sábado, 30 de abril de 2016

O que são dons Preternaturais?

Foram os dons preternaturais que perdemos após o pecado original:
1 – Imortalidade, pois a morte é fruto do pecado (Gen 2, 7; 3,3 s; Sab 2,14; Rom 5, 12; Rom 6,23). Isto significa que , antes do pecado, o homem não morreria dolorosa e violentamente como ocorre hoje; poderia morrer, mas a morte seria um sono suave, como a de Maria.
2 – Integridade, ou imunidade de concupiscência: os afetos, sentimentos e desejos não eram desordenados, mas submetidos docilmente à razão e à fé, sem conflitos interiores.
3 – Impassibilidade, ou a ausência de sofrimento, fruto do pecado (Gen 3,16)


4 -Ciência Moral infusa: que tornava o homem apto a assumir suas responsabilidades diante de Deus sem dificuldades.


O nosso Catecismo diz (§ 404s) que o homem, após a queda, não pôde mais transmitir aos descendentes o “estado de santidade” (participação perfeita na comunhão com Deus) e de ” justiça” (harmonia perfeita consigo, com a mulher, com a natureza e com Deus). Leia mais no Catecismo (§385 s).
cleofas.com


sábado, 23 de abril de 2016

O PERDÃO QUE CURA



"É Ele quem perdoa as tuas faltas e sara as tuas enfermidades" (Sl 102, 3).


Perdoar significa doar-se, dar o perdão por inteiro e de todo o coração. Perdoar é dar uma nova chance, uma oportunidade para quem caiu poder se levantar e recomeçar. O perdão que cura não é simplesmente fruto do desejo e da vontade, mas de uma decisão tomada de maneira livre e consciente por alguém que resolve colocar um fim no sofrimento causado pelas mágoas e ressentimentos guardados.

Perdoar e ser curado não é um ato mágico, mas um processo que exige paciência e perseverança. O perdão é um remédio eficaz que atinge a raiz da mágoa e da culpa que nos faz adoecer. Para que o remédio do perdão chegue até à raiz do problema é necessário mexer na ferida para se chegar à causa mais profunda da mágoa e da culpa e, assim, conseguir perdoar e ser perdoado de todo o coração.

Há pessoas que dizem: "eu não quero mais tocar nesse assunto; coloquei uma pedra sobre isso". Na verdade estão com medo de sofrer ao mexer na ferida. Preferem negar a enfrentar o problema.

Um dia, Pedro perguntou a Jesus: "Senhor, quantas vezes devo perdoar meu irmão quando ele pecar contra mim?" (Mt 18, 21). A resposta do Mestre foi clara: "setenta vezes sete" (Mt 18, 22), que significa sempre e de todo coração! Mas, até quando? Até o coração ficar livre da mágoa e do ressentimento. Não se trata de esquecer, mas, sim, de lembrar sem sofrer. Quando for possível a reconciliação deve acompanhar o ato de dar ou receber o perdão, embora haja situações em que a reconciliação não seja mais possível. Por exemplo: uma amizade rompida, um casamento desfeito. Mas em qualquer circunstância o perdão é sempre necessário.

Por experiência, posso afirmar, sem dúvida, que nós sofremos muito mais pelas conseqüências das culpas, mágoas e ressentimentos guardados, do que pelas ofensas recebidas. Muitos prejuízos podem se recuperados, mas os danos provocados diretamente pela mágoa só podem ser curados através de muita oração e exercícios de perdão. O tratamento e a cura para a mágoa é dar o perdão, é perdoar. É com o perdão ensinado e testemunhado por Jesus que se deve perdoar: "Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem" (Lc 23, 34).

Graças a esse perdão conquistado por Jesus na cruz e no Calvário fomos curados, libertos e salvos. Para ser curado é necessário fazer o exercício e a oração do perdão pelo menos por 30 dias. Procure um lugar de silêncio e coloque-se na presença de Deus. Invoque o Espírito Santo... Imagine cada pessoa, viva ou falecida, que você precisa perdoar e reze com fé a oração a seguir, ou outra semelhante: "(o nome da pessoa) em nome de Jesus seja perdoado de todo o meu coração. Assim como eu fui perdoado pelo Senhor Jesus, eu te perdôo, porque você não sabia o que estava fazendo contra mim. Eu te declaro livre de toda culpa que possa estar no seu coração e que ainda faz você sofrer. Eu estou livre de toda mágoa e ressentimento que eu tinha contra você. Ofereço meu abraço de perdão e de reconciliação, e te desejo a paz de Jesus. Amém!"

