quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Se calarem nossa voz


 Zapeando o televisor vi e ouvi estarrecido trecho de dois programas; o primeiro, com a presença de vários adolescentes incentivava o uso livre de preservativos (a famigerada camisinha). No outro uma mulher fazia aberta apologia ao aborto. O estarrecedor não foi tanto o conteúdo dos programas em si – já tão corriqueiros na TV – porém o fato de serem veiculados em emissoras consideradas educativas e uma delas pública. 

A desmoralização das virtudes (castidade, abstinência), a cultura da morte (aborto, eutanásia), os contra valores (adultério, homossexualismo), são de forma ora sutil, ora despudoradamente, apregoadas nos meios de comunicação, notadamente a televisão. Isto já soa como normalidade, embora imoral. O que na realidade nos choca (nós cristãos, nós que buscamos o caminho da verdade, nós que sonhamos viver num mundo melhor), é o patrulhamento das mentes com a condenação sumária dos que pensam diferente, ou seja, os que prezam os valores morais, a ética, a justiça, o direito à vida.

A liberdade de expressão e certos direitos só existem para esta ou aquela minoria que se diz perseguida e/ou discriminada. Aí então pululam aproveitadores que se dizem quilombolas (gente que nem ao menos sabe o que foi um quilombo), pseudo negros de plantão (gente de pele clara, que se declara negro porque tem um bisavô mulato, só e tão somente para se aproveitar do sistema da reserva de cotas nas universidades). Por aí vai o “tirar vantagem”, a famosa lei de Gerson. Isso não é o pior, é na verdade um caso de abuso de direito e desonestidade. O pior é tentar inculcar na mente da população que aborto é um direito da mulher, que homossexualismo é algo natural e expressão de amor, que certas drogas deveriam ser descriminalizadas, que adultério é aceitável, notadamente o masculino, já que o homem por natureza teria tendência poligâmica e a mulher pelo principio da igualdade teria o direito de pagar na mesma moeda. Quanta leviandade!

Liberdade de expressão e alguns direitos só existem para alguns, repito. Quem pensar diferente, quem navegar contra a maré, quem nadar contra a corrente, quem falar ou agir de maneira contrária é perseguido, acuado, execrado. Por isso pessoas de bom senso que intrepidamente ainda se dispõem a tomar posição contra a insanidade moral que grassa na sociedade, são tachados de preconceituosos; por isso a Igreja, reserva moral da sociedade, é vilmente atacada; por isso homens e mulheres, cristãos ou não, que defendem os bons costumes e a moral são impiedosamente calados, sendo-lhes tirado o direito de opinar. É a cruel ditadura das minorias. É a praga (praga mesmo!) do politicamente correto.

Querem nos amordaçar. Que importa? “Tenho que falar, tenho que gritar, ai de mim se não o faço...” E mesmo que consigam calar a nossa voz, as pedras falarão. 





sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Autocontrole


  Autocontrole, o que é? É controlar a si próprio, é dominar-se.
    
  Muitas pessoas se deixam dominar por suas paixões, suas vontades muitas vezes prejudiciais a si e aos outros. Não dominam seus impulsos e com isso fazem o que bem entendem sem se importar com as consequências. Então vemos pessoas irascíveis, grosseiras, inconvenientes, até mesmo perversas. Quando não medimos nossos atos nos transformamos nesse tipo de gente; gente mal-educada, inconveniente, antipática.
   
  Daí a importância do autocontrole; moderação é a chave, pensar antes de agir, nada fazer no impulso, sob a emoção do momento.
    
  Autocontrolar-se é fácil? Por nosso próprio esforço não é nada fácil. Geralmente nossos impulsos interiores são mais fortes que a própria consciência. A nossa vontade ou impulso interior dominam, por isso as pessoas impulsivas são também chamadas voluntariosas, os que agem por capricho pessoal ou vontade própria (vontade, em latim voluntas). Autodomínio, autocontrole, como dissemos não é fácil de executar, mas não é impossível. Autocontrolar-se é como vimos anteriormente, avaliar as consequências de nossos atos antes de fazê-los, assumindo as consequências; é pensar e repensar se é viável fazê-lo antes de agir; ou seja, controlar nossas emoções, nossos impulsos; é controlar nossa voluntariedade.
    
  Sabemos que o autocontrole por si não é fácil, sabemos também que apesar de difícil não é impossível. O que fazer então para conseguirmos esse domínio sobre si mesmo, se e quando nossa vontade própria, o que chamamos impulso interior tende a prevalecer? Sendo simplista -  e de certo modo é simples assim -  basta entregarmos nossa vontade, nosso pensar, nosso agir, ao Espírito Santo. Submetendo nossa vontade ao Espírito Santo estaremos entregando a Ele o controle de nossa vida, todo nosso ser e em consequência nossa vontade, nossa impulsividade. Vivamos no Espírito, sob ação do Espírito, caminhemos no Espírito e agiremos de acordo com o Divino Espírito Santo.
   
