sábado, 28 de maio de 2016

Maria quer formar Jesus em você



Nossa Mãe pode formar Jesus em nossos corações


Você sabe: quem educou Jesus foi Maria. E é lindo o que se lê no Evangelho de São Lucas, quando o menino Jesus, aos 12 anos, foi encontrado no templo de Jerusalém:
Depois ele desceu com eles – Maria e José – para Nazaré; era-lhes submisso; e a sua mãe guardava todos esses acontecimentos em seu coração. Jesus progredia em sabedoria e em estatura, e em graça diante de Deus e dos homens (cf. Lc 2,51-52).

O próprio Evangelho testemunha: Era-lhes submisso. A mulher tem um papel preponderante na educação dos filhos. A mãe é educadora por excelência. Você pode então imaginar a Virgem Maria passando para Jesus, desde Seus primeiros dias, toda sua fé, todo seu amor a Deus, toda sua espiritualidade, fidelidade e entrega ao Todo-poderoso.

O filho de Deus criado por uma mulher humilde

Tudo o que vivia ela passava àquela criança, junto com seu leite materno, dia após dia. É uma beleza poder imaginar Maria formando, educando o menino Jesus. Dentro d’Ele havia uma semente: Ele era Filho de Deus; havia n’Ele uma natureza receptiva. Ele não tinha, como nós, o pecado original. Mas quem o formava era Nossa Senhora.




O Pai quis que Seu Filho Jesus fosse educado por uma mulher. Assim como Cristo foi concebido no ventre de, como foi gerado e trazido à luz, amamentando por Maria, Ele foi também educado por ela. Quer dizer: tudo aquilo que havia no interior de Jesus foi posto para fora, cresceu, desabrochou e desenvolveu-se graças a Maria. Ele recebeu tudo isso dela. Ela foi a formadora e educadora de Jesus.


Que sejamos Jesus nos dias de hoje


O Pai quer que sejamos semelhantes a Jesus. Que sejamos Seus continuadores. É vontade de Deus que você seja um outro Jesus para o mundo, porque o mundo precisa de coisas concretas, o mundo só vai acreditar a partir de cristãos que vivam a vida de Cristo. E para ser como Jesus é preciso ser educado por aquela que O educou. Por causa do pecado, que está em nós, há todo um longo trabalho de educação por fazer, e Maria tem aí seu papel especial de mãe e educadora. Ela quer nos educar nos caminhos de Jesus. Com o amor, a paciência, a bondade, a simplicidade, a humildade de Jesus…

Ela quer formar você também com a têmpera e a fortaleza de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela o quer com o entusiasmo, o otimismo, a garra e com a entrega de Cristo.

Maria quer formar Jesus em você. Esta é a missão dela. A resposta de cada um deve ser: “Faça-se! Faça-se em mim segundo a vontade do Pai”.

Monsenhor Jonas AbibFundador da Comunidade Canção Nova







sábado, 21 de maio de 2016

É Deus quem nos santifica!