Nós não somos apenas ofendidos, mas ofendemos também. Por isso, quando tomamos consciência dos prejuízos que causamos aos outros, por aquilo que falamos ou fizemos de mal, é necessário pedir e receber o perdão, para sermos curados da culpa, da acusação e da condenação que pesam sobre nós. E, para nos sentirmos perdoados não basta apenas um simples pedido de perdão. Muitas vezes é necessário fazer a reparação do mal causado. Há muitos exemplos de reparação na Bíblia: Zaqueu, chefe dos cobradores de impostos, se arrependeu, pediu perdão e foi perdoado. Mas, para tomar posse da cura que vem do perdão, decidiu fazer reparação: "Senhor, vou dar metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo" (Lc 19, 8).
asj.org.br






sexta-feira, 15 de abril de 2016

Qual é a diferença entre venerar e adorar?



Entender a diferença entre venerar e adorar é de suma importância para o nosso crescimento como cristãos


Adorar e venerar são duas formas de culto presentes na vida da Igreja. Embora elas sejam diferentes, muitos católicos fazem uma grande confusão entre as duas.

Adoração é o culto que prestamos exclusivamente a Deus


“Adorar a Deus é reconhecê-Lo como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto existe, Amor infinito e misericordioso. ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’ (Lc 4, 8) – diz Jesus, citando o Deuteronômio (Dt 6, 13)” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2096). A adoração é chamada de “culto de latria” (do grego latreou, que significa “adorar”). “Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o ‘nada da criatura’” (idem, n. 2097).

Venerar é o culto prestado aos santos e às imagens e relíquias que os representam


Venerar significa honrar; é chamado de “culto de dulia” (do grego douleuo). Também recebe o culto de dulia a Palavra de Deus, ou melhor, os sinais da Palavra de Deus, especialmente a Sagrada Escritura, o evangeliário e o lecionário (esses últimos livros litúrgicos possuem partes da Palavra de Deus contida nas Sagradas Escrituras). Existe também o “culto de hiperdulia”, que é prestado a Nossa Senhora.

A veneração, por sua vez, tem sentido quando se refere a honrar uma pessoa ou um objeto que nos remete a Deus. Claro, fora do âmbito religioso existe a prática de venerar e honrar pessoas, lugares, entre outros. Porém, a veneração, enquanto culto cristão, não tem outro sentido senão valorizar algo, um sinal que nos remete a Deus e Seu chamado de conversão a nós.

A veneração é um culto, muitas vezes, incompreendido pelos protestantes e evangélicos; e muitas vezes, a falta de conhecimento e formação de alguns fiéis católicos em nada ajuda esses nossos irmãos nesse sentido. Contudo, muitas vezes, mesmo sem o saber, eles também veneram sinais que os remetem a Deus, e nisso fazem confusão maior ainda.

Confusão de culto


Apegados à Antiga Aliança, os protestantes veneram os sinais próprios dessa fase da Revelação, como a Arca da Aliança, a menorah (candelabro de 7 velas), o Templo de Jerusalém, as pedras da Lei, entre outros. Essa contradição só não é mais evidente porque os grandes sinais da Antiga Aliança desapareceram. Mas a grande confusão de culto deles se dá em relação à Bíblia.

A Palavra de Deus a qual adoramos é Jesus, o Verbo Encarnado, Palavra eterna do Pai, Pessoa viva da Santíssima Trindade. A Sagrada Escritura é expressão inspirada e infalível dessa mesma Palavra, mas, mesmo sendo assim, não deixa de ser um livro. Que o leitor preste atenção nesta sutil, mas importantíssima diferença: a Bíblia é Palavra de Deus, mas a Palavra de Deus não é a Bíblia, a Palavra de Deus é Cristo. A Bíblia e seus conteúdos escritos – todos escritos em contextos históricos específicos, culturais, geográficos, sociais, entre outros – devem ser honrados por nós, venerados pelos cristãos.

