode uma mulher esquecer-se daquele que ela amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela esquecesse, Eu não te esqueceria nunca” (Is 49,15).
“Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará e jamais meu pacto de paz vacilará, diz o Senhor que se compadeceu de ti” (Is 54,10).
“De longe me aparecia o Senhor: amo-te com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor” (Jr 31,3).
E finalmente, 1Jo 4,7-8, a máxima que coroa esta reflexão: “Carissimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.



sábado, 22 de dezembro de 2018

Nem só de pão vive o homem



Nessa época percebemos uma grande agitação nas pessoas, um burburinho nas ruas, as lojas repletas. O consumismo é acelerado, desenfreado para muitos.  Tudo em nome dos festejos de fim de ano. Natal e réveillon se fazem presentes, presentes se fazem no Natal.  As ceias de Natal e passagem de ano são imprescindíveis; os mimos, as lembrancinhas, importantíssimos. Daí a agitação das pessoas, o burburinho das ruas; nos bairros comerciais o transito, normalmente intenso cotidianamente, torna-se caótico nos meados do mês de dezembro.
É o espírito do Natal, dizem. Será? Pessoas apressadas se esbarram, se atropelam, ao invés de um pedido de desculpa se irritam, se xingam; nas lojas disputam (quase aos tapas) os últimos itens de promoções e ofertas; no transito, buzinaço, falta de polidez ao volante, pressa irracional. Para que? Para ter uma noite serena no Natal e alegre no ano novo? Para alguns. Para muitos, muitos mesmo, serão noites de bebedeira e de excessos (por conta da bebida). Para outros, tristeza e abatimento. Tristeza proveniente de lembranças dolorosas do passado que sempre vem à tona nestas datas. Pra que chorar, pra que sofrer, se há sempre um novo amor, há sempre um novo amanhecer... diz uma canção popular. Porem, sem refutar a letra da canção, dizemos aos que sofrem, aos que choram; pra que chorar, pra que sofrer, se há alguém que enxuga tuas lágrimas, há alguém que te conforta, há alguém que é capaz de te restituir a alegria. Esse alguém tem nome, nome que é acima de todo nome; nome que ao ser simplesmente pronunciado com doçura e fé no coração, é capaz de nos proporcionar paz, harmonia, cura interior. Esse nome é Jesus. Jesus o dono das festas de fim de ano. Natal pelo motivo óbvio; ano novo, porque Ele é Senhor de tudo, inclusive do tempo.  
   Pois é. Rabanadas, chester, tender, bacalhoada, salada de frutas, uma taça de vinho, presentes. Temos direito a tudo isso, mas não nos esqueçamos do motivo real da festa, Jesus Cristo. Ele mesmo nos disse: Nem só de pão vivemos nós.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

CARIDADE DOM MAIOR



“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade sou como o bronze que soa, ou como o cimbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, mesmo que tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens aos pobres e ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” (1Cor 13,1-3).
Se não tiver amor de nada valho. Na vulgata lemos “caritatem”, de caritas: amor. Na versão grega dos setenta o termo é “agaphn” (ágape), que significa amor incondicional, amor pleno. Muitos confundem caridade com o gesto de doar algo a alguém. Dar esmola a um mendigo, ajudar materialmente aos mais carentes, alimentar um faminto, etc. Isto faz parte da caridade, mas não é caridade na acepção plena da palavra. (“Ainda que entregasse todos os meus bens aos pobres...se não tiver caridade de nada valeria”).
Portanto, se não houver amor, se a doação não se efetiva por amor e com amor, não é caridade; embora gesto louvável, não é caridade, é filantropia. Não há caridade sem amor. Aliás, seria uma contradição, pois caridade e amor são a mesma coisa.
Outro ponto importante é doar amorosamente sem esperar nada em troca; “a caridade é paciente, não busca seus próprios interesses, tudo desculpa, tudo espera, tudo suporta”. (cf. 1Cor 13, 4-5.7). Caridade não é “toma lá dá cá”, caridade é amor, e amor incondicional (ágape). Alguém que promova doações de cestas básicas ou serviços sociais comunitários visando granjear fama, poder ou mesmo retorno financeiro, nem mesmo é filantropo, muito menos caridoso.
Caridade então é amar, amar, amar. Partilhar, doar e se doar sem interesse próprio, e esperar, não para si, não uma contrapartida, mas a esperança de ver a alegria e a felicidade do próximo.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Deus está sempre perto de nós



Nos afastamos de Deus porque pecamos ou pecamos por que nos afastamos de Deus? Na verdade o afastamento de Deus é consequência do pecado e quanto mais pecamos, mais nos afastamos dele. Cada pecado cometido é um passo a mais longe de Deus. Sendo assim, uma vida de pecados nos distancia mais e mais de Deus, logo da Sua Graça.
É como se caminhássemos em direção ao abismo e o Senhor ficasse nos observando, aguardando com extrema misericórdia nosso retorno. Se arrependidos nos voltamos a Ele, para cada passo nosso em sua direção, Ele dá inúmeros passos até nós. Assim é nosso Deus, amoroso, misericordioso; um Deus que vem em direção ao seu povo; Deus fiel, cumpridor de suas promessas: “Estou contigo para te guardar aonde quer que fores, e te reconduzirei a esta terra, e não te abandonarei sem ter cumprido o que prometi” (Gn28,15).
Deus que nos perdoa sempre e nos reconduz a seus caminhos. Se arrependidos nos voltamos a Ele, caídos, humilhados, Ele nos toma pela mão e nos soergue. Bem nos recorda o salmista: “Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias e de vossas bondades, que são eternas. Não vos lembrei dos pecados de minha juventude e dos meus delitos; em nome de vossa misericórdia, lembrai-vos de mim, por vossa bondade, Senhor. O Senhor é bom e reto, por isso reconduz os extraviados ao caminho reto. Dirige os humildes na justiça, e lhes ensina a sua via.” (Sl 24,6-9).
A graça do Senhor, sua misericórdia, seu Divino amor, em sinergia com nosso arrependimento cobrem e anulam uma multidão de pecados, pois como diz a Palavra: “Onde abundou o pecado, superabundou a Graça” (Rm 5,20).
Desse modo, caríssimos, se afastados voltemos a Deus não importando nossa condição passada ou atual; o que importa é arrependidos pedirmos perdão por nossas faltas, nos reconhecendo pecadores – como no salmo citado acima – e como o salmista, clamar pela Divina Misericórdia para que Ele venha perdoar nossos pecados e nos recolocar em caminho seguro,  o caminho da salvação que conduz à vida eterna.