A moral
católica é a base do comportamento do cristão, segundo a fé que ele professa
recebida de Cristo e dos Apóstolos. No Sermão da Montanha Jesus estabeleceu a
“Constituição” do Reino de Deus, e em todo o Evangelho nos ensina a viver
conforme a vontade de Deus.
Para
quem vive pela fé, a moral cristã não é uma cadeia, antes, um caminho de vida
plena e de felicidade. Deus não nos teria deixado um Código de Moral
se isto não fosse imprescindível para servos felizes. As leis morais podem ser
comparadas às setas de trânsito que guiam os motoristas, especialmente em
estradas perigosas, de muitas curvas, neblinas e lombadas. Se o motorista as
desrespeitar, poderá pagar com a própria vida e com as dos outros.
Mas
para crer nisto e viver com alegria a Moral é preciso ter fé; acreditar em Deus
e no seu amor por nós; e acreditar na Igreja católica como porta voz de Jesus
Cristo. É preciso ser guiado pelo Espírito Santo.
Cristo
nos fala pelo Evangelho e pela Igreja. Ele a instituiu sobre Pedro e os
Apóstolos para ser a nossa Mãe, guia e mestra. Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos
rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou”
(Lc 10,16).
Cristo
concedeu à Igreja parte de sua infalibilidade em matéria de doutrina: fé e
moral, porque isto é necessário para a nossa salvação, e instituiu a Igreja
para nos levar à salvação. Por isso, Cristo não pode deixar que a Igreja erre
em coisas essenciais à nossa salvação. O Concílio Vaticano II disse que “a Igreja é o sacramento universal da
salvação” (LG,4).
É
por Ela que Jesus continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares,
através dos Sacramentos e da Verdade que ensina. São Paulo disse à S. Timóteo
que “a Igreja é a
coluna e o fundamento (alicerce) da verdade”
(1Tm 3,15) e que “Deus
quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade”
(1Tm2, 4). Essa “verdade que salva” Deus confiou à Igreja para guardar
cuidadosamente, e ela faz isto há vinte séculos. Enfrentou muitas heresias e
cismas, muitas críticas dos homens e mulheres sem fé, especialmente em nossos
dias, mas a Igreja não trai Jesus Cristo.
Cristo
está permanentemente na Igreja – “Eis
que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”
(Mt 28,20) – e ela sabe que embora os seus filhos sejam pecadores, ela não pode
errar o caminho da salvação e da verdade.
Na
última Ceia o Senhor prometeu à Igreja (Cristo e os Apóstolos) no Cenáculo, na
última Ceia, que ela conheceria a
verdade plena. “Ainda tenho muitas coisas para lhes dizer, mas
vocês não estão preparados para ouvir agora; mas quando vier o Espírito Santo,
ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,12-13).
Ao
longo dos vinte séculos o Espírito Santo foi ensinando à Igreja esta verdade,
através dos santos, dos papas, dos Santos Padres…
Se
Cristo não concedesse à Igreja a infalibilidade em termos de doutrina (fé e
moral) de nada valeria ter-lhe confiado o Evangelho, pois os homens o
interpretam de muitas maneiras diferentes, e criaram muitas outras “igrejas”,
sem o Seu consentimento, para aplicarem a verdade conforme o “seu”
entendimento, e não conforme o entendimento da Igreja deixada por Cristo. A
multiplicação das milhares de igrejas cristãs e de seitas, é a conseqüência do
esfacelamento da única Verdade que Jesus confiou ao Sagrado Magistério da
Igreja (Papa e Bispos em comunhão com ele) para guardar e ensinar a todos os
povos.
Além
de confiar à Igreja a Verdade eterna, Cristo lhe garantiu a Vitória contra
todos os seus inimigos. Disse a Pedro:
“As portas do inferno jamais a vencerão” (Mt 16,17).
Já
se passaram vinte séculos, inúmeras perseguições (império romano, nazismo,
comunismo, fascismo, ateísmo,… ) e a Igreja continua mais firme e forte do que
nunca. Quanto mais é perseguida, mais corajosa se torna, quanto mais apanha,
tanto mais se fortalece; quanto mais é caluniada, mais sábia se torna.
Tertuliano
de Cartago (†220), um dos apologetas da Igreja, escreveu ao imperador romano da
época, Antonino Pio, que perseguia os cristãos, dizendo que não adiantava
persegui-los e matá-los, porque “o
sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
O
império romano desabou, o comunismo sucumbiu, o nazismo acabou… mas a Igreja
continua mais firme do que nunca. Nenhum chefe de Estado têm tantos
embaixadores (Núncios Apostólicos) em outros países como o Vaticano; são cerca
de 180.
O
mundo chama hoje a Igreja Católica de obscurantista, retrógrada, etc, por ela
ser fiel a Jesus; mas ela não se curva diante do pecado do mundo moderno, da
mesma forma que não se curvou diante dos carrascos dos seus mártires.
A
Igreja não busca a glória dos homens, mas somente a glória de Deus, por isso
não se intimida e não desanima diante das ameaças dos infiéis. Ainda que ela
fique sozinha, não negará a verdade do seu Senhor.
A
moral católica não muda ao sabor da vontade dos homens e nem com o passar do
tempo, porque a Verdade não muda, seja ela qual for. O teorema de Pitágoras e o
princípio do empuxo, de Arquimedes, são os mesmos que esses gregos descobriram
vários séculos antes de Cristo. A verdade que foi revogada, nunca foi verdade;
pois a verdade de fato não pode mudar. Cristo não nos deixou uma moral
transitória, passageira, provisória; não, Ele nos deixou uma Verdade eterna.
Ele mesmo é a Verdade.
As
questões morais não dependem da “opinião da maioria” e nem se altera com os
“avanços” científicos. A moral é que deve dizer quais descobertas da Ciência
são válidas para o progresso do homem, e não o contrário. Uma lei moral não se
torna lícita só porque é aprovada pelo Governo ou pelo Parlamento.
Muitas
vezes a confusão moral e os erros são cometidos por causa de uma incompreensão
insuficiente dessas questões. A Igreja, de sua parte, examina com profundidade
as questões morais, olhando não apenas o conforto do homem, mas, principalmente
a sua dignidade humana.
Diante
das leis que não estão de acordo com a Moral católica, os fiéis precisam se
manifestar com viva voz; porque se ficarmos calados e submissos, em breve
poderemos ter em nosso país muitas leis imorais. O Papa Leão XIII disse
que a audácia dos maus se alimenta da covardia e omissão dos bons. Não
podemos mais viver um catolicismo de sacristia; a maioria do povo brasileiro é
católica (cerca de 73%) e tem direito de viver em um país com leis católicas;
mas isto só acontecerá se fizermos isto acontecer. Jesus já tinha avisado que “os filhos das trevas são mais
espertos que os filhos da luz”.
Prof.
Felipe Aquino
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