Confusão em relação aos santos e imagens


A Palavra de Deus não pode se restringir a um livro, por mais sagrado que este seja. Essa confusão leva os protestantes a ter uma relação de adoração à Bíblia, o que os faz desprezar as outras fontes de Revelação que Deus deixou para a Sua Igreja. Essa confusão é muito mais nociva à fé do que a confusão feita pelos fiéis católicos com relação aos santos e suas imagens. Isso porque os protestantes o fazem por uma questão de conceito, enquanto os fiéis católicos que fazem essa confusão, fazem-na por ignorância.

Fica evidente a importância de compreender a relação que devemos ter com as coisas santas. Devemos cultuá-las, porém, da maneira correta. Que os erros não nos desanimem de prestar o devido culto a esses tesouros que Deus deixa no meio dos homens, para que, olhando para eles e os venerando, possamos encontrar a face d’Aquele que é o Único a quem nós adoramos.

 André Botelho


sábado, 9 de abril de 2016

Deus nos ama e quer nos resgatar por amor



Não importam nossos pecados, Deus nos ama e quer nos salvar!




A Palavra meditada está em I Pedro 1,13-21:“Por isso, aprontai a vossa mente, sede sóbrios e colocai toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida no dia da revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não moldeis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo de vossa ignorância. Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está escrito: “Sereis santos porque eu sou santo”. Se invocais como Pai aquele que, sem discriminação, julga a cada um de acordo com as suas obras, vivei no temor o tempo de vossa permanência como migrantes. Tende consciência de que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, cordeiro sem defeito e sem mancha. Conhecido de antemão antes da criação do mundo, ele foi, neste final dos tempos, manifestado em favor de vós. Por ele, tendes fé no Deus que o ressuscitou dos mortos e lhe deu a glória, e assim, vossa fé e vossa esperança estão em Deus.”
Coloquemos nossa esperança no Senhor! Não tenhamos uma espera passiva, mas nos coloquemos junto do Pai.
Nossa humanidade nos leva a esquecer todo mal que o pecado nos causou, por isso, muitas vezes, cometemos os mesmos erros que nos feriram. Nosso futuro está em nossas mãos, porém insistimos em viver no passado. Deus, no entanto, não nos criou para sermos escravos do pecado.

Despertemos para uma vida no Senhor

Uma pessoa que deposita em Deus sua fé orienta-se pelas Sagradas Escrituras. O bem que recebemos do Senhor e dos nossos irmãos temos de devolvê-lo às pessoas. Façamos sempre o bem e estejamos sempre prontos para receber as graças de Deus.
Não nos embriaguemos com pensamentos e sentimentos que não vem de Deus. Renunciemos a tudo o que nos tira da presença do Pai. Coloquemos toda nossa esperança na graça de Deus. É tempo de despertarmos e permitirmos que o Senhor nos cure dos nossos pecados, pois o pecado corrói nossa alma.
Quando nosso coração está desconfiado, perdemos a paz e nos deixamos ser orientados pelo pecado, o qual levanta um muro entre o homem e Deus. Quando permitimos que a tristeza adentre nosso coração, é sinal de que estamos distantes do Senhor e ficamos propensos a uma vida de pecado.
Deus nos chama a despertar, a estarmos sóbrios. Façamos nossa parte e não O impeçamos de realizar Seu querer em nossa vida. Quando fazemos tudo que está a nosso alcance e deixamos que a vontade do Pai se realize em nós, experimentamos milagres.
A graça de Deus se move de acordo com o que necessitamos. O Senhor não vê alegria em nosso sofrimento. O Pai nos amou tanto, que foi capaz de enviar Seu Filho para nos salvar e não nos condenar.

