No combate não lutamos sozinhos. Lemos em Apocalipse 12: “Miguel e seus
anjos combateram contra o dragão” (12,7).
Quando criou os anjos, Deus os fez livres e, assim, eles tiveram de
passar por uma espécie de teste- exatamente como nossa vida na terra é um
teste. Ninguém sabe o que foi esse teste, mas alguns teólogos especulam que foi
concedida aos anjos uma visão da Encarnação e lhes foi dito que tinham de
servir à divindade encarnada, Jesus e sua Mãe. O orgulho de Satanás rebelou-se
contra o escândalo do Espírito assumir laços da matéria, e ele disse: “Não
servirei!”. Segundo os Padres da Igreja, ele conduziu um terço dos anjos nessa
rebelião (Veja Ap 12,4). Miguel e seus anjos os expulsaram do céu (veja o v.8).
Em todo o Apocalipse, vemos que os anjos povoam densamente o céu. Adoram
a Deus sem cessar (Ap 4,8). E zelam por nós. Os capítulos 2 e 3 deixam claro
que cada Igreja específica tem um anjo da guarda. Isso deve nos tranquilizar, a
nós que pertencemos a Igrejas específicas e que pedimos a ajuda do anjo de
nossa Igreja específica.
Costuma-se entender que os “quatro animais” mencionados no capítulo 4
são anjos, embora aos olhos humanos apareçam em forma animal. Esses
animais correspondem aos bordados no véu diante do lugar santíssimo no Templo
de Jerusalém.
Embora os anjos do céu se apresentem aos olhos humanos em forma
corporal, os anjos, na verdade, não têm corpos. Seu nome significa
“mensageiro”, e os atributos físicos costumam simbolizar algum aspecto de sua
natureza ou missão. As asas indicam sua rapidez para se mover entre o céu e a
terra. Os múltiplos olhos significam seu conhecimento e sua vigilância. Talvez,
a princípio, anjos de muitos olhos e de seis asas pareçam assustadores, mas, se
pensarmos neles em termos de sua rapidez e de sua vigilância, ficaremos
tranquilos. Há seres com os quais podemos contar, quando o dragão ameaça nossa
paz.
No Apocalipse, os anjos também aparecem como cavaleiros (cap.6) que
procedem ao juízo de Deus sobre os ímpios (veja também ZC 1,7-17). Grande parte
da ação nestes capítulos ligam-se aos acontecimentos que cercaram a queda de
Jerusalém no ano 70 d.C. Mas a passagem tem aplicações que ultrapassam o século
I, enquanto a terra precisar de julgamento.
Os anjos do Apocalipse controlam os elementos, o vento e o mar, para
fazer a vontade de Deus (cap.7). Os capítulos 7-9 deixam claro que os anjos são
guerreiros poderosos e que combatem constantemente do lado de Deus- que, se
domos fiéis, é também do nosso lado.
HAHN, S. O banquete do Cordeiro: a
missa segundo um convertido. 11ª edição. São Paulo: Ed. Loyola, 2009. (Cleofas.com)
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