 
Deus nos criou para Ele; somos as ovelhas do Seu rebanho, diz o Salmista (Sl 99,3). São Paulo disse aos efésios que “Cristo Deus nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos santos e íntegros diante Dele, no amor” (Ef 1,4).
E mais ainda: “Nos predestinamos à adoração como filhos, por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa, em que nos agraciou no seu amado” (v.6).
Não foi sem razão que Santo Irineu de Lião disse, no segundo século, que “o homem é a glória de Deus”.
Fomos criados para a Sua glória (“Laudem gloriae”). Por isso fomos criados à imagem e semelhança de Deus; à imagem de Jesus Cristo. Mas infelizmente, o pecado original desfigurou em nós essa bela imagem humana e divina.
E o Cristo veio a Terra para que ela possa ser restaurada em cada um de nós.
Para isso Jesus “armou a Sua tenda entre nós”, e vive entre nós. Ele continua a caminhar conosco pela Igreja, pelos Sacramentos, e está em toda parte nos Sacrários para continuar essa obra de refazer a Sua imagem em cada um de Seus irmãos feridos pelo pecado.
Só Deus nos conhece profundamente e, por isso, só Ele pode ser o nosso restaurador. O salmista fala com toda clareza:
“Senhor, Tu me examinas e me conheces, sabe quando me sento e me levanto.
Penetras de longe os meus pensamentos, distingues meu caminho e meu descanso, sabe todas as minhas trilhas…
Por trás e pela frente me envolves e pões sobre mim a Tua mão.
Para onde irei longe do Teu espírito? Para onde fugirei de Tua presença?…
Foste Tu que criaste minhas entranhas e me tecestes no seio de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste maravilhoso; são admiráveis as Tuas obras; e Tu me conheces por inteiro…
Ainda embrião, os Teus olhos me viram, e tudo estava escrito em Teu livro… (Sl 13).
Porque nos conhece completamente, só Deus pode restaurar em nós a Sua imagem em nós danificada pelos pecados. E Ele faz isso porque nos ama. Nós não somos capazes, não temos poder e sabedoria, para operar a nossa santificação; só Deus.
Então, o que nos resta fazer? Entregar-se dócil nas Suas mãos; e silencioso deixar que o Artista possa esculpir nossa pedra bruta a Sua imagem novamente.
Só o homem recebeu de Deus o maravilhoso e assustador privilégio de atingir o seu fim pela livre escolha da sua vontade. Os animais e plantas não tem essa liberdade.
Se o homem, livremente, se abandonar nas mãos do Seu Criador e se conformar com Sua disposição divina, alcançará o fim para o qual foi criado: participar da vida bem aventurada de Deus (Cat. nº1).
Deus nos conduz para o nosso destino Nele. Não é uma glória para nós saber que Deus se ocupa de nós, débil criatura?
Devo, então, reconhecer o Seu soberano domínio sobre mim, e entregar-me a Ele sem reservas. Ele é o meu fim.
Devo viver em relação a meu Deus numa dependência absoluta e universal. É previsto que eu o siga em cada instante de minha vida, que me abandona à sua direção, que o deixa despir de mim como bem desejar.
Deus já traçou o caminho para cada um de nós chegar ao Céu, mas só Ele pode nos conduzir por esse caminho. Cada pormenor de nossa vida Ele já conhecia desde toda a eternidade.
Basta-me deixar que Ele me conduza por esse caminho suave. São eternos os desígnios de Deus sobre mim.
Às vezes a gente se ilude querendo traçar o próprio caminho da santidade, às margens do desígnio de Deus. Ficamos sonhando com uma perfeição ou cruzes que não são para nós. É no decorrer do tempo, no dia a dia de nossa vida, lentamente, que Deus vai nos revelando o destino que Ele concebeu para nós.
Todos os acontecimentos, doenças, fracassos e vitórias, são guiados pela divina Providência amorosamente.
A mim cabe, amar o meu Deus, aceitar seu trabalho em mim, e adorá-lo no abandono da fé.
Não me cabe lamentar e nem lamuriar, amaldiçoar ou blasfemar, mas apenas obedecer humildemente e alegremente. Que alegria saber que Deus cuida de mim.
Não me compete perguntar a Ele as razões da Sua conduta para comigo. A criança não pergunta ao pai para onde ele a está levando.
Deus não me deve explicação alguma! Por que eu nasci nesta data, neste lugar, neste país, desses pais, com esta cor e com este físico. Ele sabe que a minha beleza está na alma invisível e imortal; o corpo é apenas uma casca que um dia vai deixá-la. Não posso me agarrar a esta casca, senão perecerei rapidamente com ela.
Deus tem eternos desígnios sobre mim. Devo aceitá-los e santificar-me nessas circunstâncias.
 Prof. Felipe Aquino

 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Elena Guerra: de Lucca ao Céu, um apostolado sem fim



Mais de um século se passou desde a Páscoa de Elena Guerra. 11 de abril de 1914 foi o dia de sua passagem, em um Sábado Santo, na sua pequena Lucca. E, no entanto, sua vida, obra e legado continuam ressoando atualíssimos para os dias contemporâneos. Certamente, este é um sinal da graça especial que os santos receberam: a graça de um testemunho tão forte e verdadeiro que transpassa gerações, que ecoa através do tempo e do espaço como a corrente caudalosa de um rio que, atravessando todos os obstáculos, vai se encaminhando e arrastando consigo tudo (ou todos!) que encontra pelo seu curso. De fato, o destino destas águas é o infinito “oceano” de Deus. Os santos dirigiram o curso de suas vidas para Deus, e de tão genuíno e autêntico que foi o seu testemunho e anúncio, levam consigo uma multidão de irmãos que, convencidos pela autenticidade do seu “ser cristão”, abraçam esse mesmo “estilo” de vida, vindo a entrar nesta corrente de amor e de fé cujo único destino é o encontro definitivo com Deus.

E assim foi com a Beata Elena Guerra, a nossa Pequena Mãe. Dizia de si mesma que sua aparência não tinha nada de particularmente agradável, mas era no seu interior que se encontrava o belo e fecundo jardim que Deus havia plantado. Sua vida foi o grande legado que deixou. A riqueza interior que descobriu dentro de si e que, com tanto amor e afinco, cultivou e fez amadurecer, foi a razão do seu anúncio e para o quê ela canalizou todas as suas forças, de forma que todos pudessem também descobrir.  Elena encontrou-se com o Espírito de Deus! Este era o seu valioso Tesouro, mas um Tesouro que logo descobriu que não podia ficar guardado, mas deveria ser conhecido por todos, adorado por todos, invocado por todos. E, então, Elena tornou esta a missão de sua vida. Dali em diante, tudo o que fizesse, tudo o que sofresse, tudo o que alcançasse seria por Ele, para Ele! Incansável, ousada, persistente! Uma mulher à frente do seu tempo! De “pequenos” escritos sobre o Espírito Santo a uma correspondência profética com o Papa Leão XIII! Não podia se conter, nem se conformar com a ingratidão de tamanho esquecimento do Espírito Santo que é a Alma da Igreja, o Senhor que dá a vida!

