Embora esteja entre os vivos, mal podemos imaginar
o que faria o Papa Emérito Bento XVI no encerramento do Ano da Fé. Por ser um
homem muito lúcido, Ratzinger percebeu, sobretudo entre os intelectuais, uma
grande vacilação na fé. Já não se trata de crer na Igreja Católica ou não, ou
de aceitar – com adesão profunda – a pessoa de Cristo. Trata-se de algo mais
fundamental, que é o de ter fé no Ser Primordial, no Único Vivente Necessário,
n'Aquele que é capaz de dar sentido à vida.
O teólogo Bento XVI dialogou com o mundo moderno, manteve amizade com agnósticos conhecidos, sabia conviver com ateus, dos quais não temia os argumentos. Procurou esclarecer o homem moderno e, dentro de uma plena liberdade, chamá-los “à obediência da fé” (Rm 15,18). É evidente que confiar no Deus Criador supõe um ato livre da vontade, iluminada pela inteligência. Mas a grande pergunta hoje é se o ser humano consegue atingir a compreensão do Ser Divino com as próprias luzes.
Ensina-nos o Apóstolo Paulo que sim. Nós, pela observação da natureza e do universo, podemos descobrir a existência desse Ser Amoroso. Escrevendo aos Romanos, fala com toda a clareza: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus se tornam visíveis à inteligência por suas obras” (Rm 1,20). E acrescenta, para não deixar dúvidas: “De modo que não se podem escusar” (Rm 1,20). Não há aqui espaço para debater o motivo, equivocado, da Filosofia, que pode ser o causador do abandono da fé por parte de muitos homens modernos.
O grande cientista Francis Collins entrou no Projeto Genoma como um ateu convicto, mas à medida que foi aprofundando seus conhecimentos e vendo a lógica da genética, converteu-se totalmente à fé no Deus Criador. Deve existir “o relojoeiro que fez essa máquina que é o relógio” (Rousseau).
Mas estejamos atentos. Mesmo que a luz da inteligência nos possa conduzir a Deus, precisamos do auxílio da graça divina para descobrir o plano que o Pai Celeste tem para conosco: a vida sem fim junto d'Ele. “É Deus quem, segundo seu beneplácito, estimula em vós o querer e o agir” (Fl 1,13). Sem oração humilde não chegamos lá. Vale a pena colaborar.
Dom Aloísio Roque Oppermann, scj - Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
O teólogo Bento XVI dialogou com o mundo moderno, manteve amizade com agnósticos conhecidos, sabia conviver com ateus, dos quais não temia os argumentos. Procurou esclarecer o homem moderno e, dentro de uma plena liberdade, chamá-los “à obediência da fé” (Rm 15,18). É evidente que confiar no Deus Criador supõe um ato livre da vontade, iluminada pela inteligência. Mas a grande pergunta hoje é se o ser humano consegue atingir a compreensão do Ser Divino com as próprias luzes.
Ensina-nos o Apóstolo Paulo que sim. Nós, pela observação da natureza e do universo, podemos descobrir a existência desse Ser Amoroso. Escrevendo aos Romanos, fala com toda a clareza: “Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus se tornam visíveis à inteligência por suas obras” (Rm 1,20). E acrescenta, para não deixar dúvidas: “De modo que não se podem escusar” (Rm 1,20). Não há aqui espaço para debater o motivo, equivocado, da Filosofia, que pode ser o causador do abandono da fé por parte de muitos homens modernos.
O grande cientista Francis Collins entrou no Projeto Genoma como um ateu convicto, mas à medida que foi aprofundando seus conhecimentos e vendo a lógica da genética, converteu-se totalmente à fé no Deus Criador. Deve existir “o relojoeiro que fez essa máquina que é o relógio” (Rousseau).
Mas estejamos atentos. Mesmo que a luz da inteligência nos possa conduzir a Deus, precisamos do auxílio da graça divina para descobrir o plano que o Pai Celeste tem para conosco: a vida sem fim junto d'Ele. “É Deus quem, segundo seu beneplácito, estimula em vós o querer e o agir” (Fl 1,13). Sem oração humilde não chegamos lá. Vale a pena colaborar.
Dom Aloísio Roque Oppermann, scj - Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
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