“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
caridade sou como o bronze que soa, ou como o cimbalo que retine. Mesmo que eu
tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, mesmo
que tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade
não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens aos pobres e ainda que entregasse
meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” (1Cor
13,1-3).
Se não tiver amor de nada valho.
Na vulgata lemos “caritatem”, de caritas: amor. Na versão grega dos setenta o
termo é “agaphn” (ágape), que significa amor incondicional, amor pleno. Muitos
confundem caridade com o gesto de doar algo a alguém. Dar esmola a um mendigo,
ajudar materialmente aos mais carentes, alimentar um faminto, etc. Isto faz
parte da caridade, mas não é caridade na acepção plena da palavra. (“Ainda que entregasse
todos os meus bens aos pobres...se não tiver caridade de nada valeria”).
Portanto, se não houver amor, se
a doação não se efetiva por amor e com amor, não é caridade; embora gesto
louvável, não é caridade, é filantropia. Não há caridade sem amor. Aliás, seria
uma contradição, pois caridade e amor são a mesma coisa.
Outro ponto importante é doar
amorosamente sem esperar nada em troca; “a
caridade é paciente, não busca seus próprios interesses, tudo desculpa, tudo
espera, tudo suporta”. (cf. 1Cor 13, 4-5.7). Caridade não é “toma lá dá cá”,
caridade é amor, e amor incondicional (ágape). Alguém que promova doações de
cestas básicas ou serviços sociais comunitários visando granjear fama, poder ou
mesmo retorno financeiro, nem mesmo é filantropo, muito menos caridoso.
Caridade então é amar, amar,
amar. Partilhar, doar e se doar sem interesse próprio, e esperar, não para si,
não uma contrapartida, mas a esperança de ver a alegria e a felicidade do
próximo.
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