  Na carta de S. Paulo aos gálatas, capitulo 5, versículos 16-18, o apostolo nos afirma que se nos deixamos guiar pelo Espírito Santo não estamos submissos a lei. Isto não significa que estamos acima da lei, mas que sob a ação do Espírito jamais descumpriremos as leis, sejam divinas ou humanas. Deixemos então que o Espírito Santo nos controle, e assim ele nos orientará, nos encaminhará na direção correta. A isto podemos chamar autocontrole.




sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Ensine às crianças o valor das coisas, não o preço


Se não somos felizes com o que temos, também não seremos com o que nos falta
Ensine as crianças a serem felizes, não a serem ricas. Faça-as saber que o valor de uma pessoa não está no que ela tem ou deixa de ter do lado de fora, mas no que ela tem por dentro. Ensine-as a desenvolver boas estratégias e habilidades que as ajudem a compreender quem elas são no mundo.
Essa educação em valores e em emoções apoiará seus sucessos como pessoas e como sociedade. Assim, se uma criança sabe estabelecer limites e respeitar a si mesma, saberá fazer o mesmo com os demais.
Por isso, se quisermos colher, teremos que semear o campo e tentar evitar dar valor ou protagonismo a alguma coisa sem fazer valer princípios moralmente adequados.
Para isso poderemos aproveitar seu desconhecimento e não danificar sua inocência; por exemplo, para uma criança que ainda não compreende a administração do dinheiro, tem mais valor uma pequena moeda do que uma nota. Por quê? Porque as moedas a divertem, podem rodar, elas podem simular uma compra, etc.
Ou seja, as crianças ficam felizes com tudo aquilo que lhes proporcione carinho, diversão e apoio. Somos nós que ensinamos a elas que o valor está no preço e não nas intenções, nas possibilidades ou no carinho.
Como é evidente, geralmente fazemos isso sem querer, com o simples gesto de dar mais importância ou relevância a aquilo que julgamos mais importante, bonito ou divertido.
Em definitiva, o objetivo é que a criança compreenda que as pessoas são as que têm o protagonismo de sua vida, não seus pertences. Do mesmo modo, elas deverão entender que o importante por trás de tudo que tentam fazer é a intenção e o esforço.
Portanto, para alcançar tudo isso, temos que conseguir que entendam o que é o esforço, o que são as boas intenções.

Ser feliz tem pouco a ver com o material
É difícil não cometer erros pelo caminho quando vivemos em um mundo que se move muito bem quando se trata de dinheiro. Entretanto, partimos do princípio de que todos nós queremos que as nossas crianças sejam felizes.
Assim, como a felicidade real se consegue com carinho, com experiências compartilhadas, com amor e com compreensão, o essencial é que ajudemos as nossas crianças a dar tudo de si para que compreendam que as recompensas estão no seu interior.
Oferecemos a vocês algumas ideias simples para estimular que aprendam desde pequenos o valor das coisas:
1. Elaborar uma caixa de tesouros das ruas
É muito importante que a criança tenha uma caixa com coisas que lhe chamam a atenção nos seus passeios pela rua, pelo parque ou pelo bosque. Ou seja, a ideia é que elas possam ter um lugar para guardar aqueles pauzinhos, pedras, pinhas, folhas, flores que tenham chamado sua atenção e que lhes parecem atraentes.
Neste sentido, isto os ajuda não só no nível sensorial, mas também no cognitivo. Elas podem fazer artesanatos, construir contos ou histórias, inventar jogos… São luxos ao alcance de suas mãos.
2. Quando tiver que dar um presente, que seja manual
Estamos tão acostumados a ir à loja para comprar o que for, que já nem sequer fazemos postais ou cartões de aniversário. Os trabalhos manuais nos ajudarão a acabar com esse vício tão materialista, premiando sempre o esforço através da gratidão e da felicidade de outros.
3. Personalizar nossas coisas com um selo pessoal
Elaborando um selo pessoal conseguiremos que cada coisa seja única e insubstituível. Ou seja, quando um brinquedo se quebra, o que irá substituí-lo não poderá significar o mesmo.

