Quando o nosso
mundo se agita neste mar de violências e de injustiças, não podemos deixar de
lembrar de tua pessoa, Mãe, porque ainda és, a maior reserva de amor que Deus
colocou neste mundo. Quando tudo parece estar perdido, ainda resta o coração; é
de lá que a vida começa a renascer. E tu, ó mãe, tens entre os homens o primado
do coração.
Nem os arranha-céus
mais altos, nem os computadores mais possantes, nem os aviões mais velozes,
podem ser comparados à beleza transcendente do teu olhar e o sentimento
incomparável do teu coração. Mãe, foste criada não só para dar a vida aos
homens, muito mais do que isto, para semear o amor entre eles. Sois tão diga,
que até o próprio Deus quis nascer de ti, em forma humana.
O mundo precisa
aprender contigo mãe, antes que seja tarde, a lição do perdão sem limites, da
compaixão que faz sofrer solidária, da bondade que supera toda inveja, da
paciência que vence toda inquietação, do amor que vence todo ódio, e que é mais
forte do que a morte.
Somos gratos a Deus
que te criou e te deu de presente a cada um de nós. A tua beleza é grande
porque em ti é grande a intensidade do espírito que penetra a matéria.
Sobretudo mãe, queremos reconhecer e agradecer pela gratuidade das tuas boas
obras. Sois como a raiz da árvore, sempre escondida, mas sempre promovendo o
crescimento dos ramos e dos frutos.
Disse alguém que “o
prazer da abelha é sugar o mel da flor, mas o prazer da flor é entregar o mel à
abelha”. Sei que assim és mãe! Olhando para ti aprendemos a dar graças a Deus
todos os dias. E, se por acaso, alguém não reconhecer o teu valor, ou não
retribuir com gratidão o teu amor que nunca acaba, saiba que o Criador te vê.
Lembra-te daquilo que disse alguém: todo dia o sol também dá um belo espetáculo
ao nascer o dia, e, no entanto, a maioria da platéia dorme, e não pode
reconhecer a sua beleza. Mas nem por isso, o sol deixa de ser belo, formoso e
fundamental. Da mesma forma, mãe és o sol do lar.
Que o bom Deus, que
nos deu a graça de criá-la, renove tuas forças e tua graça, hoje mais do nunca,
para que do teu coração surja uma nova esperança para todos. Mãe, mais do
antes, precisamos muito de ti!
Certa vez
Michelangelo viu um bloco de pedra e disse a seus alunos: “aí dentro há um
anjo, vou colocá-lo para fora!” Depois de algum tempo, com o seu gênio de
escultor, fez o belo trabalho. Então os alunos lhe perguntaram como tinha
conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “o anjo já estava aí, apenas tirei os
excessos que estavam sobrando”.
Esta é a sua bela
missão Mãe, educar; e educar é isto, com paciência e perícia ir tirando os maus
hábitos e descobrindo as virtudes do filho, até que o “anjo” apareça. Michel
Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para
os outros e para Deus.”
Educar é colaborar
com Deus, e é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.
Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as
suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa. A tarefa de educar,
como dizia D. Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a
ver com a mãe. Sem o carinho e a atenção da mãe a criança certamente crescerá
carente de afeto e desorientada para a vida.
O povo diz que
atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher, mas é preciso não
esquecer que “esta mulher” mais do que a esposa, é a mãe.
É no colo da mãe
que a criança precisa aprender o que é a fé, aprender a rezar e a amar a Deus e
as pessoas. É no colo da mãe que o homem de amanhã deve aprender o que é a
retidão, o caráter, a honestidade, a bondade, a pureza de coração. É no colo da
mãe que a criança aprende a respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais
velhos, a ser humilde e simples e não desprezar ninguém.
É no colo da mãe
que o filho aprende a caridade, a vida pura da castidade, o domínio de todas as
paixões desordenadas e a rejeitar todos os vícios. É a mãe, com seu jeito doce
e suave, que vai retirando da sua plantinha que cresce a erva daninha da
preguiça, da desobediência, da mal-criação, dos gestos e palavras
inconvenientes. É ela que vai lhe ensinando a perdoar, a superar os momentos de
raiva sem revidar, a não ter inveja dos outros que têm mais bens e dinheiro. É
a mãe que nas primeiras tarefas do lar lhe ensina o caminho redentor do
trabalho e da responsabilidade.
Até o filho de Deus
quis ter uma Mãe para cumprir a sua missão de salvar a humanidade; e Ele fez o
seu primeiro milagre nas bodas de Caná exatamente porque ela lhe pediu. Por
isso, cada mãe é um sinal de Maria, que ensina seu filho a viver de acordo com
a vontade de Deus.
Parabéns, mãe
querida, que Deus te abençoe.
Prof.
Felipe Aquino
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