Caridade apoiada na fé, ou de outro modo, a fé como sustentáculo da caridade. O que é fé? Fé é o fundamento da esperança, é acreditar naquilo que não podemos ver. A vivência da fé nos traz entre outras coisas, a caridade. Podemos expressar a fé em três dimensões: crença (crer que algo existe e/ou é verdadeiro); confiança (crer, confiar e esperar) e fé carismática (crer, confiar e esperar na certeza do cumprimento da promessa).
Definindo caridade podemos dizer que caridade é o sentido de comunhão com Cristo e com os irmãos em Cristo que a fé instaura no coração do fiel. Desta fé repleta de amor, espera-se uma orientação prática da vida moral e fraterna. Fé, esperança, caridade (ou amor). No fim subsistirá apenas o amor. E a caridade só pode subsistir no amor e pelo amor. Caridade sem amor pode ser tudo, menos caridade. Devemos ter compaixão pelos irmãos que sofrem, mas acima de tudo amor, para que a caridade seja verdadeira. Ver 2 Jo 4-6 .
Porque você faz caridade? Para ganhar pontos com Deus? Se for só por isso você não é caridoso, é mercenário. Mas lembre-se, Deus não faz barganha com ninguém! São Paulo em 1 Cor 13 nos diz que de nada vale dar tudo aos pobres, nada vale nem mesmo oferecer-se em holocausto, falar a língua dos anjos e tudo o mais se não tiver amor. Seremos como sino que repercute, só faz barulho e nada mais.
Temos que viver a parábola do bom samaritano, que ensina a caridade completa, verdadeira, sem limites. Oferecer ajuda ao irmão caído, ferido, necessitado. Acolhe-lo, tratar de suas feridas, entrega-lo aos cuidados do Senhor; no mínimo orar por ele. Temos que lhe oferecer nossa montaria, que é a fé; leva-lo até a hospedaria, que é a igreja; utilizando os “denários” que são nossos talentos, os carismas. Devemos ter aí o cuidado de não sermos como os levitas, quando inventamos desculpas para não servir.
Em Lc 8,1ss vemos as mulheres que seguiam Jesus e lhe provia das necessidades materiais. Jesus apesar de Deus, filho de Deus, era o Verbo encarnado, ou seja, também homem como nós. E do mesmo modo que nós, necessitava de alimento e vestuário. Hoje a Igreja, corpo místico de Cristo, também necessita de provisões. Estas provisões são proporcionadas através das doações, ofertas e principalmente do dizimo. Se fossemos fiéis no dizimo como Deus é fiel a nós, as obras sociais e caritativas da igreja seriam muito maiores.
Por fim falemos de intercessão. Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica a respeito da oração de intercessão: “A intercessão é uma oração de pedido que nos conforma de perto com a oração de Jesus. Ele é o único intercessor junto ao Pai em favor de todos os homens, dos pecadores sobretudo. Ele é capaz de salvar de modo definitivo aqueles que por meio dele se aproximam de Deus, visto que ele vive para sempre para interceder por eles (Hb 7,25). O próprio Espírito Santo intercede por nós... pois é segundo Deus que Ele intercede pelos homens (Rm 8,26s).
Interceder, pedir em favor de outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora não procura seus próprios interesses, mas pensa sobretudo nos outros ( Fl 2,4) e reza mesmo por aqueles que lhe fazem mal”. (CIC 2634-36).
Na Bíblia vemos Abraão interceder por Sodoma e Gomorra; Moisés ao descer do Sinai, interceder pelo povo, no episódio do bezerro de ouro; também durante a murmuração e inconformismo do povo, quando Deus envia serpentes para os ferir, Moisés intercede e Deus manda construir a serpente de bronze, que seria penhor de salvação e prefiguração do Cristo Crucificado, nosso Salvador. O Evangelho de João nos mostra Maria intercedendo pelos noivos, quando faltou o vinho nas bodas de Caná.
Oremos uns pelos outros, intercedendo sempre em favor dos que sofrem neste mundo conturbado.
carlos Nunes
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