Chaves para ensinar o valor do esforço
– A criança deve “merecer” os prêmios. Não é adequado comprar por comprar (ou dar por dar) simplesmente porque gostamos deles, porque eles nos pedem isso ou porque gostam daquilo. Cada coisa deve adquirir um significado positivo, além do material.
– Dê o exemplo. Se as crianças virem que você se esforça e que valoriza aquilo que tem, compreenderão que isso é algo positivo e o assumirão mais facilmente.
– Recompense seu esforço; ou seja, incentive o empenho e dê importância para cada pequeno ganho. Nesse sentido, devemos enfatizar cada pequena decisão através da qual elas assumam o esforço como a via para conseguir aquilo que querem.
– Assinale aquelas situações que forem mais claras nesse sentido e faça-o diariamente. Ou seja, simplifique os valores e coloque-os como protagonistas sempre que puder. Assim, a criança poderá se identificar com eles e isso as ajuda a transportar os aprendizados para elas mesmas.
– Sempre é positivo incorporar contos e histórias, pois são ferramentas muito úteis na hora de implementar valores. Eles as fazem refletir e adequar seus sentimentos a elas mesmas e ao mundo real.
Lembre-se de que, se não somos felizes com o que temos, também não seremos com o que nos falta, pois o verdadeiro valor e a melhor recompensa estão naquilo que pertence à nossa essência e que se guarda no armário do nosso coração.




sábado, 3 de fevereiro de 2018

Mal Secreto


 “Se a cólera que espuma, a dor que mora na alma e destrói cada ilusão que nasce, tudo o que punge, tudo o que devora o coração, no rosto se estampasse; / Se se pudesse o espírito que chora ver através da máscara da face, tanta gente que talvez inveja nos causa, então piedade nos causasse! / Tanta gente que ri talvez consigo guarda um atroz, um recôndito inimigo, como invisível chaga cancerosa! / Quanta gente que ri talvez existe cuja única ventura consiste em parecer aos outros venturosa!” (Mal Secreto-Raimundo Correia).
Com este soneto começo esta reflexão. Ele nos revela com crueza, o individuo extremamente orgulhoso que oculta, ou tenta ocultar, o mal que lhe assola e corrói sua alma. Aquele que necessita de cura interior, mas não admite que está emocionalmente afetado. Quantas pessoas são assim; escondem uma dor, mas de certa forma deixam transparecer que algo há de errado em suas vidas; externam uma felicidade que não existe, uma alegria aparente, ostentam um sorriso quase constante, como que plasmado em seus rostos, porém são altamente irascíveis, ou vivem se gabando, ou são propensos a momentos – muitas vezes prolongados – de profunda melancolia. 
Aí se abre a janela na qual o ministro de cura enxerga algo de errado nesta pessoa. Mas aí também reside a dificuldade de aproximação, pois este é dissimulado quanto a seu sofrimento intimo. Também a irritabilidade, a mania de grandeza e mesmo a tristeza que às vezes surge, são empecilhos. O mau humor provocado pela irritabilidade impede uma abordagem serena a qualquer assunto. A gabação também não dá abertura; geralmente a pessoa é tomada de soberba e não dá atenção quando se trata de problemas de si mesmo, desvia, sai pela tangente e muda de assunto. Quanto ao estado melancólico, surge a dissimulação; diz que não é nada, vai passar e realmente, aparentemente logo passa, pois este é tomado de uma fingida aparência de normalidade: o sorriso reaparece, o bom humor retorna e tudo parece bem. Parece...
A olhos humanos essas pessoas não têm jeito. Jamais seriam curadas. Mas para Deus nada é impossível. O grande entrave é que na grande maioria dos casos, esses nossos irmãos não reconhecem seu mal e não se abrem à cura divina. E sabemos que Deus não age contra nossa vontade; portanto se muitos não são libertos de males é por que no fundo, não querem ser curados.   
Qual a solução? Perseverança. Estas pessoas, por não reconhecerem seus traumas, suas carências, não buscam a cura interior. Se de forma espontânea, o ministro de cura oferece oração, a resposta mais freqüente que se ouve é: não preciso de oração! Ora, todos nós, mesmo saudáveis, precisamos sempre de oração.
Sabemos que a missão às vezes é árdua, mas pelo amor ao Senhor, aos irmãos e ao serviço, não desanimamos e não desistimos desses que necessitam demais (embora não admitam) da Misericórdia Divina. Nossa arma nesse combate é a oração pedindo o aquebrantamento dos corações endurecidos, o toque de ternura das mãos chagadas de Jesus, a ação suave, porém contundente do Espírito Santo; enfim a ação transformadora de Deus nas vidas desses irmãos para que se abram a restauração.
Que o mal não seja mais secreto, a dissimulação desapareça e os traumas se revelem para que, desejando ardentemente a cura, Deus venha agir e livrá-los definitivamente de todo o mal.