Escreveu, insistiu, persistiu... Dedicou a sua vida a tornar o Espírito mais conhecido, amado e invocado. De um Novo Pentecostes o mundo precisa, ela dizia. E, para isso, o mundo devia se tornar um Cenáculo permanente de oração, um Cenáculo Universal!

Neste 11 de abril não nos importa tanto recordar a morte de Elena Guerra, mas a sua vida. Recordar para nos inspirar novamente, para nos motivar a, ainda mais, dar continuidade ao apostolado que um dia, em um lugar distante daqui, Elena começou. Mas, como já foi dito, o testemunho verdadeiro transpassa o tempo e o espaço, e nós, filhos de Elena Guerra, sabemos bem disto! Descobrindo seus escritos, conhecendo a sua vida e obra, dela nos tornamos íntimos, por graça do mesmo Espírito que a inspirou e que, hoje, nos inspira e anima. A espiritualidade que Elena viveu continua sendo fonte de inspiração para tantos que a conhecem hoje. Continua sendo mestra, continua seu apostolado, agora com ainda mais força, pois habita, na morada eterna, no Coração de Deus.

Pelo Brasil e pelo mundo, são inúmeros os amigos que a Beata Elena Guerra já conquistou. Seja através de seus escritos, ou das Capelinhas do Espírito Santo, o fato é que Deus continua suscitando novos apóstolos do Espírito Santo em todos os lugares! E era este o desejo de Elena! Que o Cenáculo se alargasse, que cada um que se encontrasse com o Doce Espírito de Deus se tornasse uma centelha viva a espalhar pela Terra o Fogo do Divino Amor! Continuar seu apostolado, profetizar o Novo Pentecostes com a vida, com as obras, com o amor! Eis a missão que Deus também nos confiou! Não sejamos contemplativos de uma bonita espiritualidade, mas que a possamos viver com a mesma intensidade com que Elena Guerra a viveu, comprometendo-nos com a sua causa, tornando-a também a nossa! 

Mas, certamente, Elena Guerra não desejaria que as atenções se voltassem a ela mesma, por si mesma. A imagem que dela conhecemos deixa isto bem claro. Sua vida aponta para o Alto, aponta para o Espírito Santo. E, como é dito no livro de sua biografia, digo agora a todos os que conhecem a história de Elena, a todos que descobriram na sua espiritualidade o seu modo próprio de também se relacionarem com Deus, a todos que, através dela, se tornaram Amigos do Espírito Santo, como eu: “Tome esta chama, este Fogo; deixa que te invada e te leve a doá-Lo para todos, todos... Passa a Palavra, espalhe a Profecia do Novo Pentecostes, retorne ao Cenáculo! E logo será Primavera. Um Pentecostes sem fim!!!”

Padre Dudu



sexta-feira, 6 de maio de 2016

FALAR DO AMOR DE DEUS



O mundo ainda não existia, mas o Amor de Deus já era real. E, como não ver este Amor? É só perceber as suas múltiplas atuações no mundo, suas intervenções para que o ser humano fosse feliz. Desde a criação, passando pelos profetas e chegando até nós, o Amor de Deus manifestou-se escancaradamente na história do povo e na nossa história pessoal. Basta fazer uma retrospectiva para vermos este Amor manifestando-se e escancarando-se à nossa frente.

E o que me chama a atenção neste Amor é sua gratuidade. É de graça, sem cobranças, sem reticências, sem espera de retorno algum. Ele só ama porque é Amor! Somos eleitos para sermos amados; você é amado porque Ele escolheu você como destinatário de sua essência de Amor.

Outra maravilha é que o Amor de Deus não é destruído pela nossa infidelidade. Nada supera seu Amor incondicional; nada destrói seu bem querer por nós. Se pudéssemos descrever, diríamos que é um Amor Super, Hiper, Mega... É inexplicável, intransferível e insubstituível.

Mesmo que façamos o mal a nós mesmos e aos outros, Deus continua a nos amar. E, basta um coração sinceramente arrependido, contrito e humilde, e lá está Ele renovando seu Amor por nós, sem "mas", mas com "mais, e mais, e mais".

Não creio que a cegueira tome conta de nosso ser a ponto de não podermos ver seu Amor externado no alto do madeiro, da cruz, quando nos dá seu Filho Único como prova de Amor extremado e desnorteado, a nos provar, "por A mais B", que ama sua criatura com afinco e dedicação total. Somente para nos salvar de nós mesmos, de nossas falhas criadas e fabricadas pela nossa imperfeição da busca perfeita de nossos anseios desmedidos.

Ele só espera de nós uma resposta de vida que vence a morte de nossos devaneios e alucinações, de querermos ser deuses ou de brincarmos de sê-lo! Ele só quer nossa volta, tal qual o filho pródigo. E Ele vem ao nosso encontro de braços abertos para nos acolher e fazer uma festa de retorno, sem revidar nossas transgressões ao seu Amor. A Ele importa só nosso desejo de voltar. O resto Deus apaga sem deixar nódoas.

Ame este Amor, pois Ele amou e ama você do jeito que você é, pois o que você é foi Ele que fez!

Com um beijo de Jesus, pelos lábios de Maria, em seu coração!
 Pe. Delair Cuerva