O Senhor nos dá a salvação

O Senhor quer entrar na nossa vida não para nos condenar, mas sim para nos salvar. Ele vem ao nosso encontro, toca-nos e traz-nos novamente para Seu caminho. Jesus é o único que pode nos salvar e nos dar forças para vencermos nossos pecados. Ele quer nos fazer feliz!
Há momentos em nossa história que nos sentimos abandonados. Nessa hora, Jesus nos pede que confiemos ainda mais em Seu amor e coloquemos n’Ele a nossa esperança. É preciso crer para que sejamos salvos.
Jesus pode e quer curar os danos que o pecado causou em nós. Resistamos ao mal e sigamos Cristo. Quem vive longe de Deus é esmagado pelo diabo. Sejamos homens e mulheres livres. Peçamos ao Senhor que retire de nós o coração de pedra, o coração frio, e coloque em nós um coração de carne.
O pecado nos rouba a sensibilidade e nos cega a ponto de não percebermos o amor de Deus e das pessoas. A nossa esperança está depositada na graça do Senhor. Abramos nosso coração para que Ele nos transforme.
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

domingo, 3 de abril de 2016

Autoridade vaticana põe um fim no debate sobre divorciados: não podemos negociar ensinamentos de Cristo



Segundo o site ACI Digital, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, colocou um fim no debate sobre a situação dos divorciados em nova união dentro da Igreja e a possibilidade de que comunguem a partir de uma proposta dos bispos alemães durante o Sínodo da Família.

Em uma entrevista concedida esta semana ao jornal Kölner Stadt-Anzeiger, de Colônia, a autoridade vaticana descartou que a Igreja possa reinterpretar os ensinamentos de Cristo sobre o matrimônio.

O Cardeal também negou que haja uma “batalha” dentro do Vaticano acerca deste tema e explicou que o Cardeal Walter Kasper – que promove há vários anos a comunhão para divorciados em nova união – já se retratou por ter usado uma metáfora que sugeria tal enfrentamento.

“Não é possível negociar o ensinamento de Jesus Cristo. E este ensinamento é, depois de tudo: o que Deus uniu, o homem não separa. Não pode haver nenhum compromisso nisto”, sublinhou o Cardeal Müller e logo esclareceu que não podemos “como seres humanos converter a clara palavra de Deus em algo vago. Uma sólida aproximação pastoral é o contrário da relativização das palavras de Cristo”.

A autoridade vaticana reiterou que para o Papa Francisco a situação dos divorciados em nova união na Igreja não se limita a comunhão, mas pede sua integração na vida eclesiástica, “cujo último passo pode constituir a comunhão, depois de um processo de conversão e arrependimento se cumprirem com pré-requisitos geralmente válidos”.

“Não é possível um segundo matrimônio ou um segundo esposo, enquanto viva o anterior, segundo a interpretação católica das palavras de Jesus”, indicou o Cardeal Müller e adicionou que “a Igreja não é capaz de dissolver ou suspender um matrimônio válido e verdadeiramente sacramental”.

Neste sentido, precisou que “o Papa e todos nós queremos evitar cuidadosamente que as pessoas se afastem da Igreja como comunidade de salvação. Existem outras formas – teologicamente válidas e legítimas – de participar da vida da Igreja. A comunhão com Deus e com a Igreja não está só constituída pela recepção oral da Eucaristia”.

O Prefeito foi questionado especificamente a respeito da proposta que os bispos alemães, liderados pelo Presidente do Episcopado, Cardeal Reinhard Marx, apresentaram no Sínodo da Família a fim de permitir que os divorciados em nova união comunguem “olhando cada caso” e segundo sua consciência.

O Cardeal Müller explicou que isto seria possível somente “quando os esposos – como o Papa João Pablo II recordou o permanentemente válido ensinamento da Igreja sobre o matrimônio em sua Exortação Apostólica “Familiaris Consortio” (1981) — vivem juntos como irmão e irmã”.

O entrevistador recordou à autoridade vaticana que o Cardeal Marx considera irreal esperar que os casais convivam em abstinência sexual. E o Cardeal Müller recordou que “isso foi o que também pensaram os apóstolos quando Jesus lhes explicou a indissolubilidade do matrimônio (Mt 19, 10). Mas, o que parece impossível para os seres humanos é possível pela graça de Deus”.